terça-feira, 6 de setembro de 2016

NADA A FAZER

NADA A FAZER
                                     Vera Popoff

A dor é bruta
e a minha alma, insulta!
Fugi da luta, estou de luto.
A boca amarga
O peito aperta
A garganta seca
A lágrima rola
A indignação assola.
Ai, ai, a dor é bruta!
A devastação assusta
A palavra entala
O sonho acaba
A esperança já não exala
A desilusão é a minha fala.

Estou tão triste
A dor é bruta
Perdi o rumo
Não encontro o prumo
Fugi da luta
Choro meu luto
Só vejo a sombra
A dor insiste, persiste,
        resiste,
        é bruta!

Estou arranhada
Estou desolada
Estou acanhada
Estou desarmada
Estou alarmada
Estou contrariada
Eu vou dormir, quem sabe...
         morrer!
Já não há nada a fazer!

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