Não sou bege
Vera Popoff
O céu tem nuances variadas
Foi pintado d'um azul luminoso
Mas é comum transformar-se
Pinceladas cinzentas ou róseas
Iluminação dourada ou da cor do fogo.
As matas, com todos os tons de verde
É verde para todo gosto e apreciação
Não há como viver omissão
Diante do espetáculo da esperança
desenhada, aquarelada, esperançada.
Flores rosadas, vermelhas, alaranjadas,
roxas e arroxeadas
Azuis, liláses, amarelas , misturadas,
Sempre, tão bem combinadas!
Vou seguindo o modelo proposto
Imaginando o meu mundo pintado
com as cores do arco-íris, das águas do mar,
da terra, do fogo, dos elementos tão
lindamente naturais
São variações nada tristes ou banais.
E imagino minh'alma desenhada
Alegremente apresentada ao dia
Ela desperta com a cor da alegria
Passa as horas fugindo da nostalgia
e da falta de graça do cinzento e do bege
Afinal, tenho sonhos de vida
Não sou uma alma bege e herege.
domingo, 10 de julho de 2016
sexta-feira, 1 de julho de 2016
MENINA TRAQUINA
MENINA TRAQUINA
Vera Popoff
Menina traquina
que corre, que pinta, que borda,
que assanha, sorri, esbanja alegria
sob a luz do dia.
Menina traquina
que canta , que dança, rebola,
e que nunca se enrola, que atua
sob a luz da lua.
Menina traquina
que pula , saltita, que reza
a Ave Maria , promete, peleja
na porta da igreja.
Menina traquina
que vira , desvira, abana o calor
Quer alcançar o horizonte
lá" trás do monte."
Vera Popoff
Menina traquina
que corre, que pinta, que borda,
que assanha, sorri, esbanja alegria
sob a luz do dia.
Menina traquina
que canta , que dança, rebola,
e que nunca se enrola, que atua
sob a luz da lua.
Menina traquina
que pula , saltita, que reza
a Ave Maria , promete, peleja
na porta da igreja.
Menina traquina
que vira , desvira, abana o calor
Quer alcançar o horizonte
lá" trás do monte."
TUDO DIFERENTE
TUDO DIFERENTE
Vera Popoff
Tudo está diferente
Eu não conheço mais nada!
Perdi-me no tempo.
Esqueci de acompanhar a evolução
e portanto, vivo num mundo, sem noção!
Virei uma estranha
que nem se acanha
com o desconhecimento
da modernidade.
Pouco importa-me
se o seu espaço
causa-me estranhamento.
Pouco importa-me
se o meu espaço
causa-lhe descontentamento.
Os lugares que frequento
são serenos e amenos.
Não convivo com competições
Nem desejo tantas aptidões!
O meu cardápio é o arroz com feijão.
Quando muito, observações desapercebidas,
pelo novo mundo das tantas ambições.
Vera Popoff
Tudo está diferente
Eu não conheço mais nada!
Perdi-me no tempo.
Esqueci de acompanhar a evolução
e portanto, vivo num mundo, sem noção!
Virei uma estranha
que nem se acanha
com o desconhecimento
da modernidade.
Pouco importa-me
se o seu espaço
causa-me estranhamento.
Pouco importa-me
se o meu espaço
causa-lhe descontentamento.
Os lugares que frequento
são serenos e amenos.
Não convivo com competições
Nem desejo tantas aptidões!
O meu cardápio é o arroz com feijão.
Quando muito, observações desapercebidas,
pelo novo mundo das tantas ambições.
NINGUÉM LÊ
NINGUÉM LÊ
Vera Popoff
Escrevo, escrevo, escrevo.
Escrevi a vida inteira.
Passei a vida escrevendo, escrevendo...
Mas jamais fui lida!
Nunca importei-me,
se alguém leu , ou leria.
Eu só queria e quero escrever.
Nunca me incomodei
se leitores. um dia, teria!
Eu escrevo porque minh'alma
grita!
E porque o meu coração se agita.
Eu escrevo porque conto para mim
o que não contaria
para mais ninguém!
Quem se importaria com as coisas
por mim, ditas?
Quem perderia o seu tempo com as palavras
mal escritas?
Quem se concentraria nestas rimas
tão forçadas, já prescritas?
Eu escrevo sem importar-me com nada,
com ninguém.
Apenas escrevo e mal leio-me.
Das tarefas do dia,
todas dão-me certa alegria
E escrever, não foge à regra,
causa-me um desafogo,
alivia as minhas tantas tensões
e faz-me viver... certas emoções.
Sou uma poetisa de mim mesma
e para mim mesma.
Lembro dos meus amores
Sinto , outra vez, o gosto
de tantos beijos.
Reclamo e odeio, e amo, e sonho!
Não dou satisfações, nem mendigo
considerações.
Apenas vivo e escrevo.
Vera Popoff
Escrevo, escrevo, escrevo.
Escrevi a vida inteira.
Passei a vida escrevendo, escrevendo...
Mas jamais fui lida!
Nunca importei-me,
se alguém leu , ou leria.
Eu só queria e quero escrever.
Nunca me incomodei
se leitores. um dia, teria!
Eu escrevo porque minh'alma
grita!
E porque o meu coração se agita.
Eu escrevo porque conto para mim
o que não contaria
para mais ninguém!
Quem se importaria com as coisas
por mim, ditas?
Quem perderia o seu tempo com as palavras
mal escritas?
Quem se concentraria nestas rimas
tão forçadas, já prescritas?
Eu escrevo sem importar-me com nada,
com ninguém.
Apenas escrevo e mal leio-me.
Das tarefas do dia,
todas dão-me certa alegria
E escrever, não foge à regra,
causa-me um desafogo,
alivia as minhas tantas tensões
e faz-me viver... certas emoções.
Sou uma poetisa de mim mesma
e para mim mesma.
Lembro dos meus amores
Sinto , outra vez, o gosto
de tantos beijos.
Reclamo e odeio, e amo, e sonho!
Não dou satisfações, nem mendigo
considerações.
Apenas vivo e escrevo.
CONTRADITÓRIA
CONTRADITÓRIA
Vera Popoff
Ontem, eu caminhava
pela Avenida Paulista,
eu caminhava e segurava uma rosa.
Hoje , eu caminho
pela Rua 25 de março
eu caminho e seguro uma sacola imensa!
Ontem eu passava pelo Parque Trianon,
visitava o Masp
Via ternos escuros e alinhados,
andando entediados ...
Via as gravatas francesas
presas em pescoços engasgados.
Hoje, eu passo pela Ladeira Porto Geral,
pela Rua Abdo Chain.
Piso em frutas esmagadas
nas ruas do mercado.
Vejo camisas suadas, sacoleiras
empurrando seus corpos,
mancando os pés cansados.
Ontem eu sentia o cheiro sofisticado
dos perfumes importados.
O vento das alamedas roçava
o meu rosto pretencioso.
Hoje , sinto o cheiro do cachorro quente
e das esfihas mal assadas
Vejo homens engordados ,
trabalhando apressados e o vento
roça a minha cara humilde.
Não sinto falta , nem saudade
da Avenida Paulista
Para mim, ela foi sempre...
uma mentira!
Nunca sentirei falta ,nem saudade
da Rua 25 de Março.
Para mim, ela será sempre,
outra mentira!
A Avenida Paulista
nunca foi o meu lugar.
A Rua 25 de Março
não é e nunca será
o meu lugar.
Eu perdi n'algum lugar
o meu lugar.
Vera Popoff
Ontem, eu caminhava
pela Avenida Paulista,
eu caminhava e segurava uma rosa.
Hoje , eu caminho
pela Rua 25 de março
eu caminho e seguro uma sacola imensa!
Ontem eu passava pelo Parque Trianon,
visitava o Masp
Via ternos escuros e alinhados,
andando entediados ...
Via as gravatas francesas
presas em pescoços engasgados.
Hoje, eu passo pela Ladeira Porto Geral,
pela Rua Abdo Chain.
Piso em frutas esmagadas
nas ruas do mercado.
Vejo camisas suadas, sacoleiras
empurrando seus corpos,
mancando os pés cansados.
Ontem eu sentia o cheiro sofisticado
dos perfumes importados.
O vento das alamedas roçava
o meu rosto pretencioso.
Hoje , sinto o cheiro do cachorro quente
e das esfihas mal assadas
Vejo homens engordados ,
trabalhando apressados e o vento
roça a minha cara humilde.
Não sinto falta , nem saudade
da Avenida Paulista
Para mim, ela foi sempre...
uma mentira!
Nunca sentirei falta ,nem saudade
da Rua 25 de Março.
Para mim, ela será sempre,
outra mentira!
A Avenida Paulista
nunca foi o meu lugar.
A Rua 25 de Março
não é e nunca será
o meu lugar.
Eu perdi n'algum lugar
o meu lugar.
O VENDAVAL
O VENDAVAL
Vera Popoff
O vendaval desalinhou os meus cabelos
finos e enfraquecidos.
O vendaval desalinhou os meus cabelos
finos e esbranquiçados,
Mas desalinhou , também,
os meus pensamentos, já tão
desencontrados e perturbados.
O vendaval desalinhou
minh'alma tênue.
O vendaval anuviou os meus olhos
já embaçados de astigmatismo.
O vendaval descontrolou
as batidas do meu coração
desenganado.
Vera Popoff
O vendaval desalinhou os meus cabelos
finos e enfraquecidos.
O vendaval desalinhou os meus cabelos
finos e esbranquiçados,
Mas desalinhou , também,
os meus pensamentos, já tão
desencontrados e perturbados.
O vendaval desalinhou
minh'alma tênue.
O vendaval anuviou os meus olhos
já embaçados de astigmatismo.
O vendaval descontrolou
as batidas do meu coração
desenganado.
CANSAÇO
CANSAÇO
Vera Popoff
Ai, que cansaço, cansaço!
Entreguei-me por inteiro
Sou hoje, nada, ninguém!
Apenas uma vasta canseira...
Até nas noites mal dormidas
sou vencida, esmorecida.
Ai, que cansaço, cansaço!
Uma pancada no peito
arrebentou-me, feriu-me de morte.
Frágil , como uma pluma,
já nem tenho pernas de aprumo.
E fecho meus olhos fracos
pra não enxergar que o dia
não nota se vivo ou não!
Ai , que cansaço, cansaço!
Com total falta de cuidado
fui tratando o meu viver
Acabei quebrando a alma!
E toda fragmentada,
não refaço o meu coração
que esvaziado do sangue,
bate queixoso, languente,
Extenuado, não para,
mas está fraco de dor!
Vera Popoff
Ai, que cansaço, cansaço!
Entreguei-me por inteiro
Sou hoje, nada, ninguém!
Apenas uma vasta canseira...
Até nas noites mal dormidas
sou vencida, esmorecida.
Ai, que cansaço, cansaço!
Uma pancada no peito
arrebentou-me, feriu-me de morte.
Frágil , como uma pluma,
já nem tenho pernas de aprumo.
E fecho meus olhos fracos
pra não enxergar que o dia
não nota se vivo ou não!
Ai , que cansaço, cansaço!
Com total falta de cuidado
fui tratando o meu viver
Acabei quebrando a alma!
E toda fragmentada,
não refaço o meu coração
que esvaziado do sangue,
bate queixoso, languente,
Extenuado, não para,
mas está fraco de dor!
DESPEDIDA
DESPEDIDA
Vera Popoff
Chora a palmeira ao vento
Choram os tristes olhos d'água
O lamento é de tanta dor!
Nenhum afago, consola
Nenhum sorriso, ameniza
Nenhum suspiro alivia a aflição.
Os sentimentos são confusos,
são loucos
Aturdidos , os seres se movem
Estorvando a minha paz!
A despedida é de tanta consternação
que a vida estancou, se desgovernou,
se desfigurou e se desfibrou!
Acabou!
Vera Popoff
Chora a palmeira ao vento
Choram os tristes olhos d'água
O lamento é de tanta dor!
Nenhum afago, consola
Nenhum sorriso, ameniza
Nenhum suspiro alivia a aflição.
Os sentimentos são confusos,
são loucos
Aturdidos , os seres se movem
Estorvando a minha paz!
A despedida é de tanta consternação
que a vida estancou, se desgovernou,
se desfigurou e se desfibrou!
Acabou!
MÁGOA DE MULHER
MÁGOA DE MULHER
Vera Popoff
Mulher,
Rasga teu peito!
Escancara a tua mágoa
concentrada, guardada...
Para de recolher tristemente,
pedaços sinistros da tua dor!
Mulher,
Rasga teu peito
e deixa sangrar!
Mostra a tua louca emoção!
Põe pra fora teu insalubre coração!
Vamos, mulher!
Apunhala o teu cavernoso peito.
Destrua a desgraça na ponta da faca!
Deixa emanar a tua lágrima
Tu estas cansada, cansada, cansada...
Mulher,
rasga o teu peito de uma vez!
Esbugalha o teu silêncio lúgubre
Deixa entrar pelo teu mundo
estremecido, vencido,
uma delícia infinda.
Vamos, mulher!
Abraça a tua própria sombra
que desola!
Torna-te bendita!
Pega nas mãos , e com cuidado
o teu coração que é filigrana
Envolva-o com renda cara e branca
Faça-o encontrar a paz!
Vera Popoff
Mulher,
Rasga teu peito!
Escancara a tua mágoa
concentrada, guardada...
Para de recolher tristemente,
pedaços sinistros da tua dor!
Mulher,
Rasga teu peito
e deixa sangrar!
Mostra a tua louca emoção!
Põe pra fora teu insalubre coração!
Vamos, mulher!
Apunhala o teu cavernoso peito.
Destrua a desgraça na ponta da faca!
Deixa emanar a tua lágrima
Tu estas cansada, cansada, cansada...
Mulher,
rasga o teu peito de uma vez!
Esbugalha o teu silêncio lúgubre
Deixa entrar pelo teu mundo
estremecido, vencido,
uma delícia infinda.
Vamos, mulher!
Abraça a tua própria sombra
que desola!
Torna-te bendita!
Pega nas mãos , e com cuidado
o teu coração que é filigrana
Envolva-o com renda cara e branca
Faça-o encontrar a paz!
POR QUE SOU TRISTE?
POR QUE SOU TRISTE?
Vera Popoff
Por que sou triste?
Se até na morte imagino flores...
Um tufão sugando-me em cone
E eu, languidamente, alcançando espaços.
Vou gozando , ao reluzir de cada estrela
E no caminho , espalhando uma leveza
enternecida.
Por que sou triste?
Se o meu olho, olha a vida!
Se já tive o amor eterno
que me consola com lembranças.
Se sinto a saudade mais gostosa!
Se no imaginar do dia
sinto o seio quente , arfando
em ardente estado emocional!
Desconheço a indiferença
de qualquer sentimento.
Por que sou triste?
Se tenho ao meu alcance
o cantar dos passarinhos,
a alvorada fresca e perfumada,
embaixo de arvoredos,
escutando o sussurrar
do meu silêncio.
Por que sou triste?
Se na parede do meu quarto
Tenho pendurados em molduras delicadas
os semblantes tão amados
de minha mãe e do meu pai...
Imagens doces, livres de impurezas,
lançando-me olhares e rompendo
o desenlace da separação?
Por que sou triste?
Tenho na solidão o meu grande tesouro
E me valho dela, para ouvir o musical
que doura meus instantes,
sob a amorosa noite de visão intuitiva
e mansa!
E na quietude que tanto prezo,
meus momentos são de ouro,
quando devaneio pelos todos mundos
que quero!
Por que sou triste?
Se tenho dois livros de poesias?
E na escuridão, quando não durmo,
amo os meus poetas!
Faço deles os meus amantes
brindando o meu viver...
E cavalgando de vestido branco
na garupa desses cantadores
que prateiam luas,
sou doce musa de todos
os sonhos...
Vera Popoff
Por que sou triste?
Se até na morte imagino flores...
Um tufão sugando-me em cone
E eu, languidamente, alcançando espaços.
Vou gozando , ao reluzir de cada estrela
E no caminho , espalhando uma leveza
enternecida.
Por que sou triste?
Se o meu olho, olha a vida!
Se já tive o amor eterno
que me consola com lembranças.
Se sinto a saudade mais gostosa!
Se no imaginar do dia
sinto o seio quente , arfando
em ardente estado emocional!
Desconheço a indiferença
de qualquer sentimento.
Por que sou triste?
Se tenho ao meu alcance
o cantar dos passarinhos,
a alvorada fresca e perfumada,
embaixo de arvoredos,
escutando o sussurrar
do meu silêncio.
Por que sou triste?
Se na parede do meu quarto
Tenho pendurados em molduras delicadas
os semblantes tão amados
de minha mãe e do meu pai...
Imagens doces, livres de impurezas,
lançando-me olhares e rompendo
o desenlace da separação?
Por que sou triste?
Tenho na solidão o meu grande tesouro
E me valho dela, para ouvir o musical
que doura meus instantes,
sob a amorosa noite de visão intuitiva
e mansa!
E na quietude que tanto prezo,
meus momentos são de ouro,
quando devaneio pelos todos mundos
que quero!
Por que sou triste?
Se tenho dois livros de poesias?
E na escuridão, quando não durmo,
amo os meus poetas!
Faço deles os meus amantes
brindando o meu viver...
E cavalgando de vestido branco
na garupa desses cantadores
que prateiam luas,
sou doce musa de todos
os sonhos...
Assinar:
Postagens (Atom)