ESPERANÇA
(Vera Popoff)
Esperança,
Não me engane mais!
Sorrateira, invade a minha vida,
cora uma palidez consentida,
instala-se no peito vazio,
aquece o coração frio,
assedia-me com a ilusão
promete o fim da minha solidão!
Esperança,
Não me torture mais!
Zomba de mim...
Fala do amor e da bem aventurança
enche-me de confiança
descreve-me a calmaria
o fim da tempestade
tempos de serenidade!
Esperança,
Não cometa tal perfídia!
Teu aceno é leviano,
tuas águas são tormentas
revigora o sonho vencido
desenha um trajeto novo
debocha da minha saudade
promete tanta inverdade
embala a ilusão que dorme
faz-se bonita, eloquente!
deixa-me acreditar
e parte ...levando o retrato
do meu pranto!
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