quarta-feira, 21 de novembro de 2018

SOU EU

SOU EU
                        Vera Popoff

 Angustio-me olhando aeroportos
Indicam partida e gosto de chegar
na minha casa,...
onde construí meus próprios portos.
Sempre entro feliz na minha casa
Sinto falta dos sábias e dos colibris
Suspiro fundo ao cantar da buriti.
Roupas elegantes me cansam
Tolhem os movimentos
Atrapalham a liberdade.
Coloco avental resistente às travessuras
Vivo quieta e sem frescura.
O turismo é pelo quintal
Onde existe uma minúscula catedral.
Televisão irrita-me
As verdades são restritas
O cinismo é tão baixo e frio
Ninguém importa-se com os brios.
Ouço música e saio pouco
Incomodo-me com qualquer barulho
Suporto apenas a leveza , o movimento e a graça
da brisa.
Com sutileza , meus pés, o chão, pisa!
Faço política sem raiva
Minha atenção é para a liberdade
Almejo mesmo, a igualdade!
Ninguém faz serviços por mim
ou para mim
Lavo a minha roupa
Faço a nossa sopa
Cozinho feijão rosinha
como a chefe da própria cozinha.
No céu , não tolero, o avião
Prefiro o bem te vi e até
o gavião .
Chuvas são bem vindas
Ventos vindos do sul
Horizonte perto e azul.


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