quinta-feira, 13 de outubro de 2016

TRISTE

TRISTE
                    Vera Popoff

Eu estou tão triste, triste, triste
Muito triste, triste, triste...
           triste.

Sou toda pranto.
Pranto jorrado, pranto contido,
pranto expelido  e
pranto  pelos sonhos jogados fora e
           perdidos.
Prantos expostos , prantos escondidos
num lugar de mim que costumo chamar
           de alma.

Ilusões bonitas ficaram impalpáveis
Sorrisos escorregaram, caíram da boca
        foram pisados  e esmagados
E fiquei triste, triste, triste e muito
                triste.

Já não faço esforço para fingir alegria
Entrego-me à tristeza
As folhas das árvores percebem
    tanta e toda tristeza, mas
        nem me consolam.

Então eu escrevo
Repito a palavra ...triste!
Triste, triste, triste, triste.
Quem sabe, exorcizo a minha tristeza

Nem mesmo a Aparecida amiga, mãe,
protetora, acolhedora consegue limpar
          tanta tristeza.

Amanhece, cai a tarde, anoitece
e permaneço triste!
A palavra esperança é só uma palavra
que rima com lembrança, bonança,
liderança, destemperança, desesperança.

Espero o vento do norte, do sul,
Percorro alguns traços, olho o horizonte azul
Nada me faz desejar ou sonhar, ou me aventurar
Estanquei na tristeza e sinto-me a cada dia e hora
                      mais triste.

Triste, triste, triste...









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