COMENTÁRIO
Nossa, como tenho sonhado ao longo dos sessenta e seis anos já vividos! E tenho sonhado grande !! Meus sonhos começaram em 1966 ,quando tomei consciência da situação do país! Daí, para as reuniões clandestinas, os riscos enfrentados, a dor de perder amigos , que desapareceram e jamais voltei a vê-los.
Depois , a resolução de desistir da linha de frente, preocupada com minha mãe , cuja saúde era frágil! Uma noite , ela disse-me com a voz saída da alma :-" Se uma noite dessas , você não voltar para casa, eu morrerei!"
Foi o bastante para eu sentir medo, por ela ! Por mim, nunca tive medo!
Depois vieram decisões particulares, casamento, filhas, profissão, etc. No movimento Diretas Já , voltei com um entusiasmo exuberante ! Participei de passeatas, da Democracia Corinthiana, de reuniões com Suplicy e por aí...
Mas veio um período que estava fora dos meus sonhos: Tancredo Neves e a glamourização da doença, as fotos no hospital , montadinhas , tendo o netinho bonzinho ao lado! Sarney!!!!!! Dose cavalar!
A eleição de Collor e a tragédia anunciada, aguentando a exibição da Casa da Dinda, madame gastadeira, rede globo noticiando o cardápio, as caminhadas, o desodorante que o homem usava, o vestido,a cueca, o pijama, a camiseta com frases de efeito. E meus enjoos!! Uma náusea a cada notícia! Foi quando deixei de ver a globo e jamais voltei!
E as crianças morrendo à mingua, os médios empresários falidos, a poupança conseguida durante anos, surrupiada, a desesperança e Itamar Franco!
Mas viria o pior... FHC , intelectual de mentirinha, caráter de mentirinha, competência de mentirinha, governo de mentirinha, honestidade de mentirinha, professor de mentirinha, brasileiro de mentirinha!
Sua única verdade era o próprio enriquecimento! A entrega do Brasil aos gringos, a safadeza, o isolamento do povo desfavorecido, a morte de milhares de inocentes pela fome e pela sede. E o príncipe fazendo de conta que nada via ! Afinal, não passavam de um " bando de caipiras vagabundos!"
E chega o LULA!!!!
Muda tudo! Destrói a fome assassina, governa para todos e por todos , transpira ao lado da sua gente, eleva o brasileiro à condição humana e respeitada, aumenta os bancos das universidades e neles , faz sentar os negros, os antigos famintos, coloca a "caipirada toda" dentro dos aviões , com asas abertas, ganhando espaços!
Valha-me , Deus! Olha o meu sonho que virou verdade!"(Vera Popoff)
domingo, 31 de janeiro de 2016
O PECADO
O PECADO
Vera Popoff
Há um pecado sem perdão
Um pecado que não merece
absolvição!
Um pecado tão pesadamente
grave,
que na vida do pecador é um entrave!
O maior pecado de todos!
O pior engano cometido
A mais grave afronta , jamais permitida
e sem chance ...de ser compreendida!
É o pecado de nascer pobre,
homem de nome pequeno,
com coração , mas sem brasão!
É o pecado de ter sido parido
entre os oprimidos!
Condenado à vida sombria
sem direito ao sonho e qualquer fantasia!
É o pecado de não possuir
título de doutor e não ser elegante!
Não ter pedigree ou grife, é o bastante!
É o pecado de ter nascido no andar de baixo
A sentença??? Jamais galgarás degraus!
É proibido crescer , ascender, brilhar
e iluminar!
A sentença é perpétua!
Nem invente de sonhar, pois
irão te hostilizar!
Tua mão de calos , maltratada
Será o teu cartão de apresentação
Haverá sempre de lembrar-te
-Aqui não entras, pois não possui
sofisticação!
Vera Popoff
Há um pecado sem perdão
Um pecado que não merece
absolvição!
Um pecado tão pesadamente
grave,
que na vida do pecador é um entrave!
O maior pecado de todos!
O pior engano cometido
A mais grave afronta , jamais permitida
e sem chance ...de ser compreendida!
É o pecado de nascer pobre,
homem de nome pequeno,
com coração , mas sem brasão!
É o pecado de ter sido parido
entre os oprimidos!
Condenado à vida sombria
sem direito ao sonho e qualquer fantasia!
É o pecado de não possuir
título de doutor e não ser elegante!
Não ter pedigree ou grife, é o bastante!
É o pecado de ter nascido no andar de baixo
A sentença??? Jamais galgarás degraus!
É proibido crescer , ascender, brilhar
e iluminar!
A sentença é perpétua!
Nem invente de sonhar, pois
irão te hostilizar!
Tua mão de calos , maltratada
Será o teu cartão de apresentação
Haverá sempre de lembrar-te
-Aqui não entras, pois não possui
sofisticação!
MADRESSILVAS
MADRESSILVAS
Vera Popoff
Tudo no controle da alma
que se ilude com as flores
E que camufla as dores!
Madressilvas , rosas e
hortênsias!
Margaridas , gerânios e
pimentas
Enfeitam e brincam diante
dos olhos
Seguimos...semeando e
esperando
Os sonhos que um a um,
vão se apagando!
Vera Popoff
Tudo no controle da alma
que se ilude com as flores
E que camufla as dores!
Madressilvas , rosas e
hortênsias!
Margaridas , gerânios e
pimentas
Enfeitam e brincam diante
dos olhos
Seguimos...semeando e
esperando
Os sonhos que um a um,
vão se apagando!
REALIDADES
REALIDADES
Vera Popoff
Realidades não amaciam!
São ásperas e nervosas!!
Brincamos de faz de conta
E uma luz...quase desponta
E fingimos contentamento
Mas as saudades insistem
e atormentam!
Somos camaleões e nos
fantasiamos
Conforme a dor sentida
De acordo com a coragem
exigida!
Entramos na ilusão e
enganamos nosso coração!
Vera Popoff
Realidades não amaciam!
São ásperas e nervosas!!
Brincamos de faz de conta
E uma luz...quase desponta
E fingimos contentamento
Mas as saudades insistem
e atormentam!
Somos camaleões e nos
fantasiamos
Conforme a dor sentida
De acordo com a coragem
exigida!
Entramos na ilusão e
enganamos nosso coração!
FRASES
FRASES
Vera Popoff
Ah...as dificuldades!
Foram grandes e tantas,
fizeram-me forte, mas
cansaram-me tanto!!
Ah...as facilidades!
Foram tão pequenas e poucas!
esqueci-me de todas elas!!
Vera Popoff
Ah...as dificuldades!
Foram grandes e tantas,
fizeram-me forte, mas
cansaram-me tanto!!
Ah...as facilidades!
Foram tão pequenas e poucas!
esqueci-me de todas elas!!
DE FÉRIAS
DE FÉRIAS
Vera Popoff
Vera Popoff
Estou entrando em férias!
Férias de mim, férias de ti!
Férias de nós e até de Vós,...
Senhor!
Dou-Te um sossego,
esqueço os meus poucos apegos!
Férias do tempo corrido e
das sementes lançadas!
Não quero pensar em nada!
Vou me entupir de preguiça
e embriagar-me do licor
da indolência!
Ainda que tudo pareça
uma grande indescência!
Férias merecidas e pela alma
reconhecidas!
Fecho o caderno já escrito
Desligo fios e antenas
Guardo a roupa de festa
E o sapato da missa
Apago a vela da santa
Oração , agora, só na
Semana Santa!
Férias do pensamento,
Vera Popoff
DE FÉRIAS
Vera Popoff
Estou entrando em férias!
Férias de mim, férias de ti!
Férias de nós e até de Vós,...
Senhor!
Dou-Te um sossego,
esqueço os meus poucos apegos!
Férias do tempo corrido e
das sementes lançadas!
Não quero pensar em nada!
Vou me entupir de preguiça
e embriagar-me do licor
da indolência!
Ainda que tudo pareça
uma grande indescência!
Férias merecidas e pela alma
reconhecidas!
Fecho o caderno já escrito
Desligo fios e antenas
Guardo a roupa de festa
E o sapato da missa
Apago a vela da santa
Oração , agora, só na
Semana Santa!
Férias do pensamento,
das dívidas , contas e pagamentos!
Férias de amargos momentos
Férias de todas as notícias malfadadas
Férias de todas as notícias malfadadas
e das conversas fiadas!
Leituras? Só sobre as doces viagens à lua!
O planeta já me cansou!
Gira em si mesmo
Sem causar nem vertigem!!
Dá voltas em volta do sol,
mas deixa os corações ,
cada dia mais frios!
Sem arrebol!!
Ah... não há quem aguente!
Sem os arrepios... nas sensações
presentes .
Enfim...as férias de tudo e do nada
Dias sem almejar , sem contar,
sem poetar, sem pensar!
Férias até de sonhar...
Perambular...mesmo que seja
sem sair do lugar!
Leituras? Só sobre as doces viagens à lua!
O planeta já me cansou!
Gira em si mesmo
Sem causar nem vertigem!!
Dá voltas em volta do sol,
mas deixa os corações ,
cada dia mais frios!
Sem arrebol!!
Ah... não há quem aguente!
Sem os arrepios... nas sensações
presentes .
Enfim...as férias de tudo e do nada
Dias sem almejar , sem contar,
sem poetar, sem pensar!
Férias até de sonhar...
Perambular...mesmo que seja
sem sair do lugar!
LOUCA
LOUCA
Vera Popoff
LOUCA
Vera Popoff
Vera Popoff
LOUCA
Vera Popoff
Aqui está uma louca
que ousa sonhar, teima em acreditar!
Uma louca impertinente
que insiste em falar
quando o mundo é de calar!
Um alma imaginosa
que a vida, fantasia !
Tinhosa...escreve poesia!
Aqui está uma louca,
que enxerga a existência, como poucas!
Dorme com SHAKESPEARE
Acorda com Camões
Se diverte com Drummont
Enamora-se de Pablo Neruda
Suspira com o Fernando
aquela linda Pessoa!
que ousa sonhar, teima em acreditar!
Uma louca impertinente
que insiste em falar
quando o mundo é de calar!
Um alma imaginosa
que a vida, fantasia !
Tinhosa...escreve poesia!
Aqui está uma louca,
que enxerga a existência, como poucas!
Dorme com SHAKESPEARE
Acorda com Camões
Se diverte com Drummont
Enamora-se de Pablo Neruda
Suspira com o Fernando
aquela linda Pessoa!
FRASES
FRASE
Preciso viver iludida. A realidade é opaca, chata e dura demais! As ilusões me impulsionam!
(Vera Popoff)
Preciso viver iludida. A realidade é opaca, chata e dura demais! As ilusões me impulsionam!
(Vera Popoff)
sábado, 30 de janeiro de 2016
UM AMONTOADO
Um amontoado
Vera Popoff
Eu sou um amontoado de emoções!
Mais que isso, sou um amontoado de sonhos......
vividos, esquecidos, relidos, repetidos!
Sou um amontoado de insensatez
porque fui jogando pelo caminho
o que era chato e sensato demais!
Pensando bem...sou um amontoado de contradições
Ah...não importa-me andar na linha,
seguir preceitos, repetir conceitos!
Sou um amontoado de utópicas convicções!
Ainda acredito no outro... no tempo da desconfiança!
Aceito o outro...no tempo da intolerância!
Olho os olhos do outro...no tempo das cegueiras pérfidas!
Disseram-me que sou um amontoado de loucuras!
Acreditei! Pois faço meus versos
e vivo a poesia , num tempo da rudeza em demasia!
Deram-me um veredito:-
-Condenada! A sentença marcada!
Anos de liberdade , de luta, de suor
na labuta
em busca daquele mundo
no coração desenhado
no imaginário arquitetado
no pensamento já construído!
Vera Popoff
Eu sou um amontoado de emoções!
Mais que isso, sou um amontoado de sonhos......
vividos, esquecidos, relidos, repetidos!
Sou um amontoado de insensatez
porque fui jogando pelo caminho
o que era chato e sensato demais!
Pensando bem...sou um amontoado de contradições
Ah...não importa-me andar na linha,
seguir preceitos, repetir conceitos!
Sou um amontoado de utópicas convicções!
Ainda acredito no outro... no tempo da desconfiança!
Aceito o outro...no tempo da intolerância!
Olho os olhos do outro...no tempo das cegueiras pérfidas!
Disseram-me que sou um amontoado de loucuras!
Acreditei! Pois faço meus versos
e vivo a poesia , num tempo da rudeza em demasia!
Deram-me um veredito:-
-Condenada! A sentença marcada!
Anos de liberdade , de luta, de suor
na labuta
em busca daquele mundo
no coração desenhado
no imaginário arquitetado
no pensamento já construído!
AVISARAM-ME
AVISARAM-ME
Vera Popoff
Bem que avisaram-me:
- Não insista no lirismo da poesia
O mundo vive a hipocrisia...
Escrever sinceros versos
nas linhas do seu coração,
será quase uma heresia!
Poderá lhe causar decepção!
Ora, quem avisa, nem sempre
amigo é!
Insisti na rima possível
Persisti na poesia singela
Debrucei -me na janela
E cantei a lua ...prateando a noite
As estrelas cavalgando no céu
A saudade dele gritando na
minha solidão
E os sonhos colorindo
o amanhecer nublado
E a esperança chovendo
no campo triste e devastado!
Vera Popoff
Bem que avisaram-me:
- Não insista no lirismo da poesia
O mundo vive a hipocrisia...
Escrever sinceros versos
nas linhas do seu coração,
será quase uma heresia!
Poderá lhe causar decepção!
Ora, quem avisa, nem sempre
amigo é!
Insisti na rima possível
Persisti na poesia singela
Debrucei -me na janela
E cantei a lua ...prateando a noite
As estrelas cavalgando no céu
A saudade dele gritando na
minha solidão
E os sonhos colorindo
o amanhecer nublado
E a esperança chovendo
no campo triste e devastado!
FOTO DA FOTÓGRAFA DIRCE MITUUTI |
quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
SELVA DE CIMENTO
SELVA DE CIMENTO
Vera Popoff
Da janela...o cinza!
Duro cinza do cimento nada inspirador!
Onde vou buscar os versos?
Tudo é áspero , não enxergo o céu
Como pensar na poesia
se a visão esconde a alegria?
Um passarinho insiste na suavidade
Abre as asinhas tão leves, pequenas ,
pousa num fio e faz ninho no poste!
Em tamanha sisudez ,murcha-se a flor desenhada
Endurece-se a fronde da árvore que foi cimentada.
O chão , sem leveza, de asfalto desacautelado ,
machucam meus pés!
Atenta , não permito o asfalto na alma
Tanta rudeza endureceria a minha calma
Busco , com desespero , a singeleza!
Hei de encontrar , se desenhar de ternura
a minha pouca certeza!
Os olhos atentos procuram detalhes...
O coração treme , ao som estridor,
da cidade de pedra
Mas ralho com ele :- "nada de temor, coração!"
-Dentro de ti , há o poder da invenção
-Inventa , usando a esperteza,
uma fábrica de sonho e beleza!
Vera Popoff
Da janela...o cinza!
Duro cinza do cimento nada inspirador!
Onde vou buscar os versos?
Tudo é áspero , não enxergo o céu
Como pensar na poesia
se a visão esconde a alegria?
Um passarinho insiste na suavidade
Abre as asinhas tão leves, pequenas ,
pousa num fio e faz ninho no poste!
Em tamanha sisudez ,murcha-se a flor desenhada
Endurece-se a fronde da árvore que foi cimentada.
O chão , sem leveza, de asfalto desacautelado ,
machucam meus pés!
Atenta , não permito o asfalto na alma
Tanta rudeza endureceria a minha calma
Busco , com desespero , a singeleza!
Hei de encontrar , se desenhar de ternura
a minha pouca certeza!
Os olhos atentos procuram detalhes...
O coração treme , ao som estridor,
da cidade de pedra
Mas ralho com ele :- "nada de temor, coração!"
-Dentro de ti , há o poder da invenção
-Inventa , usando a esperteza,
uma fábrica de sonho e beleza!
terça-feira, 26 de janeiro de 2016
ANDANÇA À TOA
ANDANÇA À TOA
Vera Popoff
A andança descompromissada...
A alma sossegada e avoada
a asa na ponta do pés !
Gostoso é andar à toa
Fingindo que a vida é boa
Em linha ou em zigue zague.
Sem procura e sem pressa
Sem atenção ao trajeto
A andança sem arrependimento
Jogados fora , os tormentos !
Tirar a alma pra fora
Escancarar a alegria contida
Esbanjar a felicidade
Esquecer do tempo, da idade
Piscar para a estrela do céu
Atirar todo medo ao leu
Enxergar a ilusão perdida,
bem ali ao alcance de mim
Viver gostoso é assim!
O vento abanando o suor
A lua sendo o meu guia
A noite sem nenhum pudor
Nem lembrar que existe a dor
Aventurar o pensamento
Fazer verso livre , sem importar-se
com a gramática.
Tendo como a única temática,
O amor , o suspiro alongado,
a mesmice do olhar enamorado,
o gosto do beijo adocicado!
A andança à toa ...
como é tão boa!
Vera Popoff
A andança descompromissada...
A alma sossegada e avoada
a asa na ponta do pés !
Gostoso é andar à toa
Fingindo que a vida é boa
Em linha ou em zigue zague.
Sem procura e sem pressa
Sem atenção ao trajeto
A andança sem arrependimento
Jogados fora , os tormentos !
Tirar a alma pra fora
Escancarar a alegria contida
Esbanjar a felicidade
Esquecer do tempo, da idade
Piscar para a estrela do céu
Atirar todo medo ao leu
Enxergar a ilusão perdida,
bem ali ao alcance de mim
Viver gostoso é assim!
O vento abanando o suor
A lua sendo o meu guia
A noite sem nenhum pudor
Nem lembrar que existe a dor
Aventurar o pensamento
Fazer verso livre , sem importar-se
com a gramática.
Tendo como a única temática,
O amor , o suspiro alongado,
a mesmice do olhar enamorado,
o gosto do beijo adocicado!
A andança à toa ...
como é tão boa!
CORAÇÃO NO COMPASSO
Doutor Carlos Alberto Pires Pereira, desculpa aí!! O senhor é que recomenda a caminhada compassada, a cadência marcada, a preguiça guardada! Varrer, passar o rodo, lavar, passar,
rastelar, são movimentos que o coração não reconhece! O coração é impertinente e só como passo marcado, fica contente!
CORAÇÃO NO COMPASSO
Vera Popoff
A ordem do dia , é caminhar
Mesmo quando a vontade é parar,
espreguiçar, ressonar e sonhar!
Caminhar com cadência...
O coração bate continência e
não dá trégua ao meu sossego!
O coração anda impertinente
Com mania da modernidade
Não reconhece o movimento
que desliza o rodo,
o esforço do chão varrido
ou da roupa lavada e estendida
Só responde e assimila
as passadas coordenadas!
Não aceita o movimento livre,
sem marcação, feito com devoção!
Fica atento se caminho
olhando a vida
Se paro numa trombada , na dividida
Se disperso e olho a rosa,
se paro na boa prosa
Se o ritmo é determinado,
como foi recomendado!
Eita coração danado!
Percebe o passo enganado!
Para quem é distraído...cuidado!
O coração não perdoa a divagação.
A caminhada seguida , os minutos contados,
o tempo marcado , o passo acelerado
é o que manda o coração!
Parar para o azul céu, apreciar?
Nem pensar..
Um tempo reservado
para um suco, o chá , o café?
O coração grita:-OLÉ!!
Vai o passo retomado
a batida tum tum tum !
A pressa sem gosto de festa.
-Atenção ao sedentarismo!
Grita o Doutor Modismo
Coloca os passos em dia
Cuidado com a taquicardia,
previna a arritmia !
rastelar, são movimentos que o coração não reconhece! O coração é impertinente e só como passo marcado, fica contente!
CORAÇÃO NO COMPASSO
Vera Popoff
A ordem do dia , é caminhar
Mesmo quando a vontade é parar,
espreguiçar, ressonar e sonhar!
Caminhar com cadência...
O coração bate continência e
não dá trégua ao meu sossego!
O coração anda impertinente
Com mania da modernidade
Não reconhece o movimento
que desliza o rodo,
o esforço do chão varrido
ou da roupa lavada e estendida
Só responde e assimila
as passadas coordenadas!
Não aceita o movimento livre,
sem marcação, feito com devoção!
Fica atento se caminho
olhando a vida
Se paro numa trombada , na dividida
Se disperso e olho a rosa,
se paro na boa prosa
Se o ritmo é determinado,
como foi recomendado!
Eita coração danado!
Percebe o passo enganado!
Para quem é distraído...cuidado!
O coração não perdoa a divagação.
A caminhada seguida , os minutos contados,
o tempo marcado , o passo acelerado
é o que manda o coração!
Parar para o azul céu, apreciar?
Nem pensar..
Um tempo reservado
para um suco, o chá , o café?
O coração grita:-OLÉ!!
Vai o passo retomado
a batida tum tum tum !
A pressa sem gosto de festa.
-Atenção ao sedentarismo!
Grita o Doutor Modismo
Coloca os passos em dia
Cuidado com a taquicardia,
previna a arritmia !
PORTA DO PARAÍSO
"Tu és Pedro e sobre esta pedra edificareis minha igreja" foi o recado. Por isso, o apóstolo foi chamado de "pescador de homens", tornou-se o primeiro papa e morreu em 29 de junho. Depois de sua morte, São Pedro, segundo os católicos, foi nomeado chaveiro do céu. Assim, para entrar no paraíso, é necessário que o santo abra as portas. "
PORTA DO PARAÍSO
Vera Popoff
Com pequeno e curto juízo
Não mereço o paraíso
Não fui tão má criação
Mas tenho tantos defeitos
Que a porta não se abrirá!
E São Pedro, com a chave guardada ,dirá:
-Mulher , perguntaste demais ,
-Duvidaste demais,
-Com as ordens dadas, teimaste demais!
Com a porta sem frestas e fechada
Não ficarei desanimada, nem mesmo
decepcionada!
Aqui com os meus botões...
Não era pra interrogar?
Por que o Criador desenhou
Na minha massa encefálica,
tantos pontos de interrogação????????????
O que está feito , está feito
Darei voltas , meio sem jeito,
Nem mesmo pedirei perdão!
Para dizer a verdade,
Não combino com o paraíso
E não sairei no prejuízo.
Continuarei a perambular...
Um bom lugar, O Criador há de achar
Onde eu possa pensar , duvidar e interrogar!
IMAGENS
IMAGENS
VERA POPOFF
O olho na rosa é a suavidade do dia
O rosto na brisa é o prenúncio da alegria
A perna no movimento é o caminho da energia
A imagem no espelho é a ilusão da beleza
As mãos na coordenação é a criação
O pensamento na dúvida é a grandeza da incerteza
A boca no sorriso é um passo ao paraíso
A inquietude no tédio é a dose certa do remédio
A cabeça na fantasia é o colorido na melancolia
O desapego do egoísmo é a saída do abismo
A tela na paisagem é a garantia d'um horizonte
A alma abrigando asas é o passeio irreal nas nuvens
O sonho na realidade á a cura do mal da idade
O ouvido na sinfonia é a inspiração de uma poesia
A noite mostrando a lua é a imaginação voando nua
A intuição no coração é um alerta à emoção
A vidraça na chuva é a esperança de campos verdes
O sono à luz da vida é a partida anunciada
A ilusão agonizada é a obra inacabada.
VERA POPOFF
O olho na rosa é a suavidade do dia
O rosto na brisa é o prenúncio da alegria
A perna no movimento é o caminho da energia
A imagem no espelho é a ilusão da beleza
As mãos na coordenação é a criação
O pensamento na dúvida é a grandeza da incerteza
A boca no sorriso é um passo ao paraíso
A inquietude no tédio é a dose certa do remédio
A cabeça na fantasia é o colorido na melancolia
O desapego do egoísmo é a saída do abismo
A tela na paisagem é a garantia d'um horizonte
A alma abrigando asas é o passeio irreal nas nuvens
O sonho na realidade á a cura do mal da idade
O ouvido na sinfonia é a inspiração de uma poesia
A noite mostrando a lua é a imaginação voando nua
A intuição no coração é um alerta à emoção
A vidraça na chuva é a esperança de campos verdes
O sono à luz da vida é a partida anunciada
A ilusão agonizada é a obra inacabada.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
É ASSIM
É ASSIM
Vera Popoff
É assim !
Quando o corpo te limita,
pesa , estanca, trava e diminui
o teu espaço!
É assim ! Quando teus passos
são estreitos
Não te levam onde desejas
já não respondem o que anseias .
É assim
quando os caminhos se apequenam,
os horizontes ficam cada vez mais longe!
Então , é a vez da tua alma agigantar-se!
Voar leve e solta à frente dos teus pés
Apressar os teus passos e desbravar...
os encantos contidos nos teus sonhos!
Tornar-se a andorinha que num voo
encontra o céu!
É chegada a hora da transcendência!
Sublimada, ascende , cresce, suplanta
e extrapola!
Esquece a limitação que enfraquece
e desola!
Amplia o mundo, que teus pés, apequenou,
Soa no coração a sinfonia mais vibrante!
Tchaikovsky , número seis, Patética!
Aprecia os detalhes e sua estética,
Vibra com as cores e agradece a tua alma,
com seus favores.
Descansa os pés e o corpo , onde a dor dói!
Da rede , na tarde macilenta,
destrava a tua alma e acredita...
ela te trará os campos verdes,
o botão desabrochado, te fará
esquecer o tempo, a idade ,
envolvendo-te no perfume da liberdade!
Vera Popoff
É assim !
Quando o corpo te limita,
pesa , estanca, trava e diminui
o teu espaço!
É assim ! Quando teus passos
são estreitos
Não te levam onde desejas
já não respondem o que anseias .
É assim
quando os caminhos se apequenam,
os horizontes ficam cada vez mais longe!
Então , é a vez da tua alma agigantar-se!
Voar leve e solta à frente dos teus pés
Apressar os teus passos e desbravar...
os encantos contidos nos teus sonhos!
Tornar-se a andorinha que num voo
encontra o céu!
É chegada a hora da transcendência!
Sublimada, ascende , cresce, suplanta
e extrapola!
Esquece a limitação que enfraquece
e desola!
Amplia o mundo, que teus pés, apequenou,
Soa no coração a sinfonia mais vibrante!
Tchaikovsky , número seis, Patética!
Aprecia os detalhes e sua estética,
Vibra com as cores e agradece a tua alma,
com seus favores.
Descansa os pés e o corpo , onde a dor dói!
Da rede , na tarde macilenta,
destrava a tua alma e acredita...
ela te trará os campos verdes,
o botão desabrochado, te fará
esquecer o tempo, a idade ,
envolvendo-te no perfume da liberdade!
domingo, 24 de janeiro de 2016
AVENIDA PAULISTA
AVENIDA PAULISTA
Vera Popoff
Em 22/01/2016 levei o primeiro tombo do ano. O tombo inaugural, já que consigo cair oito a dez vezes a cada doze meses.. Minha filha disse-me que há uma explicação sobre pessoas que caem muito. Nada posso dizer , pois nada pesquisei.
A queda rendeu-me o joelho ralado e mais inchado do que normalmente o é.
Domingo, apesar do desconforto , resolvi fazer uma caminhada pela Avenida Paulista, localizada em uma das regiões mais elevadas da cidade, chamada Espigão da Paulista.
São aproximadamente 2800 metros de comprimento , com duzentos mil moradores ,centro financeiro e empresarial mais importante do Brasil, o metro quadrado caríssimo, etc. etc.
Verdade , verdadeira, nenhum dos dados mencionados mexem com o meu coração e nem com minha situação financeira.
Queria ver a Paulista aos domingos. Fechada ao tráfego, fechada às contas bancárias , fechada aos investidores , fechada para qualquer chatice!
Aberta para o lazer, para os encontros e reencontros , para a parte lúdica da vida. Aberta para as pessoas , que carecem de áreas agradáveis , aos finais de semana , como forma de abastecimento da energia gasta na lida .
Caminhei , até com desenvoltura , os primeiros 2800 metros. Na volta , comecei a sentir dificuldade para caminhar. Vagarosamente, arrastava a perna queixosa. Ah... foi quando a minha alma soltou-se!
Acionou as asas livres e começou a voar na frente das pernas...E numa avidez tal, que não perdia nenhum detalhe . Músicos e artesãos , contadores de histórias que reuniam crianças a sua volta, pintores e imitadores de Elvis Presley, Demônios da Garoa, bicicletas, carrinhos de bebes, senhorinhas , como eu, de cabelos branquinhos , viajando naquela festa popular.
Sorrisos que caiam das bocas ,eram gentilmente recolhidos pelas outras bocas. Acenos de cabeça e de mãos!
Picolés coloridos desfilavam seus sabores pela passarela . Cafés e livrarias , papos improvisados e comentários, acolhendo a iniciativa do passeio livre, democrático, alegre e tão humano.
E a alma voando na frente dos pés, fingiu-se criança e perdeu a timidez! Quase embarcou num skate e deslizou sob o céu ! Já não media a avenida em metros, mas em minutos de extremo prazer. Foi uma tarde feliz , onde o melhor foi recolhido para dentro do peito ! Falando sério, a dor no joelho é bem mais fácil de aguentar do que a dor da alma. E esta , estava novinha em folha! Obrigada aí...vida!
Vera Popoff
Em 22/01/2016 levei o primeiro tombo do ano. O tombo inaugural, já que consigo cair oito a dez vezes a cada doze meses.. Minha filha disse-me que há uma explicação sobre pessoas que caem muito. Nada posso dizer , pois nada pesquisei.
A queda rendeu-me o joelho ralado e mais inchado do que normalmente o é.
Domingo, apesar do desconforto , resolvi fazer uma caminhada pela Avenida Paulista, localizada em uma das regiões mais elevadas da cidade, chamada Espigão da Paulista.
São aproximadamente 2800 metros de comprimento , com duzentos mil moradores ,centro financeiro e empresarial mais importante do Brasil, o metro quadrado caríssimo, etc. etc.
Verdade , verdadeira, nenhum dos dados mencionados mexem com o meu coração e nem com minha situação financeira.
Queria ver a Paulista aos domingos. Fechada ao tráfego, fechada às contas bancárias , fechada aos investidores , fechada para qualquer chatice!
Aberta para o lazer, para os encontros e reencontros , para a parte lúdica da vida. Aberta para as pessoas , que carecem de áreas agradáveis , aos finais de semana , como forma de abastecimento da energia gasta na lida .
Caminhei , até com desenvoltura , os primeiros 2800 metros. Na volta , comecei a sentir dificuldade para caminhar. Vagarosamente, arrastava a perna queixosa. Ah... foi quando a minha alma soltou-se!
Acionou as asas livres e começou a voar na frente das pernas...E numa avidez tal, que não perdia nenhum detalhe . Músicos e artesãos , contadores de histórias que reuniam crianças a sua volta, pintores e imitadores de Elvis Presley, Demônios da Garoa, bicicletas, carrinhos de bebes, senhorinhas , como eu, de cabelos branquinhos , viajando naquela festa popular.
Sorrisos que caiam das bocas ,eram gentilmente recolhidos pelas outras bocas. Acenos de cabeça e de mãos!
Picolés coloridos desfilavam seus sabores pela passarela . Cafés e livrarias , papos improvisados e comentários, acolhendo a iniciativa do passeio livre, democrático, alegre e tão humano.
E a alma voando na frente dos pés, fingiu-se criança e perdeu a timidez! Quase embarcou num skate e deslizou sob o céu ! Já não media a avenida em metros, mas em minutos de extremo prazer. Foi uma tarde feliz , onde o melhor foi recolhido para dentro do peito ! Falando sério, a dor no joelho é bem mais fácil de aguentar do que a dor da alma. E esta , estava novinha em folha! Obrigada aí...vida!
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
INTEIRA
INTEIRA
Vera Popoff
Não , não sou metade da laranja,
ou da maçã, ou de fruta alguma!
Não sou a cara metade
Não sou metade da cama,
nem a metade de coisa nenhuma!
Estou inteira e sou inteira.
Nada da metade do sentimento
da meia emoção. do meio perdão!
Vivo o dia inteiro e sonho meu sonho
inteiro!
Sigo a minha estrada
Nunca chego até a metade
Persisto, tropeço e caio...
Levanto-me ferida, mas ando
a estrada inteira!
O caminho é longo e no meio,
há uma pedra!
Drummont não a retirou,
Contorno-a ou piso sobre ela
E chego ao fim ...
Os pés inteiros dilacerados
Mas o trajeto é completado.
Leio o livro, bem ou mal escolhido
Aborreço-me com a escolha
Mas leio página após página
inteiramente!
Amor dividido , jamais permiti
Paixão apagada , nunca senti!
O fogaréu queimou o coração inteiro!
Gosto de mim, com meus inteiros
defeitos
Nem mais procuro neles , dar jeito!
-a face inteira corada
-a alma inteira devassada
-a saudade inteira sentida
-a imagem inteira arranhada
-a consciência inteira tranquilizada
-a decepção inteira assimilada
-a esperança inteira esperançada!
-as dores inteiras, choradas
-a risada é uma gargalhada!
-a fé inteira , rezada
-as mãos inteiramente estendidas
-as ingratidões bem sofridas!
Quando saio na chuva
não me escondo
Deixo-me lavar , inteira!
Jamais me aceitaria partida em pedaços.
Em cada hora vivida
coloco-me livre e inteira
Partida e repartida , não viveria...
Seria uma mentira grosseira!
Vera Popoff
Não , não sou metade da laranja,
ou da maçã, ou de fruta alguma!
Não sou a cara metade
Não sou metade da cama,
nem a metade de coisa nenhuma!
Estou inteira e sou inteira.
Nada da metade do sentimento
da meia emoção. do meio perdão!
Vivo o dia inteiro e sonho meu sonho
inteiro!
Sigo a minha estrada
Nunca chego até a metade
Persisto, tropeço e caio...
Levanto-me ferida, mas ando
a estrada inteira!
O caminho é longo e no meio,
há uma pedra!
Drummont não a retirou,
Contorno-a ou piso sobre ela
E chego ao fim ...
Os pés inteiros dilacerados
Mas o trajeto é completado.
Leio o livro, bem ou mal escolhido
Aborreço-me com a escolha
Mas leio página após página
inteiramente!
Amor dividido , jamais permiti
Paixão apagada , nunca senti!
O fogaréu queimou o coração inteiro!
Gosto de mim, com meus inteiros
defeitos
Nem mais procuro neles , dar jeito!
-a face inteira corada
-a alma inteira devassada
-a saudade inteira sentida
-a imagem inteira arranhada
-a consciência inteira tranquilizada
-a decepção inteira assimilada
-a esperança inteira esperançada!
-as dores inteiras, choradas
-a risada é uma gargalhada!
-a fé inteira , rezada
-as mãos inteiramente estendidas
-as ingratidões bem sofridas!
Quando saio na chuva
não me escondo
Deixo-me lavar , inteira!
Jamais me aceitaria partida em pedaços.
Em cada hora vivida
coloco-me livre e inteira
Partida e repartida , não viveria...
Seria uma mentira grosseira!
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
ROSEIRA SEM FLOR
ROSEIRA SEM FLOR
Vera Popoff
Vera Popoff
A cova cuidada e adubada
A roseira foi plantada
Foi regada e acompanhada
A cada dia , a espera, do novo galho!
A admiração foi crescendo
A roseira desenvolvendo
A ansiedade, controlada
A paixão pela planta, multiplicada!
A formiga , impedida, não chega perto
As folhas luzem um verde esperto
A terra fofa , airosa, macia
A espera da flor, a alma, acaricia!
Terna, vaporosa e revigorada
Formosa, mas...
-Onde está a rosa ?
A roseira sem a borboleta
Sem o encanto da flor melindrosa!
A vida pode ser assim...
Cultivada, cuidada, verdinha,
Mas sem a rosa no seu jardim
A esperança está brotada...
desiste ou persiste, enfim!
A roseira foi plantada
Foi regada e acompanhada
A cada dia , a espera, do novo galho!
A admiração foi crescendo
A roseira desenvolvendo
A ansiedade, controlada
A paixão pela planta, multiplicada!
A formiga , impedida, não chega perto
As folhas luzem um verde esperto
A terra fofa , airosa, macia
A espera da flor, a alma, acaricia!
Terna, vaporosa e revigorada
Formosa, mas...
-Onde está a rosa ?
A roseira sem a borboleta
Sem o encanto da flor melindrosa!
A vida pode ser assim...
Cultivada, cuidada, verdinha,
Mas sem a rosa no seu jardim
A esperança está brotada...
desiste ou persiste, enfim!
domingo, 17 de janeiro de 2016
TOLA MULHER
TOLA MULHER
Vera Popoff
Tola mulher...
De tanto procurar a palavra,
de juntar versos , pisar o adverso,
acreditou que aquilo que fazia...
era poesia!
E pôs-se a sonhar, feito menina!
Jurou amores , amealhou os rumores
das paixões jamais vividas .
E fez versos , acreditando que aquilo
que escrevia...era poesia!
Bebeu a embriaguez do vinho barato
numa taça singela sobre a toalha sem trato.
Ficou corada, recitou a palavra rimada e
acreditou, que a fala decorada, era poesia.
E foi além...sonhou!
Na garupa daquele cavalo
que cavalga na lua,
soltou o fino cabelo ao vento,
jurou para sempre , ser sua!
E acreditou que ainda era donzela
Que a vida era tão singela e bela!
A sua existência, a suave magia
e que sabia escrever poesia!
Acredite , pois! Não somos o que acreditamos
que somos?
Vera Popoff
Tola mulher...
De tanto procurar a palavra,
de juntar versos , pisar o adverso,
acreditou que aquilo que fazia...
era poesia!
E pôs-se a sonhar, feito menina!
Jurou amores , amealhou os rumores
das paixões jamais vividas .
E fez versos , acreditando que aquilo
que escrevia...era poesia!
Bebeu a embriaguez do vinho barato
numa taça singela sobre a toalha sem trato.
Ficou corada, recitou a palavra rimada e
acreditou, que a fala decorada, era poesia.
E foi além...sonhou!
Na garupa daquele cavalo
que cavalga na lua,
soltou o fino cabelo ao vento,
jurou para sempre , ser sua!
E acreditou que ainda era donzela
Que a vida era tão singela e bela!
A sua existência, a suave magia
e que sabia escrever poesia!
Acredite , pois! Não somos o que acreditamos
que somos?
LUZ ...PERDÃO!
Luz...PERDÃO !
Vera Popoff
Quando recolhi a cachorrinha Luz, prestes a dar cria, sob o temporal, sinceramente , não o fiz por vaidade e talvez , nem por bondade! Acho mesmo que foi para não sentir peso na consciência .
Como iria deixar o animal na chuva , sofrendo a ação das intempéries , sem comida e abrigo?...
Acho que pratiquei , sem arquitetar , um ato de Misericórdia.
O PAPA FRANCISCO tem insistido na Misericórdia e deduzo que lembrei-me dele , naquele momento.
Não havia pensado, entretanto, na responsabilidade e nos problemas que enfrentamos ao sermos misericordiosos! Fiquei avaliando o quanto somos responsáveis pelos atos de misericórdia que praticamos.
E lidar com a bondade , assimilar a bondade e viver sob o princípio da bondade , é quase uma maldade que fazemos com o nosso lado egoísta .
Pois bem, vieram à luz , oito filhotes lindos ,sendo dois machos e seis fêmeas. Tudo parecia perfeito! Os oito mamando, a Luz bebendo dois litros de leite por dia , todos grudados nas tetas lotadas da seiva da vida.
Esplêndido! Até que começaram a crescer e causar! Destruiam tudo que ousava atravessar à frente! As vítimas foram 12 orquídeas em flor, um canteiro lindo de antúrios, lírios da paz, gerânios e sempre-vivas . Surtei, blasfemei, roguei praga. Fui pequena, mas tão pequena , que passei mal, vítima da pequenez!.
Amuada e indignada, me recolhi , chorei, tentei me justificar, dizer a mim mesma, que eu era humana demais para a misericórdia!
Serenei. Aquela complexo de culpa arruinaria a minha alma.
Fiquei bem , apesar de envergonhada pelo chilique. Paciência!
Compreendi então, o porquê do Papa insistir na misericórdia. A misericórdia é difícil e acarreta , muitas vezes , um desconforto. Tira a nossa vida daquela zona de segurança e plenitude, tira da nossa visão o jardim florido e imaculado, os dias pacatos e tão previsíveis viram do avesso e numa atitude contrária á misericórdia, fazemos de um copo d'água , um tsunami!
Senti tanta vergonha , que escrevi uma poesia "ENVERGONHADA". Com sessenta e seis anos , aprendi tão pouco!! De qualquer forma, reaproveitei o pouco que assimilei da bondade humana e raciocinei o quanto tinha sido mais irracional do que os pequenos . Passei dias, olhando com insistência para os maluquinhos e senti uma ternura enorme invadir o meu peito!
Tão bonitos e cheios de energia! Tão saudáveis e confiantes no nosso cuidado! Tão absolutamente dependentes da boa vontade ! Ah, Deus, que bom que os recolhi! Que oportunidade eu tive de reavaliar o meu conceito sobre o que é realmente um sofrimento e o que é uma tristeza vã !
Mas e o jardim? No momento, já providencio a retomada das flores, já salvei alguns galhos , remexi a terra e como dizia, sabiamente, Rubem Alves , já plantei tudo na alma. É só replantar na terra, que sabe esperar.
Vera Popoff
Quando recolhi a cachorrinha Luz, prestes a dar cria, sob o temporal, sinceramente , não o fiz por vaidade e talvez , nem por bondade! Acho mesmo que foi para não sentir peso na consciência .
Como iria deixar o animal na chuva , sofrendo a ação das intempéries , sem comida e abrigo?...
Acho que pratiquei , sem arquitetar , um ato de Misericórdia.
O PAPA FRANCISCO tem insistido na Misericórdia e deduzo que lembrei-me dele , naquele momento.
Não havia pensado, entretanto, na responsabilidade e nos problemas que enfrentamos ao sermos misericordiosos! Fiquei avaliando o quanto somos responsáveis pelos atos de misericórdia que praticamos.
E lidar com a bondade , assimilar a bondade e viver sob o princípio da bondade , é quase uma maldade que fazemos com o nosso lado egoísta .
Pois bem, vieram à luz , oito filhotes lindos ,sendo dois machos e seis fêmeas. Tudo parecia perfeito! Os oito mamando, a Luz bebendo dois litros de leite por dia , todos grudados nas tetas lotadas da seiva da vida.
Esplêndido! Até que começaram a crescer e causar! Destruiam tudo que ousava atravessar à frente! As vítimas foram 12 orquídeas em flor, um canteiro lindo de antúrios, lírios da paz, gerânios e sempre-vivas . Surtei, blasfemei, roguei praga. Fui pequena, mas tão pequena , que passei mal, vítima da pequenez!.
Amuada e indignada, me recolhi , chorei, tentei me justificar, dizer a mim mesma, que eu era humana demais para a misericórdia!
Serenei. Aquela complexo de culpa arruinaria a minha alma.
Fiquei bem , apesar de envergonhada pelo chilique. Paciência!
Compreendi então, o porquê do Papa insistir na misericórdia. A misericórdia é difícil e acarreta , muitas vezes , um desconforto. Tira a nossa vida daquela zona de segurança e plenitude, tira da nossa visão o jardim florido e imaculado, os dias pacatos e tão previsíveis viram do avesso e numa atitude contrária á misericórdia, fazemos de um copo d'água , um tsunami!
Senti tanta vergonha , que escrevi uma poesia "ENVERGONHADA". Com sessenta e seis anos , aprendi tão pouco!! De qualquer forma, reaproveitei o pouco que assimilei da bondade humana e raciocinei o quanto tinha sido mais irracional do que os pequenos . Passei dias, olhando com insistência para os maluquinhos e senti uma ternura enorme invadir o meu peito!
Tão bonitos e cheios de energia! Tão saudáveis e confiantes no nosso cuidado! Tão absolutamente dependentes da boa vontade ! Ah, Deus, que bom que os recolhi! Que oportunidade eu tive de reavaliar o meu conceito sobre o que é realmente um sofrimento e o que é uma tristeza vã !
Mas e o jardim? No momento, já providencio a retomada das flores, já salvei alguns galhos , remexi a terra e como dizia, sabiamente, Rubem Alves , já plantei tudo na alma. É só replantar na terra, que sabe esperar.
Dos oito filhotes , já conseguimos doar seis. Agradeço as pessoas que, generosamente, adotaram os pequenos.
SONHO E REALIDADE
SONHO E REALIDADE
Vera Popoff
Ando confundida
acho que estou embevecida
Sonho com a beleza
e confundo a dúvida com a certeza.
Visualizo o cinza tão sem graça
e , no pensamento, encho-o de graça,
fazendo rabiscos coloridos e suaves traços.
Ando ensimesmada
Lá no centro de mim mesma
encontro linhas de euforia, sinais de alegria
Sei que , realmente, tudo faz parte da utopia.
Ando avoada
Pela manhã , aciono duas asas
Ganho ares desconhecidos
Recebo rajadas de brisa sobre o corpo
Abastecida do vigor do vento
rodopio feito uma pipa ou cata-vento
E tenho a certeza que dou ordens às nuvens
- Vamos , deslizem ,formem desenhos no céu!
Encantem olhos, almas e desvendem os véus!
Ando libertada
destrocei correntes, abri os cadeados do coração
Sinto no espírito, uma tal leveza,
que só pode ser a entrada d'uma primavera precoce
batendo na veneziana , com delicadeza!
Vera Popoff
Ando confundida
acho que estou embevecida
Sonho com a beleza
e confundo a dúvida com a certeza.
Visualizo o cinza tão sem graça
e , no pensamento, encho-o de graça,
fazendo rabiscos coloridos e suaves traços.
Ando ensimesmada
Lá no centro de mim mesma
encontro linhas de euforia, sinais de alegria
Sei que , realmente, tudo faz parte da utopia.
Ando avoada
Pela manhã , aciono duas asas
Ganho ares desconhecidos
Recebo rajadas de brisa sobre o corpo
Abastecida do vigor do vento
rodopio feito uma pipa ou cata-vento
E tenho a certeza que dou ordens às nuvens
- Vamos , deslizem ,formem desenhos no céu!
Encantem olhos, almas e desvendem os véus!
Ando libertada
destrocei correntes, abri os cadeados do coração
Sinto no espírito, uma tal leveza,
que só pode ser a entrada d'uma primavera precoce
batendo na veneziana , com delicadeza!
quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
RESOLVI AMAR
RESOLVI AMAR
Vera Popoff
Resolvi amar!
Deixar pra lá as desavenças,
esquecer as ofensas,
Pisar as mágoas pequenas
e debochar das mágoas grandes .
Transformar em comédia ,
todos aqueles dramas
Fingir que nunca houveram tramoias ,
sortilégios ou tramas.
Resolvi só amar...
Amar tudo que passou,
o que ficou e o que virá!
Aceitar o que a vida ainda dirá!
Amar , apesar das ingratidões
e nem ligar para as traições.
Até a dor ,que alguma coisa ensinou,
vou amar
E a felicidade que ficou só um pouco
e passou!
Amar com ou sem razão
Amar sem exatidão, só amar,
sem perguntar.
Ah, cansei de viver preocupada,
cansada e assimilando facadas.
Não, agora é só amor!
Nem precisa de muito pudor
Quero sentir emoção e calor
Uma fé que não se abala,
Uma esperança bebida aos goles
para ser muito bem saboreada
Quero amar aquele que ficou
e aquele que sem despedir-se, partiu.
Vou amar a violeta exalada e aberta
e a flor do campo singela , vista
através da porta entreaberta!
Resolvi amar as porções pequenas
que a vida me ofereceu,
A realidade que fugiu dos sonhos
e estancou ...fria , áspera e dura.
Afinal nenhum mal , para sempre perdura
E disseram-me que o amor é a salvação
e a cura!
Vera Popoff
Resolvi amar!
Deixar pra lá as desavenças,
esquecer as ofensas,
Pisar as mágoas pequenas
e debochar das mágoas grandes .
Transformar em comédia ,
todos aqueles dramas
Fingir que nunca houveram tramoias ,
sortilégios ou tramas.
Resolvi só amar...
Amar tudo que passou,
o que ficou e o que virá!
Aceitar o que a vida ainda dirá!
Amar , apesar das ingratidões
e nem ligar para as traições.
Até a dor ,que alguma coisa ensinou,
vou amar
E a felicidade que ficou só um pouco
e passou!
Amar com ou sem razão
Amar sem exatidão, só amar,
sem perguntar.
Ah, cansei de viver preocupada,
cansada e assimilando facadas.
Não, agora é só amor!
Nem precisa de muito pudor
Quero sentir emoção e calor
Uma fé que não se abala,
Uma esperança bebida aos goles
para ser muito bem saboreada
Quero amar aquele que ficou
e aquele que sem despedir-se, partiu.
Vou amar a violeta exalada e aberta
e a flor do campo singela , vista
através da porta entreaberta!
Resolvi amar as porções pequenas
que a vida me ofereceu,
A realidade que fugiu dos sonhos
e estancou ...fria , áspera e dura.
Afinal nenhum mal , para sempre perdura
E disseram-me que o amor é a salvação
e a cura!
SÓ POESIA
SÓ POESIA
Vera Popoff
Abri a página...poesia
Virei a página...poesia...
Desvirei a página...poesia
Escrevi na página...poesia
Em meio a tanta heresia
eu brinco de fazer poesia!
Descarto a hipocrisia
prefiro inventar poesia.
No dia de alegria...poesia
Se vem melancolia...poesia
Chuva em demasia...poesia
Sol , vento, maresia...poesia
Aromas, pétalas, alquimia...poesia
Tempo de calmaria...poesia
Tormenta e ventania...poesia
Uma boa companhia...poesia
Uma história inusitada...poesia
Uma fábula bem contada...poesia
A paixão desenganada...poesia
Uma saudade apertada...poesia
A lágrima derramada...poesia
A gargalhada escancarada...poesia
A música boa ou desafinada...poesia
A carta de amor rasgada...poesia
A escolha equivocada...poesia
A desculpa esfarrapada...poesia
A espera desesperada...poesia
Uma mulher mal amada...poesia
A linha mal traçada...poesia
A alma iluminada...poesia
A vida abençoada...poesia
A poesia é o começo e o final
do dia
O cardápio que serve o meu coração
é a poesia!
Vera Popoff
Abri a página...poesia
Virei a página...poesia...
Desvirei a página...poesia
Escrevi na página...poesia
Em meio a tanta heresia
eu brinco de fazer poesia!
Descarto a hipocrisia
prefiro inventar poesia.
No dia de alegria...poesia
Se vem melancolia...poesia
Chuva em demasia...poesia
Sol , vento, maresia...poesia
Aromas, pétalas, alquimia...poesia
Tempo de calmaria...poesia
Tormenta e ventania...poesia
Uma boa companhia...poesia
Uma história inusitada...poesia
Uma fábula bem contada...poesia
A paixão desenganada...poesia
Uma saudade apertada...poesia
A lágrima derramada...poesia
A gargalhada escancarada...poesia
A música boa ou desafinada...poesia
A carta de amor rasgada...poesia
A escolha equivocada...poesia
A desculpa esfarrapada...poesia
A espera desesperada...poesia
Uma mulher mal amada...poesia
A linha mal traçada...poesia
A alma iluminada...poesia
A vida abençoada...poesia
A poesia é o começo e o final
do dia
O cardápio que serve o meu coração
é a poesia!
REPOUSO
REPOUSO
Vera Popoff
Sobre a aurora repousa o sereno
Sobre o galho da goiabeira repousa
um canto harmonioso d'um pássaro
desconhecido
E sobre o coração repousa a saudade
persistente
Sobre o espírito repousa uma calma
nem sempre presente
E sobre o tapete de entrada repousa
o cão amigo
Sobre a alma repousa uma poesia
inacabada
Sobre o campo verde repousam
tantas margaridas
E sobre o parapeito da janela repousa
um vaso de amor-perfeito
Sobre a lembrança repousa um sentimento
quase perfeito!
Sobre o corpo repousa uma moleza...
Sobre O pensamento repousa um ímpeto
tão juvenil!
Sobre as mãos repousa um livro
que não quer ser lido
Sobre o dorso repousa um cansaço
pelas dores vividas
E sobre a rosa repousa um besouro
ávido da carícia do perfume.
Sobre as ambições repousa a simplicidade
E sobre as tantas culpas repousam os perdões
Sobre as linhas da folha em branco
repousa a inspiração
Sobre as perdas repousam dores , já amenas
Sobre as decepções repousam mágoas tão vagas
Sobre os sonhos não vividos repousa a conformação
Sobre a paisagem repousa uma energia quieta
e sobre o dia repousa uma alegria discreta.
Sobre as misérias humanas repousa , ainda,
a indignação!
E sobre os sofrimentos inevitáveis repousa
a consternação!
E sobre as diferenças do mundo repousam
a tolerância e toda compreensão
Sobre o horizonte repousa o sol alaranjado
Sobre a praça da cidade repousa
o tanger do sino
E sobre o infinito repousa o Criador
E sobre a caminhada , com suas corridas e paradas
repousa a vida!
Vera Popoff
Sobre a aurora repousa o sereno
Sobre o galho da goiabeira repousa
um canto harmonioso d'um pássaro
desconhecido
E sobre o coração repousa a saudade
persistente
Sobre o espírito repousa uma calma
nem sempre presente
E sobre o tapete de entrada repousa
o cão amigo
Sobre a alma repousa uma poesia
inacabada
Sobre o campo verde repousam
tantas margaridas
E sobre o parapeito da janela repousa
um vaso de amor-perfeito
Sobre a lembrança repousa um sentimento
quase perfeito!
Sobre o corpo repousa uma moleza...
Sobre O pensamento repousa um ímpeto
tão juvenil!
Sobre as mãos repousa um livro
que não quer ser lido
Sobre o dorso repousa um cansaço
pelas dores vividas
E sobre a rosa repousa um besouro
ávido da carícia do perfume.
Sobre as ambições repousa a simplicidade
E sobre as tantas culpas repousam os perdões
Sobre as linhas da folha em branco
repousa a inspiração
Sobre as perdas repousam dores , já amenas
Sobre as decepções repousam mágoas tão vagas
Sobre os sonhos não vividos repousa a conformação
Sobre a paisagem repousa uma energia quieta
e sobre o dia repousa uma alegria discreta.
Sobre as misérias humanas repousa , ainda,
a indignação!
E sobre os sofrimentos inevitáveis repousa
a consternação!
E sobre as diferenças do mundo repousam
a tolerância e toda compreensão
Sobre o horizonte repousa o sol alaranjado
Sobre a praça da cidade repousa
o tanger do sino
E sobre o infinito repousa o Criador
E sobre a caminhada , com suas corridas e paradas
repousa a vida!
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
TODOS OS DIAS
TODOS OS DIAS
Vera Popoff
Todos os dias eu vivo mais um dia
e resta-me menos um dia.
E todos os dias eu envelheço mais um pouco
e viro criança , mais um pouco.
Dou-me o direito de chupar muitos sorvetes
sem ralhação!
Acordo arteira e faço travessuras,
digo o que quero e falo não!
Ah, criança mimada em proporção!
Livre e tantas vezes, malcriada
Nem dou trela para a opinião do outro
Colho cestas de amoras , como fazia outrora
Meu jardim tem verdura misturada com a rosa
Minha cama fica desarrumada e não tem prosa
Durmo cedo ou durmo tarde, sem horário!
Deixo comida no prato e só como carne
quando quero!
Guloseimas à vontade!
Vida vivida de verdade!
Deliciosamente indisciplinada
perambulo feliz e muito animada
Falo no tom desejado
gesticulo sem cuidado.
A minha regra é viver!
Mais um dia , menos um?
Quero aproveitar cada um!
Vera Popoff
Todos os dias eu vivo mais um dia
e resta-me menos um dia.
E todos os dias eu envelheço mais um pouco
e viro criança , mais um pouco.
Dou-me o direito de chupar muitos sorvetes
sem ralhação!
Acordo arteira e faço travessuras,
digo o que quero e falo não!
Ah, criança mimada em proporção!
Livre e tantas vezes, malcriada
Nem dou trela para a opinião do outro
Colho cestas de amoras , como fazia outrora
Meu jardim tem verdura misturada com a rosa
Minha cama fica desarrumada e não tem prosa
Durmo cedo ou durmo tarde, sem horário!
Deixo comida no prato e só como carne
quando quero!
Guloseimas à vontade!
Vida vivida de verdade!
Deliciosamente indisciplinada
perambulo feliz e muito animada
Falo no tom desejado
gesticulo sem cuidado.
A minha regra é viver!
Mais um dia , menos um?
Quero aproveitar cada um!
terça-feira, 12 de janeiro de 2016
ESQUECIDA
ESQUECIDA
Vera Popoff
Sentada num canto vazio
quase esquecida pelo resto do mundo
Mas o que importa-me ser lembrada
pelo mundo?
Se lembro tudo de mim mesma?
Nasci num setembro de calor
Minha mãe , assim de cara,
dedicou-me tanto amor!
Madrinha Tita me batizou
Madrinha Nega me crismou
Madrinha Elizabeth me consagrou!
Cresci e aprendi a ler
Fui precoce e logo me apaixonei
Por pudor , a ele não me entreguei
Senti arrependimento
Um amor igual , mais merecia,
do que os olhos dentro dos olhos
e as duas bocas , uma bebendo a outra!
Casei-me e pari duas meninas
Fui feliz e infeliz, fui alegre
e fui triste!
Perdi e ganhei, mas jamais enganei!
Pintei e bordei, remendei, amei!
Por pouco não desatinei!
Hoje , escrevo dentro da alma.
Os versos nada resolvem , mas acalmam!
O passado não volta, mas causa ao coração
algumas reviravoltas!
É certo que esqueceram de mim
Mas é exato que de mim , não esqueci!
Mesmo distraída , sei quem sou
Nunca sei para onde vou
Mas hei sempre de encontrar
um doce remanso para o meu descanso!
PARA ANA TEREZA
PARA ANA TEREZA
Vera Popoff
Treze de janeiro!
Dia ditoso, pois nasceu Ana Tereza!
Menina linda e iluminada
Trouxe à vida , mais beleza!
Os olhos de Ana Tereza
brilharam
assim que vieram à luz!
São duas luminosas estrelas
de primeira grandeza!
Alma delicada e suave
Assim é Ana Tereza!
Nascida e criada num berço
de amor e delicadeza!
Ainda pequenas , nos encontramos
A simpatia não foi repentina
Discutimos e nos arreliamos
Mas a roda da vida girou
E lado a lado nos colocou!
Amigas inseparáveis
na alegria e na tristeza!
Vera e Ana Tereza...
onde uma estava
a outra também chegava.
Juntas na dor e no riso,
às vezes , com pouco juízo!
Tanta afeição causava espanto,
uma grande amizade nos cobriu
com seu manto!
Vera Popoff
Treze de janeiro!
Dia ditoso, pois nasceu Ana Tereza!
Menina linda e iluminada
Trouxe à vida , mais beleza!
Os olhos de Ana Tereza
brilharam
assim que vieram à luz!
São duas luminosas estrelas
de primeira grandeza!
Alma delicada e suave
Assim é Ana Tereza!
Nascida e criada num berço
de amor e delicadeza!
Ainda pequenas , nos encontramos
A simpatia não foi repentina
Discutimos e nos arreliamos
Mas a roda da vida girou
E lado a lado nos colocou!
Amigas inseparáveis
na alegria e na tristeza!
Vera e Ana Tereza...
onde uma estava
a outra também chegava.
Juntas na dor e no riso,
às vezes , com pouco juízo!
Tanta afeição causava espanto,
uma grande amizade nos cobriu
com seu manto!
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
A ROTINA
A ROTINA
Vera Popoff
Amanhece
Oh , insuportável rotina!
O dia nascendo , outra vez?
Do mesmo jeito, o frescor no rosto,
sabiá voando e o sol posto!
O café quentinho, pão com manteiga,
borboleta assanhada colorindo o ar,
Beija-flor beijando a rosa
e um dedinho de boa prosa !
Tudo igual , até agora!
Meio dia, a rotina do cardápio,
Arroz soltinho e feijão com toucinho,
couve ralada , bife acebolado, salada
de alface com tomate!
Ah...insuportável rotina,
que os grandes sonhos, desatina!
Tarde quente demais ! Uma limonada,
bolo de fubá amarelinho
o cabelo em desalinho
depois do cochilo preguiçoso
e d'um carinho gostoso!
E chega o crepúsculo rotineiro!
O sol despedindo-se , deita-se no horizonte.
A lua vem chegando ... prateada e bela,
as estrelas piscando , vistas pela janela!
Toda noite , a mesma magia
driblando a nostalgia .
A boca procurando o beijo,
a carícia atiçando o desejo,
a jura de amor eterno
o sono no braço amado e
o sonho de um dia... sem rotina.
Vera Popoff
Amanhece
Oh , insuportável rotina!
O dia nascendo , outra vez?
Do mesmo jeito, o frescor no rosto,
sabiá voando e o sol posto!
O café quentinho, pão com manteiga,
borboleta assanhada colorindo o ar,
Beija-flor beijando a rosa
e um dedinho de boa prosa !
Tudo igual , até agora!
Meio dia, a rotina do cardápio,
Arroz soltinho e feijão com toucinho,
couve ralada , bife acebolado, salada
de alface com tomate!
Ah...insuportável rotina,
que os grandes sonhos, desatina!
Tarde quente demais ! Uma limonada,
bolo de fubá amarelinho
o cabelo em desalinho
depois do cochilo preguiçoso
e d'um carinho gostoso!
E chega o crepúsculo rotineiro!
O sol despedindo-se , deita-se no horizonte.
A lua vem chegando ... prateada e bela,
as estrelas piscando , vistas pela janela!
Toda noite , a mesma magia
driblando a nostalgia .
A boca procurando o beijo,
a carícia atiçando o desejo,
a jura de amor eterno
o sono no braço amado e
o sonho de um dia... sem rotina.
LISTA DE DESEJOS
LISTA DE DESEJOS
Vera Popoff
Para o tempo novo
Uma lista dos desejos escritos
A tentativa do pensamento forte
e bendito.
A vontade secreta armazenada
no peito
E mil maneiras filtradas
para ao impossível , dar jeito.
A tola esperança de virar do avesso
a amargura e transformá-la em ventura.
Os pés , num campo de sonhos,
caminhando com cuidado
sobre as flores miúdas do otimismo.
O chamamento à vastidão azul dos céus
como testemunha,
dos projetos pensados e desenhados
no papel quadriculado
A planta bem arquitetada da felicidade
em dois andares
No primeiro andar : a grama verde, a árvore,
a flor , o capim cidreira, o jasmim...
No segundo andar...a liberdade entrando
pelas janelas totalmente abertas ,
por onde voam as andorinhas
e vivem,
as doces utopias que são minhas!
Vera Popoff
Para o tempo novo
Uma lista dos desejos escritos
A tentativa do pensamento forte
e bendito.
A vontade secreta armazenada
no peito
E mil maneiras filtradas
para ao impossível , dar jeito.
A tola esperança de virar do avesso
a amargura e transformá-la em ventura.
Os pés , num campo de sonhos,
caminhando com cuidado
sobre as flores miúdas do otimismo.
O chamamento à vastidão azul dos céus
como testemunha,
dos projetos pensados e desenhados
no papel quadriculado
A planta bem arquitetada da felicidade
em dois andares
No primeiro andar : a grama verde, a árvore,
a flor , o capim cidreira, o jasmim...
No segundo andar...a liberdade entrando
pelas janelas totalmente abertas ,
por onde voam as andorinhas
e vivem,
as doces utopias que são minhas!
quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
NOVA POSTAGEM
NOVA POSTAGEM
Vera Popoff
Ligo o computador
a tela sugere nova postagem
Só se for numa miragem
pois falta-me coragem
para o andar da carruagem!
Um cisco no olho
embaça a visão do belo
Fico sem jeito e espero
Momento de inspiração!
Vou catar dentro da alma
alguma nova emoção!
Olho fora da janela
Procuro uma visão bela
Campeio dentro do peito
Um sentimento perfeito
que no momento dê jeito!
AH...foi só lembrar do teu beijo
Daquele abraço apertado
do teu carinho dobrado
dos braços entrelaçados
do amor desatinado
do juramento jurado,
do rosto belo e amado,
que inspiro -me e subo
nas nuvens!
De cima, do céu encontrado,
trago meus versos enamorados
Não resisto tanta paixão!
Já esqueci a tua ingratidão
Preciso contar para o mundo,
que não te esqueço ...por nenhum
segundo!
Vera Popoff
Ligo o computador
a tela sugere nova postagem
Só se for numa miragem
pois falta-me coragem
para o andar da carruagem!
Um cisco no olho
embaça a visão do belo
Fico sem jeito e espero
Momento de inspiração!
Vou catar dentro da alma
alguma nova emoção!
Olho fora da janela
Procuro uma visão bela
Campeio dentro do peito
Um sentimento perfeito
que no momento dê jeito!
AH...foi só lembrar do teu beijo
Daquele abraço apertado
do teu carinho dobrado
dos braços entrelaçados
do amor desatinado
do juramento jurado,
do rosto belo e amado,
que inspiro -me e subo
nas nuvens!
De cima, do céu encontrado,
trago meus versos enamorados
Não resisto tanta paixão!
Já esqueci a tua ingratidão
Preciso contar para o mundo,
que não te esqueço ...por nenhum
segundo!
segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
DEU CERTO
Vera Popoff
Uma tarde nos cruzamos,
nos olhamos
O seu olhar ficou um tempo
no meu olhar!
Depois nos falamos,
poucas palavras , quase nada!
Não combinamos , não ornamos!
Eu , de esquerda!
Você à direita, Volver!!
Eu , socialista
Você, capitalista!
Vai dar tudo errado!!
Seu olhar azul dizia sim
Meu olhar castanho dizia não
Sua boca desviava a discussão
A minha não sossegava
queria lhe convencer da social inclusão.
Uma coisa estava certa,
o time do coração, o mesmo
timão!
Um belo dia ...perdeu o rumo,
acertou o prumo,
Chegou na esquina, virou ...
à esquerda, volver!
Volvido, um problema resolvido!
Seguimos juntos , quem diria...
Até Deus duvidaria!
O que estava errado chegou ao altar
Já não havia como para trás, andar!
Tudo estava bem encaminhado
Apesar de parecer errado!
O tempo ajustou e desajustou
arrumou e desarrumou
cuidou e descuidou
animou e desanimou
sorriu e chorou
recomeçou. recomeçou,
recomeçou...
concordou e discordou
irritou e amansou
peneirou...
suportou...
aguentou...
mudou...
construiu
quase destruiu
consertou
diminuiu
aumentou
convenceu
discorreu
confirmou
passou...
libertou
jamais acorrentou
Tudo como tinha que ser
Sem perfeição
Com emoção!
Com afeição!
Vera Popoff
Uma tarde nos cruzamos,
nos olhamos
O seu olhar ficou um tempo
no meu olhar!
Depois nos falamos,
poucas palavras , quase nada!
Não combinamos , não ornamos!
Eu , de esquerda!
Você à direita, Volver!!
Eu , socialista
Você, capitalista!
Vai dar tudo errado!!
Seu olhar azul dizia sim
Meu olhar castanho dizia não
Sua boca desviava a discussão
A minha não sossegava
queria lhe convencer da social inclusão.
Uma coisa estava certa,
o time do coração, o mesmo
timão!
Um belo dia ...perdeu o rumo,
acertou o prumo,
Chegou na esquina, virou ...
à esquerda, volver!
Volvido, um problema resolvido!
Seguimos juntos , quem diria...
Até Deus duvidaria!
O que estava errado chegou ao altar
Já não havia como para trás, andar!
Tudo estava bem encaminhado
Apesar de parecer errado!
O tempo ajustou e desajustou
arrumou e desarrumou
cuidou e descuidou
animou e desanimou
sorriu e chorou
recomeçou. recomeçou,
recomeçou...
concordou e discordou
irritou e amansou
peneirou...
suportou...
aguentou...
mudou...
construiu
quase destruiu
consertou
diminuiu
aumentou
convenceu
discorreu
confirmou
passou...
libertou
jamais acorrentou
Tudo como tinha que ser
Sem perfeição
Com emoção!
Com afeição!
O HOMEM E O CÃO
O HOMEM E O CÃO
Vera Popoff
O homem e o cão
O cão e o homem...
Um perfeito entendimento
Um entendimento tão perfeito!
Olhares cruzados e marejados
de confiança
Um nada quer do outro a não ser
o bem querer sem preço, com apreço
O querer por querer
Conversam, trocam, compartilham
Sabem que vivem... um no coração
do outro!
Vera Popoff
O homem e o cão
O cão e o homem...
Um perfeito entendimento
Um entendimento tão perfeito!
Olhares cruzados e marejados
de confiança
Um nada quer do outro a não ser
o bem querer sem preço, com apreço
O querer por querer
Conversam, trocam, compartilham
Sabem que vivem... um no coração
do outro!
Eu estava lavando roupas e fiquei atenta ao homem e ao animal. Conversavam num idioma que não pude entender, mas pude sentir!! Edson e Dolores!
ADEUS ANO VELHO! ADEUS ATITUDES VELHAS...oxalá!!!!
Os últimos acontecimentos abalaram o meu bem estar físico e emocional. O nervosismo com os bombardeios , músicas nas alturas , a quase obrigação de ouvir , junto com o outro , a música escolhida por ele.
Infelizmente , n'algumas noites e manhãs e tardes inteiras, a nossa felicidade depende também das atitudes daqueles que nos cercam!
Principalmente , se vivemos em condomínios verticais ou horizontais, onde é necessário que a consciência coletiva tome o espaço da consciência individual e egoísta. Corações arrogantes e duros esquecem-se que existe o outro coração manso , que deseja paz , um certo sossego para reflexões, leituras , artes, ou só um espaço para a preguiça .
A casa ou prédios vizinhos têm todo o direito ao "sertanejo universitário", ou pagode, samba, rock, etc. Sempre lembrando, que o próximo pode não se agradar da mesma música e do mesmo gênero musical. Som nas alturas , bombas em áreas residenciais , karaokês num volume incompatível com o respeito humano é, no mínimo, desumano. O mundo será infinitamente mais belo, se respeitarmos uns aos outros , se tivermos cuidados com o outro, se ampliarmos nossas visões para o todo e esquecermos , só um pouquinho , a volúpia do prazer dos nossos umbigos.
Eu não deixo por menos, denuncio e reclamo, pois passei a noite com os filhotes , que estavam agitados com o bombardeio e latiam com histeria .Tive o desvelo de pensar no meu vizinho, que poderia incomodar-se com o latido dos cães . Permanecemos ao lado deles, acalmando e protegendo! Falta sim , no Residencial Porta do Sol, uma amplidão de pensamento , uma abrangência ao respeito humano e à Natureza, que padecem com os desvarios daqueles que sentem necessidade da ostentação.
Cheia de esperança num mundo mais bonito , pois acredito que dois ou mais corações, unidos numa causa maior , podem ser ouvidos. Seremos todos mais sábios , exercitando a cidadania.
sábado, 2 de janeiro de 2016
SENSAÇÃO MEDIÚNICA
SENSAÇÃO MEDIÚNICA
Vera Popoff
Aquela sensação mediúnica
Chega e instala-se, forte e única!
Silenciosa...porque não fala
Surda ...porque não ouve,
Mas permanece e aflora.
Vagueia pelo conhecido e rompe
a carne.
Avança , peito adentro e desbrava
a alma.
Sapateia sobre os sentidos e passa
pela impenetrabilidade.
Quer falar e ser ouvida, mas não rompe
a barreira do som!
A voz muda... clama e chama
Nada esclarece e até aborrece.
Um sinal que não existe
Uma luz disfarçada e triste
Um recanto imaginário
A ilusão que se descortina
A mensagem, talvez, divina!
Um esforço para ser receptiva
fica pairado na vontade pouco
combativa.
Um reparo na vida, nas idas e vindas
Uma embriaguez de vinho tinto
Uma fumaça do cigarro não tragado
Lascas de detalhes despercebidos
Fragmentos de percepção desperdiçada...
Por enquanto, o tudo é nada
Apenas... sensações emanadas.
Vera Popoff
Aquela sensação mediúnica
Chega e instala-se, forte e única!
Silenciosa...porque não fala
Surda ...porque não ouve,
Mas permanece e aflora.
Vagueia pelo conhecido e rompe
a carne.
Avança , peito adentro e desbrava
a alma.
Sapateia sobre os sentidos e passa
pela impenetrabilidade.
Quer falar e ser ouvida, mas não rompe
a barreira do som!
A voz muda... clama e chama
Nada esclarece e até aborrece.
Um sinal que não existe
Uma luz disfarçada e triste
Um recanto imaginário
A ilusão que se descortina
A mensagem, talvez, divina!
Um esforço para ser receptiva
fica pairado na vontade pouco
combativa.
Um reparo na vida, nas idas e vindas
Uma embriaguez de vinho tinto
Uma fumaça do cigarro não tragado
Lascas de detalhes despercebidos
Fragmentos de percepção desperdiçada...
Por enquanto, o tudo é nada
Apenas... sensações emanadas.
NO ESPELHO
NO ESPELHO
Vera Popoff
O rosto no espelho
A tez exibe dobras amarrotadas
O olhar parece opaco
A boca perdeu o viço do riso
Nomes esquecidos
Datas apagadas
Tempo de validade , vencido!
As mesmas histórias repetidas
Mãos manchadas e pernas cansadas
O dorso arcado
Estatura diminuída
Agilidade comprometida
Poucas ilusões, várias decepções
Muitas , muitas frustrações!
Parecem multiplicadas
as horas das solidões...
Poucas chegadas e tantas partidas.
Ainda bem que restaram as flores,
que vestem de verde e rosa
as infinitas dores!
Vera Popoff
O rosto no espelho
A tez exibe dobras amarrotadas
O olhar parece opaco
A boca perdeu o viço do riso
Nomes esquecidos
Datas apagadas
Tempo de validade , vencido!
As mesmas histórias repetidas
Mãos manchadas e pernas cansadas
O dorso arcado
Estatura diminuída
Agilidade comprometida
Poucas ilusões, várias decepções
Muitas , muitas frustrações!
Parecem multiplicadas
as horas das solidões...
Poucas chegadas e tantas partidas.
Ainda bem que restaram as flores,
que vestem de verde e rosa
as infinitas dores!
É MENTIRA
É MENTIRA
Vera Popoff
Vera Popoff
É mentira que a dor não dói
A dor está só camuflada...
Vesti-a de verde e rosa
E , desdenhosa , canto-a
em verso e prosa!
A dor está só camuflada...
Vesti-a de verde e rosa
E , desdenhosa , canto-a
em verso e prosa!
Escrevo as minhas linhas
livremente e sem pudor!
Diferente da minha dor
Minha poesia eu tento besuntar
de mel
A dor fica escondida e espremida
Não a deixo escancarar
Que fique no seu devido lugar!
livremente e sem pudor!
Diferente da minha dor
Minha poesia eu tento besuntar
de mel
A dor fica escondida e espremida
Não a deixo escancarar
Que fique no seu devido lugar!
ENVERGONHADA
ENVERGONHADA
Vera Popoff
Depois d'um desequilíbrio de emoção
que surrou o meu coração!
Depois da lágrima, inutilmente , derramada
E das tantas amarguras destiladas
Depois das palavras duras , jorradas
e das turvas energias espalhadas
e das asperezas , em flechadas ,
lançadas.
Depois das blasfêmias proferidas
E de loucura cometida
E da falsa verdade declamada
Depois da convulsão de sentimentos,
Da alma , numa torrencial tempestade
e do espírito atravancado pela dor tão pequena!
Fiquei envergonhada...nem pedir perdão ,eu pude.
Faltou coragem!
E o sorriso quis sair da boca, mas conteve-se
A mão preparou um gesto de afago, mas prendeu-se
e a face corou, envergonhada!
Agora, o dito já foi dito,
mas , ainda bem , não foi escrito
Que voe, o dito que não foi bendito,
para muito longe... carregado
pelas nuvens do mau tempo
Quem sabe , desaguando em chuvas
e lavando o dia da tormenta.
Vera Popoff
Depois d'um desequilíbrio de emoção
que surrou o meu coração!
Depois da lágrima, inutilmente , derramada
E das tantas amarguras destiladas
Depois das palavras duras , jorradas
e das turvas energias espalhadas
e das asperezas , em flechadas ,
lançadas.
Depois das blasfêmias proferidas
E de loucura cometida
E da falsa verdade declamada
Depois da convulsão de sentimentos,
Da alma , numa torrencial tempestade
e do espírito atravancado pela dor tão pequena!
Fiquei envergonhada...nem pedir perdão ,eu pude.
Faltou coragem!
E o sorriso quis sair da boca, mas conteve-se
A mão preparou um gesto de afago, mas prendeu-se
e a face corou, envergonhada!
Agora, o dito já foi dito,
mas , ainda bem , não foi escrito
Que voe, o dito que não foi bendito,
para muito longe... carregado
pelas nuvens do mau tempo
Quem sabe , desaguando em chuvas
e lavando o dia da tormenta.
ARRUMAÇÃO DOS ARMÁRIOS
Vera Popoff
Início de ano...
Muita chuva
Passarinho não se importa,
Canta!
Os pés encharcados
Cabelos escorridos
Nas mãos, a terra molhada.
As sementes multiplicadas
O verde vibra e se encanta
com os pingos d'água caindo"
A trepadeira agarra
na parede mal pintada.
A flor colore
Há quem admire
e a singeleza adore!
Dia de arrumar armário
esquecer do trabalho no orquidário
Rasguei cartas de amor
anos sessenta
Manifestos e protestos
anos setenta
retratos desbotados
anos oitenta!
Descartei o desespero das perdas
anos noventa!
Anos 2000...
arranjei laço de fita e amarrei!
Espanei a poeira acumulada
lustrei a madeira desgastada
Suspirei de saudade apertada
Descartei pequenezas abarrotadas
Destrocei as mágoas já mofadas
Beijei fotografias tão amadas
Enlacei as lembranças das paixões
Desatei os nós e libertei decepções
Armário arrumado, perfumado
livre dos caixotes cheios de ilusões
já perdidas, não vividas, esquecidas.
E lá se vai a década...
resolvi deixar, ainda , algumas esperanças
guardadas!
Vera Popoff
Início de ano...
Muita chuva
Passarinho não se importa,
Canta!
Os pés encharcados
Cabelos escorridos
Nas mãos, a terra molhada.
As sementes multiplicadas
O verde vibra e se encanta
com os pingos d'água caindo"
A trepadeira agarra
na parede mal pintada.
A flor colore
Há quem admire
e a singeleza adore!
Dia de arrumar armário
esquecer do trabalho no orquidário
Rasguei cartas de amor
anos sessenta
Manifestos e protestos
anos setenta
retratos desbotados
anos oitenta!
Descartei o desespero das perdas
anos noventa!
Anos 2000...
arranjei laço de fita e amarrei!
Espanei a poeira acumulada
lustrei a madeira desgastada
Suspirei de saudade apertada
Descartei pequenezas abarrotadas
Destrocei as mágoas já mofadas
Beijei fotografias tão amadas
Enlacei as lembranças das paixões
Desatei os nós e libertei decepções
Armário arrumado, perfumado
livre dos caixotes cheios de ilusões
já perdidas, não vividas, esquecidas.
E lá se vai a década...
resolvi deixar, ainda , algumas esperanças
guardadas!
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