quinta-feira, 28 de maio de 2015

MINHA ALMA

MINHA  ALMA        (Vera Popoff0


Não deixo em branco as linhas da minha alma.
Por que fazê-la  insípida , se pode ter sabor doce?
Por que vestí-la de roxa mortalha, se posso deixá-la
                livre e nua?
Por que mantê-la tão esfarrapada, se posso pintá-la
                doirada?
Por que permití-la dura, se pode andar melindrosa,
                feito uma flor formosa?
Por que maculá-la, se pode ser pura , calma e iluminada,
                como a lua prateada?
Por que torná -la danosa, se pode ser mimosa e amorosa?


Não, não deixo a minha alma sem cuidado!
Trago-lhe brandura, ventura e desterro-a
         de qualquer sepultura!
Umedeço a alma do orvalho e ela refloresce branda,
         envolta em suave harmonia,
         buscando nos céus , a poesia!

Quando o peito chora pelo sofrer do cansaço,
        repouso a alma num regaço...
Ela , então, balbucia compassada melodia e reata
        seus laços com gentil alegria!

UMEDEÇO A ALMA DO ORVALHO E ELA REFLORESCE BRANDA


!





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