sábado, 12 de dezembro de 2015

 
ROSA EUFORIA

                                                            Vera Popoff
Pintei uma parede de rosa euforia
Pendurei molduras de gravuras singelas,...
O desenho d'uma galinha pintadinha,
Cacos de azulejos velhos, colados!
Casinhas de passarinhos,
Espantalho espantando as minhas frustrações.
O colorido forte atraiu mais e mais ilusões
Sem as ilusões não há respiração!
Sempre desejei ser fazedeira de sonhos...
Demorei a conseguir!
Eu mesma impunha-me limites quando:
obedecia padrões,
seguia regras,
amarrava cordões,
dos medos, refugiava-me!
as loucuras, trancafiava,
as fraquezas, disfarçava.
Mas a parede rosa euforia,
com bugigangas penduradas,
com o gosto duvidoso escancarado,
com o designer brega e inusitado,
foi só o começo...
Só o começo de um tempo libertado!
Tanta demora! Tanto constrangimento!
Tanto aborrecimento!
As manias velhas e tolhedoras, escorridas...
com os pingos da tinta rosa euforia!

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