quinta-feira, 15 de setembro de 2016

PERDEU-SE A GRAÇA

PERDEU-SE A GRAÇA
                                              Vera Popoff

Perdeu-se a graça da vida
Perdeu-se da vida, a graça
Perdeu-se o vinho da taça
Perdeu-se na  lida , a raça
Perdeu-se a banda da praça
Perdeu-se  a ironia que embaça
Perdeu-se o passo da dança
Perdeu-se a energia da andança
Perdeu-se  na noite, a esperança
Perdeu-se no mar , a barcaça
Perdeu-se a leveza que esvoaça
Perdeu-se , na paixão , a ricaça
Perdeu-se a pureza da cachaça
Perdeu-se no passado, a lembrança
Perdeu-se na humanidade, a confiança
Perdeu-se o dinheiro da herança
Perdeu-se o voo da garça
Perdeu-se o glamour da caça
Perdeu-se a fineza da louça
Perdeu-se a decência , na Suiça
Perdeu-se a simplicidade da carroça
Perdeu-se a menina de trança
Perdeu-se o medo da ameaça
Perdeu-se o ato da peça
Perdeu-se o barulho da arruaça
Perdeu-se o homem, na cobiça
Perdeu-se o tempo , na preguiça
Perdeu-se o juiz na indecência da sentença
Perdeu-se a fé na crença
Perdeu-se o equilíbrio da balança
Perdeu-se  a  otimismo,  na  descrença
Perdeu-se do dedo, a aliança
Perdeu-se o equilíbrio da justiça
Perdeu-se a energia, na doença
Perdeu-se a ingenuidade da criança
Perdeu-se  atolado na  desgraça
Perdeu-se a cabeça!
A casa virou fumaça
A dureza é a minha couraça

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