segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

NÃO HÁ PEÇA QUE ME IMPEÇA

NÃO HÁ PEÇA QUE ME IMPEÇA

                                        Vera Popoff
O corpo já desgastado, mas
suficientemente inda bem tratado,...
Prega-me uma aborrecida peça
E fica doente , outra vez!!


Tremores, fadiga, cansaço
Já sem a leveza de um sanhaço
Arrasta-se entre as paredes
Da janela sem resplendor.

Os olhos turvados e moles
Procuram a luz d'uma fresta
Quem sabe , a vista de raio vindouro
Faz da manhã , um momento brilhante,
           vestido de ouro.

O corpo doente, a alma temente
Juntos prometem , clamam  e rezam
Vislumbram lá "trás da colina"
Um pé da energia d'uma menina!

O corpo meio esgotado
Deseja um colchão macio,
um livro e um acolchoado
Mas a alma inusitada
quer mais, muito mais...
Quer vida iluminada!

Diz a alma ao corpo que já tropeça:
-Não há peça que me impeça
de fazer valer meu direito
de remendar , colar, transformar
a vida...num recomeço!!

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