Vera Popoff
Eu fui ficando só...
Depois daquele tempo de barulho e agitação...
Depois daquela hora de transtorno e movimento intenso
De ouvir aquelas vozes e recolher risos estridentes
Depois de viver no meio de tanta gente!
Eu fui ficando só...
Sem sentir pena de mim,
fui plantando aquele meu jardim.
Por entre as alamedas , fui mudando os passos
E na solidão tão grande, ouvi meu coração
Solfejei os seus compassos!
A aurora bem observada, a tarde espreguiçada,
A ausência de compromisso . A noite , pela lua, iluminada!
O grilo e a cigarra
O sabiá , o vento na palmeira
O colibri, a rosa, a esteira e o corpo velho,
que na solidão , tornou-se leve...
O que diziam ser tristeza, virou minha grande alegria
O que contaram ser um sofrimento,
virou na vida, o meu contentamento!
A solidão nada doeu e até minha saudade, ela amorteceu!
De repente , a falta de nada!
Tudo completado e o ciclo da vida
renovado e transformado
suavemente, dentro da solidão!
Sempre com o olhar atento e o livre pensamento.
Sem horário, sem a culpa, sem pedir permissão e
desculpa!
Já não ligo para outra opinião ,
muito menos busco algum perdão!
Um belo dia , percebi a liberdade acesa!
Ah...não hesitei, nela me envolvi , me agasalhei!
Por opção, sou minha única companhia!
O caminho percorrido , sem a volta!
A vida só, foi um presente
A solidão não me faz ausente!
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