terça-feira, 30 de junho de 2015

O DIA SIMPLES DA SIMPLES MULHER

O DIA SIMPLES DA SIMPLES MULHER                 (Vera Popoff)


Oh, mulher, recebes como oferenda,
          o teu dia!
Estás plena e reges o teu chão de terra
Reges  o teu sol, a tua flor e a tua árvore
            .. o teu Deus!
Nos teus pés, a sapatilha confortável
A vestidura do teu corpo, simples, alargada!
Tua cabelos luzem na cabeça prateada!
Nas tuas mãos  já manchadas, tarefas acumuladas
Teu desejo? Uma vida sossegada.
A tua elegância é  a imagem bailarina
acendida à fraca luz da lamparina!
Na boca , teu sorriso é amável e
no coração , sentimento afável!
Tua alma carrega um sonho louco, mas...
                 admirável!
O teu dia é brindado com o sol bem aquecido
Quando nublado está teu céu, enxergas além nuvens!
Na tua varanda , canta sempre um pássaro atrevido
E o teu olhar mostra um carinho permitido.
O caminho, já sem penúria, tem um afago amigo!
          No jardim, um jasmim exalado
          No peito, amor multiplicado
          No pensamento, um voo libertado
          Na lembrança, o momento bonito retornado
          Na mesa , o cardápio reinventado
          Na tua cadeira, o conforto assegurado
As manhãs são auroras discretas e delicadas,
Nas tardes , preguiças esticadas
Nas noites,  consciência apaziguada!
Dias de distâncias reduzidas, em marchas circuladas,
O  lugar da partida é o mesmo da chegada


QUANDO NUBLADO ESTÁ TEU CÉU, ENXERGAS ALÉM NUVENS!



        v
.

domingo, 28 de junho de 2015

DOMINGO FRIO

DOMINGO FRIO                                     (Vera Popoff)

DOMINGO FRIO

                            (Vera Popoff)...
Hoje é domingo!
Mais um domingo.
Ainda que o domingo inspire
e eu busque uma razão,
Hoje, nada que eu disser
vai merecer-lhe a atenção!
Pois, que tempo mais gelado!
Que amanhecer apagado!
Oh, Senhor, deixa qualquer fervor
              resfriado!
E a minha poesia perde seus versos
              rimados!
Na verdade, eu sinto mesmo, é preguiça!
A vontade empaca , a palavra enguiça!
Como cantarei algum louvor?
O pensamento estacionado nada pensa,
que mereça algum valor....

QUE AMANHECER MAIS APAGADO!

 

sábado, 27 de junho de 2015

JARDINAGEM, AS CAPUCHINHAS

CAPUCHINHAS!

A capuchinha é uma flor da minha infância.No nosso quintal havia canteiros de capuchinhas. Minha mãe gostava de enfeitar as saladas com as suas flores.
A capuchinha é comestível, desde que cultivada, sem o uso de agrotóxico ou produtos químicos. É uma planta anual, muito decorativa. Minha mãe gostava de usá-la na salada de agrião. Suas flores são aromáticas e com sortimento de cores: amarelas , alaranjadas, vermelhas e cremes.
Algumas pessoas esmagam as suas folhas e flores e misturam na manteiga para passar no pão.
São fontes de vitamina A. Auxiliam no tratamento de infecções urinárias, vias respiratórias e diurético. Algumas informações ainda conferem a ela, propriedades que ajudam no emagrecimento.
Restaurantes sofisticados de São Paulo descobriram a capuchinha e a estão usando em seus pratos frios, como saladas e entradas.

CAPUCHINHAS   (Vera Popoff)

Vai semear capuchinhas, Verinha!...
Vai colher com cuidado, as capuchinhas,
Verinha!
Ajuda-me a enfeitar a salada com as capuchinhas,
Verinha!
Tomates, agrião, cebolinha, salsinha e...
capuchinhas!
Ah...capuchinha, capuchinha!!
Ouvi a doce voz da minha mãezinha
falando da capuchinha, a minha vida
inteirinha!!
Agora, já velhinha, ainda planto a capuchinha!



sexta-feira, 26 de junho de 2015

O BRAÇO, O TRAÇO

                                      
O BRAÇO, O TRAÇO

                                                              (Vera Popoff)...
Houve um tempo, quase sem vento...
Duas cabeças pousavam sobre o meu braço.
Quieta, imóvel , eu não movimentava o braço
Nem mesmo para arriscar um abraço
O receio ...se eu retirasse o braço
se , num ímpeto, desse o abraço,
as cabeças sobre o meu braço, acordariam
e saíriam do calor daquele braço , que cansado,
não dava abraço.
As cabeças dormiam apoidas no braço...
O olhar sonado e no peito, o amor amado!
Nas mãos, um formigamento...
Pois eu não mexia o braço
onde as cabeças apoiadas...dormiam.
E eu, apenas, admirava os traços!
Na penumbra do quarto, eu ouvia
-tum...tum...tum...
O coração entoava a canção que ninava
duas cabeças sobre aquele braço
cansado, sem movimento, no espaço
silencioso. Só no ritmo do coração!
O coração, que então, estava no braço,
que não dava abraço, mas segurava os traços!
No tempo, sem vento, o suave encanto!
Ouvindo o coração , que ritmado, entoava
o canto!
Que bom era sentir o contato das cabeças
naquele braço
que hoje, já não apoia as cabeças e nem...
os traços!

DUAS CABEÇAS POUSAVAM SOBRE O MEU BRAÇO!

 

quinta-feira, 25 de junho de 2015

QUANDO

QUANDO          (Vera Popoff)


Quando a manhã nascer assim...meio tristonha.
Quando a alegria parecer assim...só uma coisa bisonha.
Quando o sol parecer assim...apenas uma lâmpada fraquinha.
Quando a árvore do inverno for assim...um galho sem verdor.
Quando o Universo parecer assim...um abrigador de dor.
Quando a folhagem merecer assim...só um verde desbotado.
Quando a flor estiver  assim... meio cansada de florir e já não
                          embelezar nenhum amor!
Quando a tua  crença estiver assim...tão vacilante!
Quando teu dia  amanhecer assim...tão enfadonho!
Quando tudo parecer assim...muito inconstante...
Ah... está na hora de buscar na tua alma assim...uma aquarela!
Ligar o som do coração e entoar assim...aquele hino...
Soltar o pássaro de dentro do teu peito assim...e deixar voar!
Mostrar ao teu momento assim...um raio de sol.
Beber, beber e beber assim...uma taça de riso!
Segurar com carinho a tua vida e matizar  assim...de muitas cores!
Separar , embalar e reciclar assim...todas as dores!




terça-feira, 23 de junho de 2015

RASGA O VERBO, POETA!

RASGA O VERBO , POETA!                                    (Vera Popoff)


A mesa do poeta está empoeirada.
A caneta , ao lado, pousada.
A folha em branco, amarelada.
A ideia buscada chegou desencontrada.
A inspiração  foi apagada e a primavera
que poderia ser cantada, foi desperdiçada!
As cartas colocadas na mesa foram trocadas,
                     mal jogadas!
A sua voz, poeta, está ultrapassada!

O poeta está sem fala!
Já cantou o horizonte de magia,
versou a paixão que contagia!
Sonhou os mais tolos sonhos
Bradou os seus desenganos
Descreveu um porvir risonho!
Lambeu a sua cria
fingiu ser sincero...  quando prometia.

Sua esperança, de esperar, já se desgasta!
E a vida do poeta passa...
As portas abertas num dia,
 foram fechadas n'outro dia!
Nem mesmo a dor que mata, o desafia!

O dourado do sol foi tão cantado!
O assunto está esgotado.
A traição foi sentida e cuspida!
A saudade, de tão falada, está esquecida.
                 -o céu azul
                 -o verde mar
                 -a nuvem caminheira
                 -o verdor da árvore passarinheira
                 -a  flor destroçada
                 -a rosa desabrochada
                 -a fé abalada
                 - a noite estrelada
                 -a lua prateada
A musa , o beijo, o olhar, as manhãs e
                 o recomeçar...
As mangueiras , laranjeiras e goiabeiras
O doce sabor da fruta e o carinho que desfruta.
Tudo foi dito, escrito e reescrito.
E agora, poeta?

Abra o seu peito, joga fora o temor!
Rasga o verbo, poeta!
Existe ainda um tanto de amor!
Quem nasceu cantador
sempre será um trovador!


QUEIXUMES

QUEIXUMES                                VERA POPOFF

QUEIXUMES

                                                       ( Vera Popoff)...
Oh, meu Deus, quantos queixumes!
Queixa-te de um lado,
Queixo-me do outro!
Enrolados  estamos, nos lamentos.
Deixemos as lamúrias e vivamos...
Todo possível  contentamento!!
Se nossos olhos afligirem-se
molhados pelas dores,
Vamos erguer as mãos aos céus!
Pensar num mundo lindo e transparente!
Acender a luz da alma e deixá-la...bem luzente!
Não permitamos ânimos vencidos!
Busquemos a saúde, a paz , a Divindade!
Alí, bem perto, atrás daquela porta
há uma linda luz e suavidade
E nenhuma dor já não importa!

ALI , BEM PERTO, ATRÁS DAQUELA PORTA, HÁ UMA UMA LINDANLUZ E SUAVIDADE

 

segunda-feira, 22 de junho de 2015

BONECAS DE PANO

BONECAS DE PANO
                                                (Vera Popoff)

Sobrou um retalho maior ou menor?
Coloca na cesta das ilusões.
Nela, são guardados os panos, paninhos,
as rendas , rendinhas e pedaços de linhas!
Numa  hora  qualquer, terão serventia!
Quando o tédio avançar no dia,
Quando a tristeza indolente
teimar e ficar num  coração descontente!
Quando o peito estiver apagado e cansado.
Quando chegar a saudade da infância serena
Na  cesta , eu vou bulir, remexer...
Costurar  a menina de pano
emendando...emendando...e
          sonhando!
A cor do vestido, o tecido escolhido,  a saia florida,
a blusa rendada ou só de babado, enfeitada!
Vai tudo virando sonho...O botão, a flor,
 o laço de fita , a fruta bordada, o cabelo de lã
                     trançada!
Olhinhos amendoados, puxados, arredondados...
É só inventar, fazer brilhar a criação!
Quanto mais enfeite, mais chamará a atenção!
Na calma do dia, cuja sentença era o vazio,
 a falta de gosto, a insipidez , a desilusão!
Invadi o pedaço da alma criança.
Puxei lá de longe , a lembrança.
A viagem nem foi de tropeço
Desembarquei nos meus cinco anos,
sorri regateira  e o riso,  foi só o começo!
Brinquei de boneca: a Maria, a Cecília,
a Adelaide, a Quitéria , a Luiza!
Ah, senti a frescura da brisa!
Soltei-me  do corpo cansado!
O vigor , a vontade, a vivacidade
fizeram-me esquecer a tal da idade!
Sou guria sapeca, minha boneca é de pano
a vida é bonita, não é um engano!

SOU GURIA SAPECA, MINHA BONECA É DE PANO E A VIDA NÃO É UM ENGANO!



       

MÃE SANTÍSSIMA

MÃE SANTÍSSIMA
             
                                        (Vera Popoff)...
Olhando tristemente o horizonte
deitado melancólico atrás do monte
Ajoelho aos pés da Mãe Santíssima
E imploro ao teu Altar Sagrado
Uma alegria ao meu coração cansado.
Sem a devoção , minh'alma empobrece
A mansidão no peito , o pensamento ao alto,
a paciência com as dores faz-me forte!
A fé na Virgem, minha vida enriquece!
Meu coração, ó Mãe, está dilacerado
Dói-me o corpo, dói-me o peso da existência
Abençoa-me com o teu olhar de amor
E entre todos os espinhos , colherei a flor!
Envolta no teu Santo Manto de Luz
A paz penetra e a alma já reluz!
Ungido e glorificado está o meu dia
Não haverá tentação que À Senhora... desafia!
Ó, Mulher Cheia de Graça, Amém!


 

sexta-feira, 19 de junho de 2015

A VIDA CHAMA

A VIDA  CHAMA                            (Vera Popoff)

Acordei do meu tormento
Joguei fora o meu lamento.
Basta de ter pena de mim
A vida não é   assim!
Assim... insonsa,  cheia de penumbra!
Ela é a luz que brilha e deslumbra!

Daquele cantar triste, eu me despeço.
Vou ensaiar um canto livre!
Acabou a rua escura e voltou
         o sol do dia!
A tarde já nem está tão fria!
Agonias consumidas,
 foram tantas, mas...
 estão lá atrás esquecidas.
Olho o clarão da janela
Meu sorriso equilibra-se
na acesa e clara arandela!
Palpita o manso coração,
     numa leve sintonia....
Sinto na brisa mansinha
uma gostosa harmonia!
     O peito inflama
     A vida chama!

quinta-feira, 18 de junho de 2015

AURORA FANTASIADA

AURORA  FANTASIADA                        (Vera Popoff)


Quando entra a linda aurora
Com seus encantos, todos seus cantos,
Minha alegria é um espanto!
Eu abro o meu coração
Retiro do peito, o sentimento deserto
Desvisto a roupa da alma,
estendo meus sonhos, bem calma!
E dou um abraço na manhã...que se ri!
Chamo todos os passarinhos:
-Acordem! Deixem seus ninhos!
Não fiquem pousados, sozinhos!
A flor fulgura sua luz
O sol exala o perfume
O vento exibe bonança
A nuvem debruça na Terra
As asas batem no chão
O céu cobriu-se de verde
e a árvore pintou-se de azul!
Dou folga ao peso das dores.
O ateu faz o Nome do Pai,
A crença não fala da fé!
A lua conduz a manhã,
Minha voz canta o silêncio
O silêncio solta um agudo!
Está uma maravilha!
Tudo saiu do lugar
mas nada está devagar...
Emolduro de dourado
a poesia que é fantasia
Nela,  é tudo  possível!
Nada é invisível!
A vida é passível...
    até do amor!

FOTO DA FOTÓGRAFA E COLABORADORA DIRCE MITUUTI

quarta-feira, 17 de junho de 2015

O DIA DO VENTO VIRADO

O DIA DO VENTO VIRADO                 (Vera Popoff0


O dia não foi de trabalho
O dia não foi de perfume
O dia não foi de aquarela
O dia não foi de plantar a flor amarela!
O dia não foi da velha menina traquina.
O dia não foi de sorvete , na esquina.
O dia não foi de versinho
O dia não foi de cantar a minha trovinha!

O dia mudou o movimento do vento.
Ventou do lado contrário
Causou-me um mal estar diário!
Nem fui ao lindo orquidário
admirar a mais nova flor,
pois esqueci a coragem,
faltava-me um certo fervor
perdi um pedaço do ardor!

Mas , longe inda escuto um canto!
Uma toada d'um anjo
que canta a canção da lira.
Devagarinho, me inspira!
Volto ao saudoso ninho
donde não quero sair,
pois nele aqueço a vida,
esqueço o rigor do inverno
acendo a chama que aquece
e caminho entre os ciprestes!

A ROSA E EU

Dedico esta poesia ao Dr. Carlos Alberto Pires Pereira! Encanto de criatura que cuida de mim com desvelo, amizade e muito, mas muito cuidado!




A  ROSA E EU                              (Vera  Popoff)


A rosa me perguntou:
-Vais de novo partir,
deixar-me só no jardim?
-O que acontece agora
que já não cuidas de mim?

Eu respondi à rosa:
-Quero cuidar de ti!
Dar-te todo cuidado,
olhar-te por sobre a relva!
Mas quem vai cuidar de mim?

A rosa sorriu para mim:
-Eu necessito teus olhos,
teu semblante, tua voz, tua poesia,
teu desvelo pela manhã!
Teu amor durante o dia!

Eu, chorosa, falei para a rosa:
-Oh, minha rosa tão bela!
Meu carinho não é inconstante,
estou um pouco distante,
pois o meu corpo padece
o meu brilho cansado, fenece!
Cuido de reerguer a  alma.
Há um doutor, que muito me acalma.
 Um  ser tão bom e bendito,
que num  instante, devolve- me a alegria
 as cores das minhas flores,
O doce aroma do dia e a inspiração
        para a minha poesia!

AO DR. CARLOS ALBERTO PIRES PEREIRA, EU DEDICO  A MINHA SINGELA POESIA!




TROVAS 3

TROVAS  3                                                 (Vera Popoff)

Menina, eu lhe escrevo , com carinho!
pois nascestes , dentro do meu ninho.
Sem ti, eu sei, nada serei!
Por toda a minha vida eu te amarei!

A folha cai e forra todo o chão
Eu descanso e cochilo sobre este colchão!
Sonho contigo,  minha linda filha!
Acordo alegre, quase rindo
Avisto ao longe:- você vem vindo!

Cruzei esquinas, andei tantos caminhos.
Feri-me nos espinhos, mas colhi  a rosa
A alma acorda alegre e cheia de prosa
Chegou a hora de trovar feliz
Do jeito simples que você me diz!

FERI-ME NOS ESPINHOS, MAS COLHI A ROSA!

terça-feira, 16 de junho de 2015

VOU DESENHAR UM SOL

VOU  DESENHAR UM SOL                          (Vera Popoff)

De tarde, o passarinho trinou sentido,
O gato enrolou-se encolhido,
O cão acabrunhado estava espremido,
    num canto! Era o frio...
Pele manhã , o céu tão nublado!
O vento cortando a pele,
 a alma gelada suspira:
- Onde está o sol?
A friagem não me inspira,
A minha alegria expira.
Estarei  longe da minha Terra?
Na  minha Terra tem sol brilhando
Tem  sabiá  cantando
Tem claridade alumiando
Tem fruta no pé, pendurada,
amarela. adocicada!
O céu acinzentado,
com jeito de céu emburrado
nem parece o meu céu azulado!
O  teto da  vida está congelado!
Os campos esbranquiçados.
Que vontade de chorar!
Para aliviar a saudade
daquele sol reluzente,
vou desenhar o meu sol!
Colorir de amarelo , laranja
com seus raios fulgurantes,
imaginar o clarão
 no  esfriado coração!
Brincando de um faz de conta
faceira vou caminhar !
Como menina na praça
Dar bom dia  ao amigo que passa!
Nas mãos o  sol desenhado,
o  jardim  ornamentado ,
a árvore esverdeada.
O sol inventado parece tão renovado!
Na terna e linda harmonia
agora já sinto o calor!!
Meu sol já existe no  peito
outrora tão sem ardor!

FOTO DA FOTÓGRAFA DIRCE MITUUTI! OBRIGADA PELA COLABORAÇÃO, AMIGA!


segunda-feira, 15 de junho de 2015

DIA FRIO

DIA FRIO!                        (VERA POPOFF)

A manhã chegou nublada!
Garoa, friagem e a falta de coragem.
Depois do café com leite, uma saída
             lá fora!
Não segurei o frio com o pensamento,
Nem consegui atravessar entre as folhagens
             do meu quintal!
Meu riso tremeu e se escondeu.
Eu pretendia cantar o sol, mas o sol
             não me ouviu
 ficou emburrado em algum lugar!
Sonhos desbotados, energia encolhida,
faltavam -me  duas asas e também não
                não saí a voar ...
Vidros embaçados, movimento tolhido,
Não reconheço , nem mesmo , os meus passos!
Meu porvir sentiu muito frio!
Reclamei, resmunguei, quase chorei, mas...
vou esperar, para nascer de novo, na primavera!

GAROA, FRIAGEM E A FALTA DE CORAGEM!


domingo, 14 de junho de 2015

DIA QUINZE

DIA QUINZE                                   (VERA  POPOFF)


Quinze é um dia de louvor para mim!
Dia de festa para o meu coração!
Dia em que elevo-me e faço uma oração..
Nunca falo às Alturas com joelhos ao chão.
Não aprecio nenhum gesto de prostração!
Deus é grandeza , intimidade e alegria
Os céus sempre compreenderam a minha intenção!
Prefiro as falas silenciosas, mais leve, mais graciosas!
Em posição mais humana e confortável
No dia quinze eu celebro, na alma festiva,
dois nascimentos de grandeza e de beleza para
      a minha vida ,  que viveu tantas perdas,
                    alguns danos,
         que meu coração ainda sente,
mas que aprendeu  a suportar humildemente!
Num quinze de junho nascia NATÁLIA POPOFF!
N'outro quinze, agora de março, nascia FERNANDA!
Alguém colocou em minha vida dois anjos nascidos
                      no mesmo quinze!
Na coincidência onde se encontram esse dois amores,
          eu plantei sementes e colhi só flores
           O  céu e a terra me proporcionaram
           um grande motivo para meus louvores!


as doçuras, a alquimia dos sabores
que fazem-me, hoje, cantar os meus louvores!

                      no mesmo quinze!

LAMENTO

LAMENTO                                  (Vera Popoff)

Quando estou muda, estou pensando...
Pensamentos contentes e descontentes.
Coisa já vividas , já passadas, desacertadas.
Os choros já chorados são  novamente lamuriados!
Há o lamento pelo contentamento, hoje repousado.
A busca da ventura rasgada e arrebentada
        pelos vendavais da vida!
Mas o pensamento segue o seu caminho...
Quer deixar acordada a sua esperançada
alma, que já foi formosura e bebeu a doçura!

Perdas superadas são rememoradas.
Caem prantos pelos lutos há tanto tempo
           agonizados
           sepultados
  devidamente enlutados.
A pena paga , já resgatada,
parece voltar atormentada!
As cruzes d'antes  carregadas
ferem novamente os ombros
no ato do lamento destoado!

Na mudez procurada, os olhos choram..
As lágrimas umedecem o rosto.
Acordo do lamento e estendo a alma.
Deixo chover sobre ela as nuvens acumuladas!
Os prados são encharcados,
As nódoas são retiradas,
As lamúrias são carregadas.
Chega o cheiro do mato que destoa da tristeza.
O que resta, é num verso , retomar a beleza,
olhar  outros céus de maior grandeza!

Nasce um sol , um anjo toca o clarim e eu...
     não choro mais por mim!


FOTO DA FOTÓGRAFA DIRCE MITUUTI , QUE GENTILMENTE, ILUSTRA AS POESIAS!
DOMINGO

                                                ! (Vera Popoff)


Amanhece gloriosamente o domingo!
Há uma mágica alquimia do Universo no ar...
No domingo nossa alma fica indolente,...
pousada em recantos mais contentes!
O sol aparece com esplendor
vai dourando mundos bons e até os
mundos mais desolados!
Divagamos pelas vielas dos devaneios...
Acordamos envolvidos em doce languidez!
Não há tempo a ser marcado, nem minuto controlado,
nem compromisso firmado!
Tudo parece mais leve!
O cafezinho mais cheiroso
O momento adocicado
Tudo é mais apreciado!
Enquanto o domingo corre , o poeta discorre!
Naquela toada quieta, canta, canta...
o peito do cantador!
Seu canto só canta o amor, sua boca já exala
o suave aroma da flor!
E o dia da vida não exibe a fadiga!
Avançam os momentos enrolados
em ternuras raras
em alegrias mais caras!


HÁ UMA MÁGICA ALQUIMIA DO UNIVERSO NO AR!

sábado, 13 de junho de 2015

FRASES

FRASES                            (Vera Popoff)


"Todo lugar pode ser lindo quando carregamos a beleza dentro de nós!"
                                                                                                                   Vera Popoff
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"Nossas provas são do tamanho que somos ou fomos...um dia!
Que  nossos espíritos não se desmanchem em prantos, não se aborreçam com as dores!
Bem -vindas sejam as lições  que nos libertarão das enfermidades carregadas na alma!"
                                                                                                                    Vera Popoff
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"Corrigir, voltar atrás, pedir perdão são gestos de humildade! Com atitudes humildes poderemos adquirir sabedoria diante da vida. "                                            Vera Popoff

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" Ocupo o tempo com o bem!
Planto flor e trabalho como ninguém!
Cultivo a delicadeza
Não tenho tantas certezas!
Vivo junto da natureza e
respeito a conversa afiada
de toda pessoa amada!"                   
                                               Vera Popoff

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"Viver a alegria do amigo, consolar as suas dores, enxugar o seu pranto!! E tudo terá valido a pena!

                                                                                                                  Vera Popoff

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"Sem muita preocupação com as exigências, vamos trabalhando, superando as dificuldades,, evoluindo! Cada passo à frente, por pequeno que seja, é uma conquista!"

                                                                                                                 Vera Popoff
                                                                                                                                                    

sexta-feira, 12 de junho de 2015

DIA DOS NAMORADOS E A REALIDADE

DIA DOS NAMORADOS E A REALIDADE
                                                                         (Vera Popoff)

Dia nublado, frio de aconchego!
Aconchego???
A doce e gelada manhã oferecia...
            trabalho!
Nesse sublime encanto de viver no campo,
as mãos não param, o corpo se movimenta!
Passarinho espera a fruta no seu comedouro
           sob os galhos do ipê rosa!
O gato mia e o cão late!
A flor quer cuidados.
Como desabrochará a sua beleza
    se for abandonada?
As plantas já foram regadas?
A ração já foi comprada?
A varanda , com tapete de folhas caídas,
      já foi varrida?
As roseiras foram podadas?
A fome já foi saciada?
As novas mudas foram plantadas?
A espreguiçadeira vazia espera a hora
      do cafezinho coado
      e... da xícara lavada!
A sopa do jantar está preparada?
Que dia foi hoje, mesmo?
Que data foi comemorada?
Ahhhhhhhh....................
Ainda bem que nem foi lembrada!
Não curtimos datas  estabelecidas,
nem festejos com hora marcada!
Libertados das datas, vivemos suspirando
a rotina quieta, gostosa e até em versos
              poetada!

DATAS! PARA QUE SERVEM AS DATAS?

DATAS! PARA QUE SERVEM AS DATAS??
                                                                 (Vera Popoff)

E minha vida segue...
Sem que eu comemore uma data sequer!
Esqueci-me  e libertei-me de todas as datas!
Não há tédio em minha vida ,
não há  dor, nem mesmo desamor,
pelas datas não lembradas e não festejadas!
Não há , nem haverá desatenção...
Apenas , acho as datas, uma pálida,
vaga,  insonsa maneira de demonstrar
               um bem querer!

Não bebo do veneno do consumo,
das  loucas corridas atrás de mimos ,
da inquietação, do presente procurado
            e não encontrado!
O agrado  que ofereço é o sol do dia,
nascendo no meu coração e esbanjando
a luz mimosa e cheia  de calor!

Deus sabe o quanto quero a tantos!
O quanto venero presenças e lembranças!
      O quanto sinto as ausências!
  O quanto minha alma vive orvalhada
  e  circundada de carinhos a oferecer...
            Sem datas marcadas,
sem mesas de ostentação, sem surpresas,
mas com mãos estendidas, sorriso afetivo,
esmeros , cuidados e gesto emotivo!

Eu sou a mulher que suspira amores,
que se encanta com  auroras e crepúsculos,
que fica embevecida com a flor aberta,
com a brisa que afaga o rosto,
 com uma voz querida, com boca de riso,
 com as doçuras ditas , com as singelezas
                    e gentilezas!

Mas...datas comemoradas, festejadas,
esbanjadas, tão exaustivamente ostentadas,
deixo para quem gosta e inda se surpreende
com os esplendores  das luzes da ribalta!
EU SOU UMA MULHER QUE SUSPIRA AMORES, QUE SE ENCANTA COM AURORAS E CREPÚSCULOS!



quinta-feira, 11 de junho de 2015

UM SONHO DE AMOR

UM SONHO DE AMOR         (Vera Popoff)


      Vou deitar-me.
Os suaves sonhos  d'um amor
       esperam-me!
Dormirei n'alguma profundeza
       feita de ternura.
Nos meus secretos sonhos
eu sou a tua namorada...ainda!
Revolvo o pensamento e espero-te
num doce canto dos meus devaneios!
E tu chegas! Tão silencioso, tão bonito!
Veio acompanhar-me num passeio,
entre as floradas  das magnólias perfumadas.
Colocas o meu coração dentro do teu e
as tuas mãos atam-se  as  minhas!
Teus braços me enlaçam e partimos juntos,
num imaginar tão leve, que se evapora...
Venero a tua imagem e a mente já delira!
Cada noite da existência eu penso em ti,
que às vezes vem, para afagar meus seios
           Descanso nos teus braços...

Na manhã...se me encontrarem morta
com sorriso leve nos lábios gelados!
Esteja certo, meu amor, morri durante o sonho,
       beijando a tua boca!
A sedução desse delírio é que veio me matar!
Parti feliz, em êxtase, te amando!
                                                                                     

FRASES

FRASES

Retornar  de uma viagem de turismo é  colocar  o pé  na realidade!
Voltar ao nosso aconchego é bom, também!
Lá , cá ou acolá precisamos ser felizes.
E o lugar da felicidade é dentro do nosso coração!

AMOR DA BISAVÓ COM A BISNETA

DONA LOURDES E RAFAELA
BISAVÓ E BISNETA, UMA LIÇÃO DE AMOR!       (Vera Popoff)

É tão bonita!!
É tão bonita a cena que vejo!
Uma linda cena de amor!
Daquele amor doce e puro
Amor tão singelo, tão cheio de cor!
Amor com perfume de lírio, de flor!

Amor de carinho, de aconchego, de abraço!
Amor desenhado com belezura no traço!
Amor infinito como o Universo!
E para esse amor, eu escrevo um verso!
            Viva a vida
            Viva o amor!
Viva a Rafaela e a dona Lourdes!
Elas ensinam o mundo a amar!!!


DONA  LOURDES E RAFAELA  ENSINANDO O AMOR!





DIA VERDE

DIA VERDE      (Vera Popoff)

DIA VERDE
                         (Vera Popoff).
..
Ontem, o dia foi verde.
Pintado de verde esmeralda,
      de verde folha,
      de verde musgo
      e de verde verde!!
Tudo tão verde, que o tempo devia
ter parado naquele caminho verde,
      naquele momento verde,
      naquele galho verde plantado
          por mãos verdes!
O sol batia no verde e o verde
         ficava mais verde!!
Na palma da minha mão, sementes
de todas as texturas e de todas as flores...
esperavam ganhar a terra para tornarem-se
                   verdes!
                   verdes!
                   verdes!
E , lembrei-me dos seus olhos verdes...
         olhando o verde da Terra!
Um sorriso esperançoso esverdeou o mundo!

UM SORRISO ESPERANÇOSO ESVERDEOU O MUNDO

 

terça-feira, 9 de junho de 2015

AS CAIXINHAS

AS CAIXINHAS           (Vera Popoff)

Chamo alguém porque quero a presença
Busco abrigo para meu coração tão partido!
Corro remexer n'alguns sonhos.
Bulir nas lembranças , procurar nas caixinhas
acumuladas e bem guardadinhas
aqueles risonhos dias...

Quem diz que nada encontro?
As caixinhas, de cores pintadas
de flores desenhadas guardam relíquias
tão bem conservadas!

Nelas, um cheirinho suave ...
parece vindo da terra, alfazema, alecrim
pedacinhos sutis , de dentro de mim!
Dias que se eternizaram, que despertaram
a divindade existente num peito de mãe!
Ah...sentimento tão caro!
A existência bordada com as linhas
               mais raras
adormece feliz, sabendo que o despertar
             será  de saudade, mas
             também de remexer
na caixinha , onde guardo um amor de verdade!

DIA DOS NAMORADOS

DIA DOS NAMORADOS          (Vera Popoff)

Entrou a aurora...
Parecia doce e cheia de harmonia,
os primeiros raios de sol lambiam
com leveza a minha face, mas...
         eu estava só!
Bebi a água da fonte das lamúrias.

Entrou a tarde!
As rosas deliravam sua beleza,
todas as flores coravam ,
todas as aves trinavam,
todas as liras entoavam,
todas as vozes cantavam,
o sino da torre soava...
Os  anjos dançavam a canção do amor ,mas...
              eu estava tão só!
Bebi a água da fonte da solidão!

Esperei o crepúsculo!
Tudo parecia uma só poesia!
Minh'alma alçou voos,
subiu aos céus como incenso de mirra,
cheia de frescura e  esperança!
Elevei o pensamento e esperei...
               a noite!
Chegou sublime e enluarada!
Eu  permanecia  no meu sonho, sentada!
O desejo juvenil d'um beijo,
A voz já embargava,
a lágrima já rondava,
a esperança desesperançava.
A  dor e o desencanto já murmuravam...
Recostei-me. tão só!
Eu me lembro! Alguém entrou,
suavemente, docemente, tocou
meu corpo sedento de amor!
Ele voltou! Eu já não estava só!
Bebemos o vinho  da fonte dos apaixonados!

BEBEMOS O VINHO DA FONTE DOS APAIXONADOS


segunda-feira, 8 de junho de 2015

AS DUAS ALMAS

AS DUAS ALMAS        (VERA POPOFF)


Duas almas tecidas com os fios de ternura.
Duas almas que enriquecem outra alma.
Derramam flores , sorrisos, luz que ilumina
         a   outra alma cansada!
Uma  alma  tão desnudada da beleza de outrora!
Sem pompa, com sombras chegando, vivendo
               de glória passada!
Mas, duas almas luzindo um fulgor prateado,
se apercebem dos prantos da alma apagada.
Acendem o horizonte, inclinam  seus encantos
                   sublimes!
E a alma murchada,  ferida, já meio rasgada
          de dor, recebe carícias de amor!

Reacendem laivos de placidez, de centelhas
           d'uma estrela!
Quem sabe a estrela d'alva , trazendo um brilho juvenil
para a vetusta  alma que vislumbra , então,
                  mais anos de verdor!

EU SOU UMA ATRIZ

EU SOU UMA ATRIZ         (vERA POPOFF)

 Se a vida é uma comédia
eu sou uma atriz que faz rir.
Aquela,  que no palco não se enrola,
canta a canção esperada ,
dança conforme a música se desenrola!

Se a vida vira drama,
eu sou a atriz que ensaia o  choro,
que faz derramar o pranto do tormento,
que recolhe os gemidos dos tristes sentimentos.

No riso, eu perco a noção, o juízo.
No pranto, eu vivo o jugo da traição.
Sei fazer a viração... da larga  risada
para a tristeza devastada!

Atriz dos palcos da vida!
Cenas de todos os matizes,
cruéis, fortes , infelizes,
Risonhas, venturosas, ilusórias!

Num espetáculo, sou a filha da  desgraça!
N'outro, já nem padeço tanto!
Vivo a cena assemelhada às flores.
Outras... derrubada pelas dores!

Minhas falas exalam o perfume, ou...
o bafo da embriaguez que indigna.
Aperto mãos que me estendem ou...
sou a ingratidão que machuca e se arrepende!

Atriz dos palcos da vida...
Vivi a virgem ditosa,
Vivi a mulher formosa!
Encenei a fantasia do brilho
 e a decadência sem estilo!
Fui o riso e a lágrima.
Fui o lamento e o encantamento.
Beijei o beijo impuro
Andei atalho escuro.
Fui caprichosa e desditosa.
Sonhei tão castos sonhos!
Inebriei-me em pesadelos de aflição!
Banhei-me em pétalas perfumadas,
Enrolei- me em mortalhas esgarçadas!

Sou atriz dos palcos da vida
Começa o terceiro ato...


   

JARDINAGEM

JARDINAGEM 
 A jardinagem é uma das minhas paixões!
Quando vejo uma flor que desconheço o nome, a origem, fico pesquisando até obter informações.
A Crista de Galo é uma flor quase em desuso. Nos anos 80 ganhei algumas sementinhas e, desde então as cultivo . Todo ano as semeio e elas me brindam com sua beleza!>
Seu nome é CELOSIA  CRISTATA. Desaconselhado o cultivo, em locais muito frios, pois as baixas temperaturas atrapalham a sua floração.
O solo deve ser rico em nutrientes  como adubos orgânicos e a cobertura de folhas secas.
Após a floração, retiro as sementinhas e coloco as flores para  secar naturalmente. Ficam belíssimas para arranjos e guirlandas.
Seu ciclo é anual. A florada atinge sua mais impressionante beleza, no verão!



CRISTA DE GALO SECA NATURALMENTE

CRISTA DE GALO EM PLENA FLORADA

domingo, 7 de junho de 2015

DONA CELOSIA CRISTATA

DONA CELOSIA  CRISTATA     (Vera Popoff)

Lá pelos anos oitenta
presentearam-me com um papelzinho
dobradinho e redobrado como se fora
uma arte de origami.
Na frente, um manuscrito,
bem escrito: CELOSIA CRISTATA!
Deus meu! Será a semente d'um raro diamante
            ou de um pé de cristal?

Semeei. Esperei. Não cansei.
Não costumo cansar-me com plantas,
com sementes, com galhos!
Brotou! E  brotou  e brotou...
Uma a uma brotando, vivendo, desnudando
                o mistério!
Replantei, constatei :CRISTA DE GALO!!!.
 Tanta complicação com a DONA CELOSIA CRISTATA!

Crista de galo! Flor tecida no veludo,
torcida , retorcida, mimosa , exuberante,
           vaidosa e caprichosa!
Firmamos uma distinta parceria.
Desde então,  eu a cultivo e ela me motiva!
Dona Celosia Cristata, vulgo, Crista de Galo,
aparece, enternece, enrubesce, despede-se!
Junto as centenas de sementinhas ,
guardo bem guardadinhas em origamis
 singelos, sem arte, mas com a certeza
      da renascida beleza!



















          





A BUSCA

A  BUSCA        (Vera  Popoff)

Do sol, eu busco o brilho, o calor.
Do vento, eu busco a boa  nova.
Das nuvens, eu busco a chuva.
Do céu azul, eu busco a paz, a leveza.
Da mata, eu busco a energia.
Da solidão que me envolve, eu busco a quietude.
Do jasmineiro, eu busco o perfume.
Da rosa , eu busco a beleza.
Da amoreira do quintal, eu busco o gosto da infância.
De dentro do coração, eu busco a doçura.
Das lembranças, eu busco a real ternura.
Da hora pesada que desagrada, eu busco a força.
E d'algum mal, que às vezes abraça,  eu busco a fé,
                    a luz que desembaça,
                    as jorradas graças!
Da inquietude que mexe a minha alma ,
eu busco a devoção que enriquece,
a vontade da vida que insiste e permanece!

sábado, 6 de junho de 2015

NOSSAS MÃES


NOSSAS MÃES     (Vera Popoff)


Nossas mães não partem
a partida derradeira!
Permanecem...vivem no nosso coração...
a vida inteira!
E junto da linda lembrança,
acenamos ...com a esperança
do reencontro final!
Chegaremos rindo, falando e
cantarolando
as melodias tão belas
ensinadas por elas!


ESPERA-ME, MÃE! EU GHEGAREI SEGURANDO UMA FLOR!

CHEGADA E PARTIDA

CHEGADA E PARTIDA              (Vera Popoff)


Chega o dia da despedida!
Minh'alma  amanhece já meio
           escondida.
Pois ela, se assanha na chegada , mas...
     acabrunha-se na partida.

No intervalo entre a partida e
     mais uma chegada
Ocupo o espaço com o gerânio,
 a  madressilva e a  rosa
       desabrochada!

Tudo é questão de tempo, de espaço
            e lugar!
O momento é de paz, de saber
           esperar!
Meu coração vai acomodando o amor,
a ternura . a alegria, a ventura,
Logo chegará outro lindo dia
onde a brilhância do sol irradia!


Um dia vai , outro vem...
chegada vem, partida também!
Quem me dera acordar na chegada
E cochilar para não acenar na partida!!!


PLANTEI A MADRESSILVA, ELA SOBE NO TELHADO E EU ESPERO O GALHO DELA , ENTRAR NO MEU CORAÇÃO!

 

sexta-feira, 5 de junho de 2015

AMASSAR O PÃO

AMASSAR O PÃO          (Vera Popoff)


As mãos já não amassam seu  pão!
A  massa  já não é  amassada
      pelas nossa mãos.
As  mães já não passam
a herança da massa dos pães!
Amassadas , já encontramos as massas!
Onde fica a magia das bolhas da massa do pão?
O volume da massa, não vemos aumentado,
                dobrado!
A fermentação observada,
O prazer da massa amassada,
do crescimento aguardado,
do comentário delicado,
do forno esquentado ,
do cuidado esmerado,
do cheiro do pão caseiro assado,
do café coado,
da caneca branca na mesa
e da certeza da massa multiplicada,
por  Deus abençoada,
pelo Filho repartida,
pelos doze convidados, compartilhada.
Do  pão transformado em vida,
tão bem amassado nas mãos...
que se elevam numa direção
que não pode ter sido em vão!


O PÃO TRANSFORMADO EM VIDA, TÃO BEM AMASSADO NAS MÃOS!

TEMPO BOM

TEMPO BOM       (Vera  Popoff)

Poderia amanhecer um tempo melhor?
A cantiga que gosto já sei de cor
O passarinho singelo canta na janela
Está chamando: o café com leite está pronto!
Tem pão quente com manteiga!
-Acorda, menina meiga!

Como ficar indiferente?
Não  há no mundo tanta gente
que viva momento assim tão feliz
Sei disso porque um anjo me diz!

quinta-feira, 4 de junho de 2015

O CASULO

O  CASULO                (Vera  Popoff)

A  terra anunciava!
Eis chegada a primavera!
Os bichos trocavam sinais.
Os cantos? São sem iguais.
Com inveja da borboleta,
visitei a amoreira, procurando
         o seu lugar.
Confortada , aconcheguei-me!
Mas onde está a borboleta?
Se foi...
Enclausurei-me no casulo da lagarta...
Fios de seda enrolaram-me.
Ah, que toque suave!
Escondida no casulo,
vestida da pura seda,
não quero tão cedo ir embora!
Por que enfrentaria o mundo lá fora?
No casulo... o sonho d'uma lagarta...
Vestida de tanto viço,
um dia vou ser borboleta!
Voarei entre os cantos das aves,
no meio de tanta florada,
encantarei os olhares que passam
            pelas estrada!

UM DIA, VOU SER BORBOLETA, VOAREI ENTRE AS FLORADAS



   

quarta-feira, 3 de junho de 2015

O CREPÚSCULO

O CREPÚSCULO
                                (Vera Popoff)

Na melhor idade , ou...
na avançada idade
eu vejo deitar a noite!
No crepúsculo eu me aconchego!
Hora de meditar, de lembrar,
De buscar no meu céu
a estrela maior e fazê-la brilhar
          dentro do peito!
Ainda dá tempo! Ainda tem jeito!
A idade do brilho, não acabou.
Ainda há canto para cantar!
Ainda há encanto  para encantar!
      Com a estrela buscada
    há  uma magia encantada!
      Chegam os sonhos...
      Viajam os anjos...
Eu sinto a carícia da lua
beijando a minha face nua!
      Sem disfarce
ainda há uma beleza
    que se insinua!

FOTO DA FOTÓGRAFA DIRCE MITUUTI SOB O TÍTULO: LUAR FANTÁSTICO!

PARA MINHA FILHA FERNANDA QUE VEM PARA CASA NO FERIADO

PARA MINHA FILHA FERNANDA, ESPERANDO A SUA CHEGADA , NO FERIADO!

DIA ESPERADO        (Vera Popoff)

E chega o dia esperado!
Coração já está preparado!
Mãos de mãe, enternecidas
Esperam a hora do agrado!

O meu pensamento embalança
nos galhos da laranjeira!
A filha esperada chegando...
Comida no fogo esperando...
O perfume doce exalando
na alma  da mãe que canta
a canção do terno acalanto!

Ai, delícia de vida!
nem me importo com a lida!
A minha poesia é relida
nos voos da imaginação
que segura , com amor,
o seu belo coração!

CANTIGA DA VELHA MENINA

CANTIGA DA VELHA MENINA
                                                         (Vera Popoff)


A vida vai transbordando!
Despencam lindos brotos  brotados
no  coração! É brotação , é floração!
São  aromas exalando. São jardins tão
delicados, tão afortunados!
A idade contada no tempo
pouco importa , no momento!
Sem numerar as rugas do rosto,
Sem importar-me com as mãos já cansadas,
apoio-me , debruçada na janela,
onde pendem os gerânios
em viçosas flores belas!!

 E passa uma borboleta...
Eu sinto inveja das asas pintadas
        das várias cores!
Almejo voar com ela!
Mas ela, voa  depressa!
Não pude bater minhas asas
para voar  junto dela!

Mas meu peito não padece.
Ele jamais esquece
que voará quando queira
sem sair ali da beira
daquela janela em flor!
Gerânios por toda parte!
Saem, descem a ladeira,
Seguem enfeitando a vida,
mesmo um pouco envelhecida,
mas de sonhos, enriquecida!

Canta a velha menina,
Banha-se no suave  orvalho,
Senta-se sob o carvalho.
Na ilusão sem medida, delira!
Ouve a brisa,  que em seu louvor,
     toca uma linda lira!

GERÂNIOS POR TODA PARTE! SAEM, DESCEM A LADEIRA, SEGUEM ENFEITANDO A VIDA!