Solidão Povoada
Vera Popoff
A solidão é ampla.
Tem atalhos que percorro...
sempre, sempre ...só.
Tantas vezes, olham-me com dó!
Tolos, tenho a alma povoada
Vera Popoff
A solidão é ampla.
Tem atalhos que percorro...
sempre, sempre ...só.
Tantas vezes, olham-me com dó!
Tolos, tenho a alma povoada
O coração com muitos compartimentos
Onde vivem a saudade boa,
A coragem de viver à toa,
Lembranças tatuadas
Histórias bem e mal contadas
Poucas verdades e mentiras gostosas de ouvir.
"Causos" , muitos causos.
Sou guardadora compulsiva
de causos ouvidos
lidos e relidos, contados pelas
comadres, compadres e padres.
Causos das avós, do pai,
um brilhante contador de causos.
Caminho cedo, quase na madrugada
Encontro pessoas boas
As ruins, mando procurar
aquele mau lugar!
Três bichanos aguardam a comida
Levo na bolsa de pano que carrego
Sem folgar os passos
Um dever do qual o pé, eu não arredo!
O Nego, cão da rua
Enche-me de carinho
Abana o rabinho
E faço-lhe um afago
Dou -lhe grãos de ração ,
sua recompensa
Sistemático, mas livre!
Faz o que quer,
quando quer.
Nos alheios jardins, onde passo
Controlo a floração
Toco as flores com doce olhar
Com receio de as machucar!
Medito. O que é meditar?
Não tive esta aula, mas posso
imaginar
inventar
Intuir
sem falar.
Dou um drible na dor!
Ela leva um chapéu
Uma finta e dá um tempo !
Saio da marcação
e descontraída, memorizo
uma poesia ou canção!
Solidão povoada!
É mesmo, uma solidão arretada.
Joga com as palavras, mas
destrata o conceito e a ideia formada.
Aceita o sim e o não
Tem ojeriza ao talvez!
Talvez, sim?
Talvez, não?
É conversa que fica em cima
de muro.
Mal suporto uma cerca ou porteira
Muros? Só os derrubados.
Alma murada é alma confinada
Não voa, não corre , não viaja
Daí, a solidão perde o encanto
de ser a solidão povoada!
Onde vivem a saudade boa,
A coragem de viver à toa,
Lembranças tatuadas
Histórias bem e mal contadas
Poucas verdades e mentiras gostosas de ouvir.
"Causos" , muitos causos.
Sou guardadora compulsiva
de causos ouvidos
lidos e relidos, contados pelas
comadres, compadres e padres.
Causos das avós, do pai,
um brilhante contador de causos.
Caminho cedo, quase na madrugada
Encontro pessoas boas
As ruins, mando procurar
aquele mau lugar!
Três bichanos aguardam a comida
Levo na bolsa de pano que carrego
Sem folgar os passos
Um dever do qual o pé, eu não arredo!
O Nego, cão da rua
Enche-me de carinho
Abana o rabinho
E faço-lhe um afago
Dou -lhe grãos de ração ,
sua recompensa
Sistemático, mas livre!
Faz o que quer,
quando quer.
Nos alheios jardins, onde passo
Controlo a floração
Toco as flores com doce olhar
Com receio de as machucar!
Medito. O que é meditar?
Não tive esta aula, mas posso
imaginar
inventar
Intuir
sem falar.
Dou um drible na dor!
Ela leva um chapéu
Uma finta e dá um tempo !
Saio da marcação
e descontraída, memorizo
uma poesia ou canção!
Solidão povoada!
É mesmo, uma solidão arretada.
Joga com as palavras, mas
destrata o conceito e a ideia formada.
Aceita o sim e o não
Tem ojeriza ao talvez!
Talvez, sim?
Talvez, não?
É conversa que fica em cima
de muro.
Mal suporto uma cerca ou porteira
Muros? Só os derrubados.
Alma murada é alma confinada
Não voa, não corre , não viaja
Daí, a solidão perde o encanto
de ser a solidão povoada!
Nenhum comentário:
Postar um comentário