quarta-feira, 21 de outubro de 2015

OS TIJOLOS

OS TIJOLOS
                                          Vera Popoff

Quando sofreu sua primeira perda
        desatinou, chorou!
Correu amassar o barro
molhado com suas lágrimas!
Moldou seu primeiro tijolo.
Iniciava-se ali, a sua olaria.
Acomodou, assentou o primeiro tijolo
       dentro d'alma!

Quando sofreu a segunda, a terceira perdas
Na sua olaria, voltou a amassar o barro
          regado de lágrimas!
Assentou-os sobre o primeiro!
E assim foi construindo o seu duro aconchego
          Outra perda, outro tijolo
                perda, tijolo
                perda tijolo
Um sobre o outro fixados , suportando,
quem sabe , as dores, as asperezas, os danos!
De pranto em pranto, os tijolos avolumados
Estava feita a muralha!
Quando se deu conta,
 a alma estava intransponível.
Impedimentos , escuridão , tormentos...
Pobre alma cerceada numa muralha!

Numa tempestade deflagrada
dentro do peito sufocado
Numa louca e fatal  destruição,
         cai a muralha!
O raio de sol, depois da tormenta ,
não pede licença e trespassa os escombros!
       A olaria foi exterminada!


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