quinta-feira, 11 de abril de 2019

MUITO AMÉM...
Vera Popoff
Envolvido o corpo numa aura pesada...
Gente com a dignidade roubada...
Muito Amém para a grande
carência de amor
Muito joelho dobrado, na missa
E nenhum pudor!

Energias putrefatas. Canalhas
vestem vidas com fúnebres mortalhas.
Afundam as ilusões da beleza
já vivida,
da fome combatida
da miséria combalida.
Defuntos nos rondam...
com a força bruta dos nefastos
que nos torturam e gargalham e
cospem sobre a nossa humilhação .
Nosso passo, agora, é de fasto,
numa estranha estrada encrudescida,
já pisada, tristemente, reconhecida.
O silêncio é lúgrube , enquanto
as consciências são devoradas
por insetos , pelas larvas.
Nosso mundo chora , incerto,
pendente de indignação,
assolado pela crueldade
d'alguns carcereiros,
vís justiceiros,
que perfilam e marcham ,
lambendo os coturnos,
carregando o odor do sangue
que em nome do anticrime
derramam .
A livre avenida
está camuflada
tristemente fantasiada
de verde oliva.
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