domingo, 26 de maio de 2019

A INSANA MARCHA

A INSANA  MARCHA
                                           Vera Popoff

O domingo  raia ansioso à  espera do desacato
Espera aborrecido a marcha dos insensatos
A grande bandeira é um fuzil , a esmo, apontado.
Expõem inda mais , um mito caricato.

Segue a turba guiada pelo sagaz demônio
A fantasia é sangrenta e o grito é histérico
O deus que comanda o insano pandemônio
É o criador do ódio,  é um deus genérico.

A Nação perplexa , tal castigo não merece
Como enfrentar a ignorância cruel e armada?
A justiça é cega ao crime e do bom, esquece!

Em Curitiba , numa cela , vive a esperança
A nossa Pátria ultrajada ainda sonha
 A resistência se fará presente, com pujança!



O GRANDE ENGANO

O GRANDE ENGANO

                                       Vera Popoff


Segue a vida de luta tão pesada!
A ilusão , com nódoas , é desencanto
A grande  mágoa nunca dissipada
Achou morada no coração que jorra pranto.

Teima o rio da existência  e contraria o curso
A ventura lenta não acompanha o vento
Não alumia a alma , a luz do firmamento
O silêncio e a solidão são o último recurso.

Desmaiada sobre o cansaço,  apaga a noite
Fecha a cortina para esconder a lua
Treme de frio, mas inda assim, adormece nua.

Que alvorecer pretende com tão triste lembrança?
Não haverá vida se não plantar uma esperança
A existência  morna e muda é teu maior engano.



segunda-feira, 6 de maio de 2019

MENOS

MENOS
                           Vera Popoff
 
Menos! Menos! Menos!
Menos educação...
Menos escolas
Menos universidades públicas
Mais ignorância
Mais subserviência
Menos vida...menos vida...menos vida...

Menos ! Menos! Menos!
Menos cultura
Menos livrarias
Menos sociologia
Menos pensamento e filosofia
Mais desinformação
Mais omissão
Menos vida...menos vida...menos vida...
Menos saúde
Menos médicos
Menos remédios
Menos vacinas
Menos assistência social
Menos medicamentos
Mais dor e sofrimento
Mais doenças, mais crenças , mais fundamentalistas
Menos vida...menos vida...menos vida...
Menos trabalho
Menos direitos trabalhistas
Menos atendimento social
Menos creches
Menos investimento nas periferias
Menos dignidade
Mais armas
Mais violência
Mais sepulturas
Menos vida...menos vida...menos vida...
Menos agricultura familiar
Menos terra para o pequeno agricultor
Menos água, menos programas sociais
Mais agrotóxicos
Mais amianto
Mais veneno
Menos vida...menos vida...menos vida...
Menos cientistas
Menos pesquisadores
Menos laboratórios
Menos investimentos científicos
Mais atraso
Mais retrocesso
Menos vida...menos vida...menos vida...
Menos atendimento á população
Menos proteção aos desfavorecidos
Menos misericórdia
Mais truculência
Mais balas de fuzil
Mais opressão
Mais filhos sem pais
Mais cemitérios
Menos vida...menos vida...menos vida...
Menos florestas
Menos rios
Menos peixes
Menos abelhas
Mais bocas famintas
Mais miséria
Menos pássaros
Menos animais silvestres
Mais desequilíbrio
Mais desatino
Menos goiabeira
para um certo Jesus
descansar.
Menos ciência
Mais indecência .
Mais redes sociais
Mais fake news
Mais milícias e mais milicianos
Mais religião
Mais Deus no comando
Mais glória
Mais louvação
Mais joelhos no chão
Menos tolerância
Menos caridade
Menos piedade
Mais assassinatos
Mais hipocrisia
Mais cinismo
Menos ética e menos lógica
Mais ódio, menos verdade
Mais discórdia, menos amor
Menos vida...menos vida...menos vida...
Menos justiça
Mais exibicionismo
Menos gente afortunada
Mais penitência
Menos liberdade
Mais truculência
Mais opressores
Mais oprimidos
Menos vida...menos vida...menos vida...
Mais cristão
Menos perdão
Mais evangelização
Menos humildade
Menos liberdade de ir e vir
Mais tiros nas cabeças
Mais sangue e menos pretos
Mais latifundiários
Mais milionários
Menos uma, menos uma, menos uma
Nação Soberana!
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1

sexta-feira, 3 de maio de 2019

MENOS!

MENOS!
                        Vera Popoff

Menos! Menos! Menos!
Menos educação
Menos escolas
Menos universidades públicas
Mais ignorância
Mais subserviência
Menos vida...menos vida...menos vida...

Menos ! Menos! Menos!
Menos cultura
Menos livrarias
Menos sociologia
Menos pensamento e filosofia
Mais desinformação
Mais omissão
Menos vida...menos vida...menos vida...

Menos saúde
Menos médicos
Menos remédios
Menos vacinas
Menos assistência social
Menos medicamentos
Mais dor e sofrimento
Mais doenças, mais crenças , mais fundamentalistas
Menos vida...menos vida...menos vida...

Menos trabalho
Menos direitos trabalhistas
Menos atendimento social
Menos creches
Menos investimento nas periferias
Menos dignidade
Mais armas
Mais violência
Mais sepulturas
Menos vida...menos vida...menos vida...

Menos agricultura familiar
Menos terra para o pequeno agricultor
Menos água, menos programas sociais
Mais agrotóxicos
Mais amianto
Mais veneno
Menos vida...menos vida...menos vida...

Menos cientistas
Menos pesquisadores
Menos laboratórios
Menos investimentos científicos
Mais atraso
Mais retrocesso
Menos vida...menos vida...menos vida...

Menos atendimento á população
Menos proteção aos desfavorecidos
Menos misericórdia
Mais truculência
Mais balas de fuzil
Mais opressão
Mais filhos sem pais
Mais cemitérios
Menos vida...menos vida...menos vida...

Mais redes sociais
Mais fake news
Mais milícias e mais milicianos
Mais deuses no comando
Mais glória
Mais louvação
Mais joelhos no chão
Menos tolerância
Menos caridade
Menos piedade
Mais assassinatos
Mais hipocrisia
Mais cinismo
Menos ética e menos lógica
Mais ódio, menos verdade
Mais discórdia, menos amor
Menos vida...menos vida...menos vida...

Menos justiça
Mais exibicionismo
Menos gente afortunada
Mais penitência
Menos liberdade
Mais truculência
Mais opressores
Mais oprimidos
Menos vida...menos vida...menos vida...

Mais cristão
Menos perdão
Mais evangelização
Menos humildade
Menos liberdade de ir e vir
Mais tiros nas cabeças
Mais sangue e menos pretos
Mais latifundiários
Mais milionários
Menos soberania
Menos uma, menos uma, menos uma
                Nação!





    

             










mAI

quinta-feira, 2 de maio de 2019

TCHAU, BRASILIDADE

TCHAU, BRASILIDADE
                                              Vera Popoff

Lavei a pele com água sanitária
Desinfetei minhas mãos com sabão de soda
esfreguei e arranquei todas as nódoas
Preciso perder qualquer cheiro impregnado
         de terra brasileira!

Não pertenço mais a uma Pátria
onde um juiz vende delação
pratica a injustiça e vira ministro
sorri com cinismo e defende a corrupção
e aplica a pena do perdão
aos milicianos que lhe propõe um prêmio
                na loteria:
mais um...no Supremo, hoje tão pequeno.

Não pertenço mais a uma pátria que elege
          miliciano, como mito proscrito.
Não pertenço mais a uma pátria
que se delicia com a morte...do outro,
do preto, do desassistido, do sem teto, sem terra

NASCEU!


NASCEU!
                    Vera Popoff


O sujeito cansado, parou!
Olhou para o céu, reconheceu as estrelas
Era lua cheia e o sujeito fixou o seu olhar
             por pouco tempo
             desinteressou-se.

Esperou o amanhecer...
abriu a porta e saiu
Foi inspirar-se no nascer do sol e ouvir
          os sons da madrugada
          o galo despertar
          o pássaro cantar
Durou pouco o entusiasmo,
          desanimou.

Tomou um café amargo
pão  sem  a manteiga e
            leu.
Mas a notícia não lhe interessou
A charge não lhe agradou
O editorial não lhe convenceu
            Saiu
Percorreu as ruas  do bairro
Cumprimentou o vizinho
Olhou o sabiá alimentando o filhote
              no ninho
Não sentiu ternura
Tampouco , amargura!
   Total indiferença
O que mais lhe tocaria o coração?
Em qual buraco escondiam-se
          as suas  sensações?

Ouviu casos na praça
Jogou truco, acendeu um cigarro
Já não importava-se com o mal da nicotina
                 dane-se!
Pisou o asfalto e pisou o barro
         nada o satisfez
         Vendeu o carro
Calçou um sapato largo
Uma roupa amarrotada
Um chapéu, herança do avô arruinado
           Partiu
         Nunca regressou
O cansaço e a falta de cuidado
 com a vida, o desmoronou!

Nunca  mais enviou notícia
Fez-se de morto, escondeu-se
 num lugar ermo, fora de qualquer vista
Sem dar satisfação,
Sem nunca mais pedir perdão,
nem rezar uma oração
ou fazer qualquer concessão

Comeu uma fruta do pé
acendeu fogo de chão
banhou-se n'água do rio,
secou-se ao vento
sentou-se sob o florido barbatimão


Voltou a olhar o céu
que jamais foi tão azul!
Memorizou uma canção,
tirou o chapéu, num ato de devoção
             e
        Nasceu!




       





quarta-feira, 1 de maio de 2019

PRIMEIRO DE MAIO

PRIMEIRO DE MAIO
                                             Vera Popoff

Primeiro de Maio
                                    Vera Popoff
Saudade!
Sinto saudades acumuladas,
umas sobre as outras, 
formando uma arquitetura de saudades.
 Atenta, uma paz alicerçada na
esperança,
aguardando  as novas conquistas
d'um povo trabalhador!

Muitas saudades...
A criação de novas frentes de trabalho,
Novas universidades e o particular sonho meu,
Não morrer , sem antes, cursar a
filosofia.
Saudades do tempo que filosofar
Seja numa tese ou num bar
enriquecia o meu pensar.
Saudade de citar Friedrich Nietzsche
e enganar-me
que sabia mais do que realmente sei.
É saudade de esperar a voz do
Presidente Lula!
No primeiro de Maio, os seus sonhos cresciam...
A sua voz era a esperança
O seu sorriso era a nossa segurança!
O seu olhar, a nossa estrela!
Saudade de ganhar um presente,
como professora:
-mais escolas abertas
-mais verbas para vidas esquecidas
-mas crianças e jovens com lápis e cadernos
à mão
Menos aperto no coração!
Saudade  dos discursos nas fábricas ,
das suas falas impregnadas de coragem.
Saudade do Lula remendando , colando e recriando
           vidas destroçadas
Falando a sua particular
 concordância verbal,
que tocava com doçura , os ouvidos ,
 que o escutavam, sem igual.
A sua voz , Presidente, tem o timbre
sonoro,  dos que soltam notas de emoção.
             Saudade...
 de saber-nos tão felizes!
             Saudade ...
 do seu sorriso menino, irresistível
 aos corações que só aprenderam, o amor.
De olharmos ,  ainda, como
aplicados  aprendizes da sua fé.
O dia do Trabalhador é o seu dia,
PRESIDENTE LULA!
É o nosso dia , PRESIDENTE LULA!
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