Segurada pelos cipós
Vera Popoff
Quando os anéis se foram
Ficaram os dedos......
Era pouca a força para segurar
algum bem material
Eu contava com o bem da vida
Eu contava com a força dos olhares
das filhas,
do desorientado companheiro,
contava com a habilidade das mãos
as linhas, as fitas , os novelos ...
eu lidava bem com os novelos
E cultivava , no coração, um canteiro
de zelos.
Zelo pela família e pela dignidade.
Zelo pela união, zelo pelos dons!
Vera Popoff
Quando os anéis se foram
Ficaram os dedos......
Era pouca a força para segurar
algum bem material
Eu contava com o bem da vida
Eu contava com a força dos olhares
das filhas,
do desorientado companheiro,
contava com a habilidade das mãos
as linhas, as fitas , os novelos ...
eu lidava bem com os novelos
E cultivava , no coração, um canteiro
de zelos.
Zelo pela família e pela dignidade.
Zelo pela união, zelo pelos dons!
À luta, mulher!
Ficou o teto! Era o grande recomeço!
Ficaram os abraços e carinhos
Ficou o ninho!
Um grande quintal vazio...
sem verde , desabitado de passarinhos
Solo seco , pedras de todos os tamanhos
atravancando os meus caminhos...
Na insegurança, agarrada aos cipós , vagarosamente , desfazia, um a um,
os nós.
A pintura na casa tão velha!
Florinhas mimosas nas molduras
das portas e janelas
A máquina de costura
As linhas , os louvores
Muitos pudores
O chão, a energia, duas meninas
tão fortes! Tão corajosas!
A casa assustava-me!
Era esquisita e sem harmonia
Não era o que meu coração pedia!
Desolada, eu rondava o terreiro
e agarrava-me ao cipó ,
desatando outro nó.
Era o possível
Era a sobra, depois das tantas batalhas perdidas,
Depois da alma tão ferida!
Eu segurava-me nos cipós.
Mangas arregaçadas
O quintal é o meu chamariz
Muitas plantas e árvores serão
a força motriz
Na ajuda de amar e aconchegar.
Foram galhos quase secos fincados
Sementes espalhadas e semeadas
Em latinhas, copinhos, potinhos ,
catadora dos lixos alheios.
Pneus velhos...os vasos
Latas velhas, o adorno
Garrafas Pet, recicladas
As ternuras armazenadas
A alegria das formaturas
A festa das pequenas conquistas
A vida recomeçando
A brotação esverdeando
Os cipós me segurando.
Sentimentos harmonizados
Os sorrisos já exibidos
As consciências, feito uma pluma.
Os eixos reapertados
As esperanças despertadas
Fluiu
Brotou
Consertou
Amou
Reiniciou
Firmou
Caminhou
Energizou
Comemorou
Brindou!!!
O primeiro gole do vinho tinto
depois da década
vivida a seco.
Ver maisFicou o teto! Era o grande recomeço!
Ficaram os abraços e carinhos
Ficou o ninho!
Um grande quintal vazio...
sem verde , desabitado de passarinhos
Solo seco , pedras de todos os tamanhos
atravancando os meus caminhos...
Na insegurança, agarrada aos cipós , vagarosamente , desfazia, um a um,
os nós.
A pintura na casa tão velha!
Florinhas mimosas nas molduras
das portas e janelas
A máquina de costura
As linhas , os louvores
Muitos pudores
O chão, a energia, duas meninas
tão fortes! Tão corajosas!
A casa assustava-me!
Era esquisita e sem harmonia
Não era o que meu coração pedia!
Desolada, eu rondava o terreiro
e agarrava-me ao cipó ,
desatando outro nó.
Era o possível
Era a sobra, depois das tantas batalhas perdidas,
Depois da alma tão ferida!
Eu segurava-me nos cipós.
Mangas arregaçadas
O quintal é o meu chamariz
Muitas plantas e árvores serão
a força motriz
Na ajuda de amar e aconchegar.
Foram galhos quase secos fincados
Sementes espalhadas e semeadas
Em latinhas, copinhos, potinhos ,
catadora dos lixos alheios.
Pneus velhos...os vasos
Latas velhas, o adorno
Garrafas Pet, recicladas
As ternuras armazenadas
A alegria das formaturas
A festa das pequenas conquistas
A vida recomeçando
A brotação esverdeando
Os cipós me segurando.
Sentimentos harmonizados
Os sorrisos já exibidos
As consciências, feito uma pluma.
Os eixos reapertados
As esperanças despertadas
Fluiu
Brotou
Consertou
Amou
Reiniciou
Firmou
Caminhou
Energizou
Comemorou
Brindou!!!
O primeiro gole do vinho tinto
depois da década
vivida a seco.
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