quarta-feira, 27 de março de 2019

A MENINA , AO FUTEBOL O GAROTO, AO DESENHO

A MENINA, AO FUTEBOL
O GAROTO, AO DESENHO

                                                      Vera Popoff
Bom mesmo é contrariar a tese da ministra goiabeira.
Meus netos, vivos , espertos, fazem as suas escolhas
A menina é craque de bola. Dribla e finta a molecada. Joga no time masculino da escola e do condomínio onde vive. Todos a querem no ataque , sem preconceito de gênero, sem frescura.
-O futebol é a minha vida, vovó! A chuteira foi o melhor presente que recebi.
Nathália  faz o drible da vaca e dá um chapéu no adversário: GOOOOLLLLLLLL! É da Nathália! De placa e de três dedos,
comemora a nossa jogadora.
William me diz:
-Vovó, não curto o futebol! Muito sol e correria! Fico suado
e cansado. Eu gosto de desenhar!
Faz aulas de desenho e está se saindo bem. É mais introspectivo, comenta sobre as nuvens do céu e os nomes de cada estrela. Conta histórias , como ninguém!
Dança ritmos intensos, concentrado em cada passo.
Menina, menino,  ser humano...sejam felizes!
Amem, corram, misturem-se, crianças!
Menino faz o que gosta
Menina , o próximo gol, é a nossa aposta!


 


IGUAL, PORÉM, DIFERENTE

IGUAL, PORÉM , DIFERENTE

                           Vera Popoff

Todos os dias o mesmo caminho,
as mesmas ruas, aquelas esquinas...
manjadas... sem surpresas.
Mas como sou fingimento,
finjo.
O olhar busca a bonita mentira
A alma alcança o orgasmo
d'uma nova paixão.
E o mesmo caminho é sentido,
mas tão sentido, quanto fingido.
O olhar é ávido. Já não vê as mesmas folhas,
Os sonhos estouram as rolhas
e brindam !
Os mesmos passantes, os poucos amantes, o vento nas folhas
e os sonhos estouram as rolhas
                      e  brindam!
Cada passada é cadenciada
como um samba bem sambado.
A saudade fica para trás
Lembrança velha se desfaz
A manhã passará num zás trás
É possível fingir
É possível mentir
O igual está mais contente...
O igual está diferente.

Os sonhos estouram as rolhas
          e  brindam

sexta-feira, 15 de março de 2019

AUSENTEI-ME

AUSENTEI-ME
                                    Vera Popoff
 
Ausentei-me do cravo e das rosas
Ausentei-me do sol e da brisa
Ausentei-me da primavera
 
 

VENCIDA

VENCIDA
                       Vera Popoff

Prometi-me um dia bonito!
Jurei abrandar os meus sofrimentos
e apagar os tantos ressentimentos
Superestimei minha competência
e nem mesmo os versos prometidos
extravasaram d'alma , agora , sem asas.
Vencida, vagarosa ...
escondi-me das minhas sagas.

A BUSCA

A BUSCA
       
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NÃO SEI

NÃO SEI !
Vera Popoff
Tenho perdido o sono, perdido o apetite, perdido o riso e perdido até
a esperança. ...
Tenho perdido a leveza de poetar.
Não sei escrever poesia sobre o sangue derramado e os assassinatos.
Não sei cantarolar um poema sobre cadáveres,
nem sei falar do perfume da rosa sobre o cheiro da pólvora.
Não sei libertar o pensamento,
deixá-lo viajar na brisa , enquanto
as lágrimas rolam e as dores assolam,
num mundo de perdas e horrores.
Não sei abstrair e voar num verso ,
sabendo a terra contaminada do horror.
Não sei encontrar rimas para a violência e para as almas malditas ,
que divertem-se ou justificam,
com desdém,
as tragédias anunciadas.
Então ,no momento, eu só consigo doer.

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