OS TIJOLOS
Vera Popoff
Quando sofreu sua primeira perda
desatinou, chorou!
Correu amassar o barro
molhado com suas lágrimas!
Moldou seu primeiro tijolo.
Iniciava-se ali, a sua olaria.
Acomodou, assentou o primeiro tijolo
dentro d'alma!
Quando sofreu a segunda, a terceira perdas
Na sua olaria, voltou a amassar o barro
regado de lágrimas!
Assentou-os sobre o primeiro!
E assim foi construindo o seu duro aconchego
Outra perda, outro tijolo
perda, tijolo
perda tijolo
Um sobre o outro fixados , suportando,
quem sabe , as dores, as asperezas, os danos!
De pranto em pranto, os tijolos avolumados
Estava feita a muralha!
Quando se deu conta,
a alma estava intransponível.
Impedimentos , escuridão , tormentos...
Pobre alma cerceada numa muralha!
Numa tempestade deflagrada
dentro do peito sufocado
Numa louca e fatal destruição,
cai a muralha!
O raio de sol, depois da tormenta ,
não pede licença e trespassa os escombros!
A olaria foi exterminada!
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