EMPRÉSTIMO CONSIGNADO
Vera Popoff
Resolvi recitar um poema,
mas fugiram-me os fonemas.
Os versos tão bem decorados ,
na memória, estão esquecidos
Fiquei um tanto inibido
Não mereço tal castigo!
Decidi inventar alguns versos
Procurei letras, palavras e rimas
A inspiração não desatina
e a pobre invenção , desanima.
Vou ao Banco de palavras
fazer um consignado e
saio de tal enrascada!
Fico endividado,
mas pago com promissórias,
uma letra abatida , a cada dia!
Os juros serão pesados ,
mas quem sabe , perdoados
com um poema escrito,
com letras de amor,
escondidas
no cofre do coração.
Não haverá cobrança
que resista tal paixão!
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