DE SAÍDA
Vera Popoff
Estou de saída de tudo que enjoa
Já não consigo fazer de conta que não vejo
e que nada sinto.
Consumi a última fatia da paciência
Bebi o último gole da conivência
Enfim, vomitei a indignação
Já não finjo , nem desfilo os dentes
num sorriso amarelado
Descumpro padrões determinados
Saí da Rua da Hipocrisia
Estacionei meu coração na calçada da utopia
Assim , volto ás origens do inconformismo
Penso com liberdade
Leio apenas o que interessa
Já não me importo com bajulações
Tampouco vivo de pedir perdões
pelas falhas cometidas e não cometidas
Não vou jogar fora os dias que me restam
curvando-me aos anseios alheios.
Desbloqueei a alma
Abri as portas , porteiras e janelas
Livre das amarras , dos nós e laços
Encontrei comigo mesma
Agora mais inteira
Juntei todos os pedaços
d'antes destroçados.
Pareço bem mais disposta
Se alguém gosta ou não gosta
pouco importa!
Nenhum comentário:
Postar um comentário