ENTRE MUROS
Vera Popoff
Entre muros opressores
Levantados por alguns vis enganadores
vou fingindo que respiro
interpretando a mulher coragem
uma grande mentira, a falsa miragem.
Condenada à sentença pesada
sem direito ao habeas corpus
por um dia, uma hora , um minuto.
Trancafiada numa cela do desprezo
sou meu próprio carcereiro
controlo o espaço desanimador
sem horizonte
sem a fonte de beber
sem o meu livro rasgado para ler.
a cara no muro
a energia já falecida
a esperança desaparecida
Oh...mulher fiteira!
queres mais do que tem?
- quero só o meu sonho
que foi roubado
quero o caminho de volta
um atalho
um retalho para remendar ,
cerzir , consertar
a vida fingida que me foi destinada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário