A NEBLINA
(Vera Popoff)
Manhã embaçada
Vista turvada e sem alcance.
Da porta aberta , a visão incerta
Um chamamento ao recolhimento
Um convite ao tédio...
O sangue morno percorrendo
as veias indolentes do corpo!
Ninguém a chamar por mim...
Escuto-me e tento abrir o nevoeiro.
A neblina segue seu destino entristecido
Nebuloso destino... o de causar encolhimento!
As mãos da neblina escondendo a luz
Roubando da manhã, o luzimento!
Mas num lampejo, a visão clara
É um pingo d'uma gota de orvalho!
Risco na vidraça embaçada , um coração.
Coloco dentro dele o meu calor
O embaçamento insiste, mas não resiste
Desmorona-se sobre seu cruel destino
Ah, manhã ! Ah, manhã! Dou-lhe agora outro nome
A AURORA!
Corro de braços abertos lá fora
Agarro o dia começado e o aqueço
Meu afago, agora, é o seu berço...
Nenhum comentário:
Postar um comentário