DIAS E DIAS (Vera Popoff)
Alguns dias nasceram e são lembrados
eternamente.
Outros nasceram e são esquecidos
tristemente.
No calendário do esquecimento estão
os dias enlutados, os dias lotados de momentos
magoados.
Aqueles de tarefas não terminadas,
das despedidas choradas,
das tintas borradas
das costuras mal alinhavadas
dos galhos que não brotaram
das sementes que não vingaram
da falta de entendimento
da briga sem cabimento
do coração partido e da alma consumida.
No calendário da eternidade, oh, que que delícia
tão desfrutável!
manancial de alegria inesgotável,
rio de venturas deslizando sem impedimento
risos nas bocas de contentamento
lições aprendidas, mágoas esquecidas,
amigo reencontrado e o amor retomado
Dia do espírito inflamado e inspirado
Das visões transparentes e almas luzentes
Dia com jeito feliz , como o retrato do infinito
Daqueles pensamentos doces, dos suaves olhares
Dos corações amolecidos, do corpo benzido
Da visita esperada e da boa notícia espalhada!
Dia da liberdade anunciada, da tarefa concluída.
Jamais saberemos como será nosso dia
O calendário não marca em vermelho
Os números sucedidos nada demonstram.
Com nosso riso ou nosso pranto
O dia será marcado, cravado, abençoado
ou... desventurado!
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