(Vera Popoff)
Quando meninas, ANA TEREZA SIMÕES PRADO, MARIA ROZENDA MAGNOLER(ZENDA), MARIA CÉLIA VIVAN E EU, colecionávamos trovas. Eram dezenas ou centenas delas. Escritas em cadernos, nas capas e contra capas dos livros, nos álbuns de recordações.
Certo dia, minha mãe chamou-me para ajuda-lá na cozinha e retruquei com uma trovinha:
Mãezinha, tu és tão querida!
Mas me deixa repartida
Me chamas para arrumar a cozinha
Quando escrevo as minhas trovinhas!
Ela sorriu e respondeu-me:
Filhinha, tu és tão amada!
Mas um tanto espevitada,
Vives no mundo da lua
E só queres brincar na rua!
Desse dia em diante, minha mãe e eu, arriscávamos diálogos através de trovas. Era um exercício e tanto. Ficamos craques no assunto.
O beijo que recebi
Do galã lá da cidade
Foi doce, não resisti!
Meu pai foi que não gostou:
-Menina, não tens idade!
Teus olhos têm a cor da esmeralda
Os meus são jabuticabas
Teu olhar me fala de amor
Um amor que nunca se acaba!
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FOTO DA FOTÓGRAFA DIRCE MITUUTI. CÉU DE GETULINA(SP), NOSSA CIDADE AMADA. CIDADE ONDE CURTIA AS TROVINHAS, NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA. |
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