quinta-feira, 2 de julho de 2015

DIAS E DIAS

DIAS  E DIAS                     (Vera Popoff)

Alguns dias nasceram e são  lembrados
                    eternamente.
Outros nasceram  e são  esquecidos
                    tristemente.
No calendário do esquecimento estão
os dias enlutados, os dias lotados de momentos
                    magoados.
     Aqueles de tarefas não terminadas,
         das  despedidas choradas,
         das tintas borradas
         das costuras mal alinhavadas
         dos galhos que não brotaram
         das sementes que não vingaram
         da falta de entendimento
         da briga sem cabimento
         do coração partido e da alma consumida.

No calendário da eternidade, oh, que que delícia
                     tão desfrutável!
          manancial de alegria inesgotável,
          rio de venturas deslizando sem impedimento
          risos nas bocas de contentamento
          lições aprendidas, mágoas esquecidas,
          amigo reencontrado e o amor retomado
Dia do espírito inflamado  e   inspirado
Das visões transparentes e almas luzentes
Dia com jeito feliz , como o retrato do infinito
Daqueles pensamentos doces, dos suaves olhares
Dos corações amolecidos, do corpo benzido
Da visita esperada e da boa notícia espalhada!
Dia da liberdade anunciada, da tarefa concluída.

Jamais saberemos como será nosso dia
O calendário não marca em vermelho
Os   números sucedidos nada demonstram.
Com nosso riso ou nosso pranto
O dia será marcado, cravado, abençoado
      ou... desventurado!
       

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