Não deixo em branco as linhas da minha alma.
Por que fazê-la insípida , se pode ter sabor doce?
Por que vestí-la de roxa mortalha, se posso deixá-la
livre e nua?
Por que mantê-la tão esfarrapada, se posso pintá-la
doirada?
Por que permití-la dura, se pode andar melindrosa,
feito uma flor formosa?
Por que maculá-la, se pode ser pura , calma e iluminada,
como a lua prateada?
Por que torná -la danosa, se pode ser mimosa e amorosa?
Não, não deixo a minha alma sem cuidado!
Trago-lhe brandura, ventura e desterro-a
de qualquer sepultura!
Umedeço a alma do orvalho e ela refloresce branda,
envolta em suave harmonia,
buscando nos céus , a poesia!
Quando o peito chora pelo sofrer do cansaço,
repouso a alma num regaço...
Ela , então, balbucia compassada melodia e reata
seus laços com gentil alegria!
UMEDEÇO A ALMA DO ORVALHO E ELA REFLORESCE BRANDA |
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