SOLIDÃO
Vera Popoff
A solidão é tanta e de tal tamanho!
O silêncio é tão quieto!
Que do âmago deste arvoredo
Chamo de Deus
os meus sóis e as minhas luas.
A solidão é tanta e de tal tamanho!
O silêncio é tão quieto!
Que aprendi a extrair lascas de alegrias
e cutucar meu coração
com gravetos de serenidade.
Aprendi a garimpar o brilho das pedras
e transformá-las em preciosas,
fazendo sorrir a boca da mulher!
A solidão é tanta e de tal tamanho!
O silêncio é tão quieto!
Que debruçada num galho quebrado
ouço o ruído da pétala que tomba no chão!
A solidão é tanta e de tal tamanho!
O silêncio é tão quieto!
Que resolvi parar e ouvir ...ouvir...ouvir
a voz da intuição.
Estanquei porque peregrina não posso ser
Não há espaço para peregrinação
Permaneço no silêncio e sinto a sensação de ficar.
A solidão é tanta e de tal tamanho!
O silêncio é tão quieto!
Que já não me lembro do último sussurro
ouvido
e da derradeira voz ensaiada.
A solidão é tanta e de tal tamanho!
O silêncio é tão quieto!
Que já nem sinto compaixão de mim mesma!
Num sorriso distraído recolho as quimeras
de contentamento
Bebo as gotas de lembranças e sigo...
envolta no véu da paz!
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