quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

SELVA DE CIMENTO

SELVA DE CIMENTO
                                                Vera Popoff

Da janela...o cinza!
Duro cinza do cimento nada inspirador!
Onde vou buscar os versos?
Tudo é áspero , não enxergo o céu
Como pensar na poesia
se a visão esconde a alegria?
Um passarinho insiste na suavidade
Abre as asinhas tão leves, pequenas ,
pousa num fio e faz ninho no poste!
Em tamanha sisudez ,murcha-se a flor desenhada
Endurece-se a fronde da árvore que foi cimentada.
O chão , sem leveza, de asfalto desacautelado ,
machucam meus pés!
Atenta , não permito o asfalto na alma
Tanta rudeza endureceria a minha calma
Busco , com desespero , a singeleza!
Hei de encontrar , se desenhar de ternura
               a minha pouca certeza!
Os olhos atentos procuram detalhes...
O coração treme , ao som estridor,
            da cidade de pedra
Mas ralho com ele :- "nada de temor, coração!"
-Dentro de ti , há o poder da invenção
-Inventa , usando a esperteza,
uma fábrica de sonho e beleza!

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