A MARGARIDA FLOR
Vera Popoff
Da janela de vidro embaçado
vejo o canteiro das alvas margaridas.
Semeei-as num tempo de esperar
Hoje é planta numa terra solitária
Tão triste. E de tristeza,
morrerá , um dia!
Sonhei com o canteiro da alvas margaridas
Fantasia tão bonita , tão ditosa!
Rompeu-se em mim...
qualquer encanto, ou maravilha.
Sou hoje, o meu próprio exílio
Quando eu morrer
Enterrem-me no canteiro delas,
as que ainda enxergo , da janela.
Perdi noites na construção de imagens
E quão douradas eram!
Hoje, sou apenas um pedaço da mulher
e enrolo-me num farrapo de lençol
A minha margarida , ó bela
É , no canteiro, mortuária flor!
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