quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

CAMINHANDO

CAMINHANDO
                                       Vera Popoff

Poderia ter se acomodado,
ter sentido medo e se acovardado,
aberto  o guarda-chuva e se protegido
 dos pingos que em torrencial, caiam!
Poderia ter querido uma rosa ou margarida, mas
decidiu ter um jardim inteiro...
e regou a vida , que tornou brotar.
Poderia ter calado a voz no cômodo
                silêncio,
de ter gaguejado , mas fluiu a fala!
Ter ajuntado cacos, toda roupa rota,
o sapato antigo e mal usado
O paletó pesado e   guardado
 para o inverno   que jamais chegou.
Desnudou-se dos apegos todos
         e foi caminhando
Poderia ter protegido a cabeça
 com seu chapéu de linho,
mas preferiu a luz espalhada e captada
pelo atrevimento do pensamento.
Poderia ter sorrido com  timidez, mas
   gargalhou com desfaçatez!
Ter fincado cercas de separação e
desbravou as fronteiras da  agregação.
Poderia ter optado  pelo glamour
          além dos  mares,
mas decidiu pelo aberto espaço  do seu regaço.
Acendido os lustres de cristais  que foram herdados,
mas  acendeu a lamparina que aqueceu sua alma.
Ter se perfumado com essências finas
e banhou-se com a água do jasmim!
Poderia ter se acomodado, mas caminhou...
E na caminhada pela estrada pouca,
destituiu-se da hipocrisia louca!
Viu  de tudo ,mas desejou tão pouco!
Só os passos sem cadência ,
buscando o aroma da essência
da liberdade com decência!





          




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