quinta-feira, 5 de novembro de 2015

A RONDA

A RONDA
                              Vera Popoff

Amanhece!
Levanto-me e faço a ronda.
Espreito se o sol nasceu,
se o dia vai clareando
se o galo está cantando
se as gotas do sereno pingam,
        brilhando!
De olho no passarinho,
é hora de deixar o ninho,
acionar as asas para o voo
      não atrasar!
Nada a especular.
Volteio o campo,
Campeio pela margarida
Percebo a rosa mais exibida.
Atento para a alegria,
pois é a lei do novo dia!

Cai a tarde!
Volto a fazer a ronda.
Chegou um vento ligeiro
balançou a folha do coqueiro,
trouxe para um coração fagueiro
um amor grande e inteiro!
Inclinou-se no horizonte
a luz do sol,  desmaiada.
Uma vaga melancolia
aponta tão caprichosa
deixando a alma queixosa.

Anoitece!
Agora é a ronda noturna.
De todas , a mais taciturna!
De olho na lua. É cheia,
crescente ou minguante?
Trará a prata ao céu
ou deixará a noite ao léu.
A D'alva encontrou seu lugar,
O Cruzeiro do Sul alumiou
vagalume chegou e piscou!

A ronda feita
A existência perfeita
Hora de descansar
Ao Criador eu entrego
a ronda da madrugada estelar!


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