segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

DA JANELA

DA JANELA
                                    Vera Popoff

Da janela eu vi o teu rosto
Sob um brilho lusco-fusco
Carreguei na alma
um pedaço do teu dorso
E agora , com esperança , torço
para sentir o teu peso nas minhas costas
pela vida inteira e além dela,
mesmo que não queira !

O teu peso não me pesa,
nem mesmo o meu corpo, lesa!
O meu corpo enrolado no teu corpo
é  muito mais do que peço
Ilusão que nem mereço.
Tu és o sofrimento que não me faz sofrer
Uma dor aguda que já não sinto
Um mal presságio que pressinto,
         mas não me benzo ,
pois não quero me livrar!
Só desejo, todo o mal, aguentar!

           Amém!



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