ALMA E CORPO
Vera Popoff
O corpo dói, a alma dói!
Para o corpo, um analgésico!
Para a alma, quanto dó!
Num lugar onde o doutor não vê
A alma chora e suspira ,
Busca alento para a dor
e não encontra luz , nenhum fulgor!
O corpo sente a dor da alma
Como sente! Mas não lhe pode confortar!
É físico demais , palpável , agrário,
não acompanha a leveza que se movimenta
como folha seca ao vento!
Há nós... entre o corpo e a alma
Desatá -los é tarefa delicada
Exige certo cuidado!
Afrouxá-los, demanda movimento
sem braveza, com nobreza, muita sutileza!
Um licor curtido da mais doce fruta..., a harmonia!
A nota ao piano da mais bela sinfonia
Um poeta, cuja fineza das rimas , soa como lira!
Flores frescas colhidas , no vaso de porcelana fina,
colocadas!
A medicação da alma é amena,
como um campo forrado de flores simples,
mas formosas!
Um canto suave, uma chá de camomila
um aroma de alfazema!
E a mais fina cautela, poia a alma é demais singela!
Uma solidão de paz , que encanta!
A tarde sem queixumes, fragrância pura,
Um ninho abastecido de amor e de ventura!
Envolta assim , circundada assim, cuidada assim,
a alma tão doente, repousa refeita! Aos poucos, um recomeço..
Ao corpo...um apreço!
À vida... um bom desfecho!
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