quinta-feira, 26 de novembro de 2015

TARDE QUIETA

TARDE QUIETA
                                       Vera Popoff



Eu vou cantar a minha tarde
Canto-a porque merece o meu canto
Tão singela e muda!
Nela , eu refugio o meu silêncio
impregnado de doçura !
Vez em quando bebo um gole de café,
outro gole da água benta pela fé,
mais um gole da presente plenitude!
E contemplo...o evento de tamanha magnitude!
Uma tarde sem a mancha do barulho,
Cujo único estorvo é um arrulho!
Na colheita da paz semeada,
no semblante da vida suavizada,
eu inspeciono o céu!
 Observo d'onde vem o vento,
se a nuvem anuncia o mudar d'um tempo!
Quintas-feiras, segundas e terças,
dias dos relógios lentos,
do silêncio atento
do entrelaçamento
da alegria mansa  e  da clausura
           sem submissão!
Celebro assim , com a voz murmurada
só no pensamento, a tarde silenciada!










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