quarta-feira, 21 de novembro de 2018

NAQUELA TARDE

NAQUELA TARDE
                        28/10/2018
                                                  Vera Popoff

Naquela tarde
Vera Popoff
Naquela tarde ...
Ah...Naquela tarde estava tudo diferente!...
Olhava o mundo e não mirava
sentimento, quiçá pungente
Os que passavam não se pareciam
com a minha gente.
Olhar nenhum fitando o outro olhar
presente.
Passos marcados seguiam como marchas
Almas penadas, sem gesto algum,
dirigiam-se caladas
ao cadafalso!

Como trá-los à razão?
Qual palavra na persuasão?
Senti perdida a minha emoção
Levei facada que estraçalhou
a esperança vã.
Ali, eu percebi!
Era a manada que seguia
sem razão, sem fé
O mundo desabado sobre um cego horror
A vida entregue ao triste dissabor.
Eu enxergava
Juro que enxergava!
Não me agradava, mas fiquei parada!
Perdão eu peço pela impotência
Avistar a tragédia
Sentir a dor
Chorar sem lágrima
Ver desamor
E ficar calada
Deixar o grito para o fato consumado .
Já não há razão para nenhum grito
Por isso...o lamento aflito.
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