sábado, 2 de janeiro de 2016

ENVERGONHADA

ENVERGONHADA
                                                  Vera Popoff

Depois d'um desequilíbrio de emoção
que surrou o meu coração!
Depois da lágrima,  inutilmente , derramada
E das tantas amarguras  destiladas
Depois das palavras duras , jorradas
e das turvas energias espalhadas
e das asperezas , em flechadas ,
          lançadas.
Depois das blasfêmias proferidas
E de loucura cometida
E da falsa verdade declamada
Depois da convulsão de sentimentos,
 Da alma , numa torrencial tempestade
e do espírito atravancado  pela  dor tão pequena!
Fiquei envergonhada...nem pedir perdão ,eu pude.
               Faltou coragem!
E o sorriso quis sair da boca, mas conteve-se
A mão preparou um gesto de afago, mas prendeu-se
e a face corou, envergonhada!
Agora, o dito  já  foi dito,
mas , ainda bem , não foi escrito
Que voe,  o dito que não foi bendito,
 para muito longe... carregado
pelas nuvens   do mau tempo
Quem sabe , desaguando em chuvas
e lavando o dia da tormenta.

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