A CAIXA ENTERRADA
Vera Popoff
Pronto!
Passei sete cadeados na caixa
Enterrei-a no fundo do quintal
em cova funda
A alma suspirou profunda...mente!
Já não existe o risco de ser , novamente,
aberta a caixa malfadada
Cheia dos pecados mortais,
dos sentimentos banais
das tristezas vãs
das alegrias fingidas
dos aborrecimentos perpetuados
das lágrimas , estupidamente, jorradas
das paixões devastadoras
dos beijos mal beijados, com gosto de nada
dos perjúrios que flecharam alguns corações
das descrenças e desilusões
dos enganadores perdões
do gosto de fel das traições!
da desolação com tantas indignações!
Plantarei sobre a sepultura da caixa pesada
Um pé de flor, uma muda de capim cidreira
pois esta foi a vez derradeira
que carreguei nos ombros cansados
a caixa das funestas assombrações.
Que se derrame sobre ela
as chuvas torrentes de todos os céus!
As sementes inocentes brotarão
aliviando o peso do chão!
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