segunda-feira, 21 de setembro de 2015

O GRANDE ENGANO

O GRANDE ENGANO
                       Vera Popoff

O derradeiro arrependimento
Chegou sem data de vencimento.
Não adianta , a decisão foi tomada
Não foi decisão acertada
Deus , como foi equivocada!
Sinceramente, a mais desastrada!
Mas o que está feito, está feito!
Não vejo solução ou jeito.
Se houvesse conserto, seria consertada
Se eu enxergasse um arranjo,
       seria arranjada
Se eu avistasse uma luz, seria
 a escuridão, iluminada!
Se eu tivesse um imenso poder,
riscaria o dia vivido
Meu coração não teria parido
         tal engano!
Desfraldaria toda a coragem
e voltaria atrás. Andaria de fasto,
pisaria sem dó  o momento infausto!
Arrancaria do peito aquela dor,
aquele gemido repetido
aquele mal entendido!
Oh, escolha, pela sina , imposta!
E eu, tremendo fraqueza,
   tornei permitida!
De nada  serviu-me o livre-arbítrio
Se na encruzilhada mais escura
não avistei estrela augusta.
Um dia que seria inspirado e ditoso
Virou dia amargurado e custoso!
No quarto do padecimento
tranco-me e vivo o tormento!
Busco um ermo retiro
Solto, quando quero, todos os suspiros!
De Deus, já não espero a graça
que tal engano se desfaça!

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