ALMA PEQUENA
Vera Popoff
Alma pequena!
A cada dia está se apequenando
Sente profunda dor a cada encolhimento!
Tua corrida já não é verdejante!
Escolheste o vazio
Mergulhaste em águas paradas
Tua aurora apaga o sol,
emudece passarinhos
Teu olhar fechado para a liberdade,
o mar, o rio, o céu.
Teu horizonte ficou curto
Teu espaço é um casulo.
Alma pequena!
Teu adormecer pesado não revela sonhos
Tuas noites são de pedra e o peso delas
depauperam a tua vida!
Ó, alma pequena!
Quanto estreitamento!
Teu caminhar se acanha
Teu coração sem contentamento
contrai o peito de lamento
Sofres da dor
sem estar doendo!
Feres o teu ego, sem sangrar
Teu semblante pálido,
na tarde cálida
é mármore gelado!
Tuas mãos fechadas
não semeiam o trigo,
não amassam o pão.
A trilha escura que te espera
é nuvem de poeira.
Tua imagem ilusória
é apenas sombra
que se esvai... no vazio
que é o teu fadário!
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