Vera Pópoff
Não olho o relógio
As minhas horas sou eu
Eu sou as minhas horas
Coordenadas e combinadas
Eu não as perco
Elas nunca me perdem.
Quando a brisa sopra
na janela sempre aberta
A consciência desperta
Espreito a aurora
Os pássaros saem dos ninhos
Levanto do berço que me aninhou.
Saio para a rua
Conheço cada pedaço
onde marco o meu passo
Faço a vigília sob o céu indeciso
Será azulado?
Ficará carrancudo e nublado?
Minha prece são as lembranças
O humor decidirá o movimento da dança
Allegro , Andante ou Adagio
Ou mesmo uma sonata
que faz debulhar meus olhos
e mergulhar minh'alma em Abrolhos.
FOTO DO AMIGO CLEDSON FALQUEIRO |