sexta-feira, 20 de novembro de 2015

CHOVEM ÁGUAS

CHOVEM ÁGUAS
                                           Vera Popoff
Um vento
Um temporal
Um raio
Um trovão
Cai a chuva sobre a minha vida
Chovem águas de diamante
sobre as minhas lembranças
Os meus pés inocentes na enxurrada
A minha alma menina ri, na pequena estrada.
Chovem águas purpurinas
sobre os meus amores,
os perdidos e os encontrados!
Afinal,  todo amor amado, ilumina,
        vale a pena!
Chovem águas turvas
sobre as tantas perdas.
Não tiram as nódoas do inconformismo!
Chovem águas mansas
sobre as esperanças
O tempo passa e os sonhos mudam,
os  sonhos crescem, os sonhos vestem
as tristezas  cantadas  nas minhas elegias.
Chovem águas turmalinas
sobre as minhas flores
Cada pétala molhada
suaviza as minhas dores!
Caem águas versejadas
sobre a boca lírica
Vou  insistir na poesia
e dizer meus versos
com ou sem maestria
sobre os tormentos assistidos
sobre a indignação sentida
sobre a lama derramada
sobre a sangueira  jorrada
sobre a cegueira malvada
sobre as mentiras contadas
sobre as injustiças cometidas
sobre as tragédias consentidas
sobre os preconceitos cuspidos
sobre os irmãos desunidos
sobre as maledicências vingadoras
sobre as ganâncias vorazes
sobre os mercadores insensíveis
sobre as feiuras  visíveis e invisíveis.
Aconselhou-me um poeta amigo:
-Cantemos versos, até sobre os escombros!

FOTOS DA FOTÓGRAFA, PARCEIRA E AMIGA DIRCE MITUUTI

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