31 de dezembro de qualquer ano...
Vera Popoff
Foram tantos erros e
tantas lágrimas!
Outra vez , o mesmo vazio
O que é sereno e belo está
por um fio!
A alma parece estar fora do corpo
clamando por algum sonho sonhado e
jamais vivido!
E a aura anda pesada , a energia desgastada
O sim sempre bendito e dito, decidiu
ser não!
Toda criança chora com o não
Eu padeço com o não que digo
Os tantos nãos que a vida disse ,
nunca importaram muito!
Tão quieta e pensativa
Sendo nada e simplesmente , nada!
O olhar vago perde-se nos calendários
passados...
Lembro-me, relembro, gosto e não gosto
do que é lembrado!
Descarto a filosofia que já não me desafia
Sei que nasci, que em certo momento ,
até vivi!
Mas hoje, decididamente, é um estranho dia
em que não senti, não li, não abri , não sorri,
não escrevi, não decidi, não ouvi, não me distraí,
não vi, não estive nem aqui, nem ali!
Que a noite passe sofrendo foguetórios
horripilantes!
E que amanhã eu acorde e siga adiante!
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