Hoje é o Dia Nacional de Zumbi e da consciência negra! A luta contra a discriminação continua!
Sua benção, avô Severino! Nosso avô negro que nos deixou histórias de superação e crescimento! Sua bênção , Sebastiana Marques , que gostava de ser chamada pelo apelido de "Negrinha"! Contadora de histórias, marcou minha infância e do meu irmão de um jeito lindo! Sua bênção , Tiriba! Que saudade da sua sabedoria! Minha homenagem ao Dia da Consciência Negra NEGRO , A PÁTRIA NÃO VAI ESQUECER! (Vera Popoff) Negro, caíste vencido no chão sangrento! Bebeste a areia, pois te negaram uma caneca d'água! Tombaste com os pés acorrentados e a alma decepada! O feitor a perguntar: -" Tu tens alma, negro?" Choraste tantos sóis e tantas luas! Choraste o banzo da Terra , do canto e da dança, do seio da mãe e dos teus Orixás! -"Tu tens alma, negro?" O feitor a perguntar. O vil coronel atiçava o reio, atiçava o ódio, atiçava a fera feitor! Atiçava a ira dos Deuses da África! E pisava outros negros ressuscitados, magoados, suados, atirados ao terreiro feito do horror! -"Tu tens alma, negro?" O feitor a perguntar. Onde escondia-se o Brasil de então? Atrás das cortinas de cetim da casa grande? Atrás dos coronéis empolados vestidos de linhos e casemiras? Onde escondia-se o Brasil de então? Nos casarões dos homens de pele de seda e, de mãos sangrentas? Atrás da covardia? Atrás da sórdida fortuna às custas da agonia do " homem de cor ?" Atrás dos golpes fatais e do teu pavor, negro? De dentro da senzala suja, da senzala torpe, da senzala fétida, da senzala ignóbil, teus irmãos também acorrentados, com olhos de sangue e mãos feridas, disfarçavam a dor com o canto do banzo, do teu sonho tão longe de amor! O banzo da terra, do canto, da dança, do seio da mãe e dos teus Orixás fervia nas veias, queimava, dominava a razão, destruia o perdão! -"Tu tens alma, negro?" O feitor a perguntar! Negro, eu sinto vergonha do branco de botas polidas, dos dedos macios , das mãos enluvadas que te machucaram! Eu sinto vergonha do branco das mãos bem tratadas que te mataram e depois se esquivaram, na casa erguida sobre os cadáveres dos teus irmãos! -"Tu tens alma, negro?" O feitor a perguntar!" Como esquecer a chibata, negro? Como esquecer a saliva nojenta que te amaldiçoou? Como esquecer a angústia, o terror, o choro engolido, o sangue escorrido, as marcas da dor? Como esquecer os filhos vendidos, sumidos, a preço de anéis? -"Tu tens alma, negro!" O feitor a perguntar! Negro, a Pátria não pode esquecer! Negro, a Pátria não deve esquecer! Negro, a Pátria não quer esquecer! Negro, a Pátria não vai esquecer!
Meu avô Severino Borges Rodrigues
Sebastiana Marques, a Negrinha, nossa amiga contadora de histórias
Tiriba com meu irmão Fernando Popoff , grande amigo da minha família
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segunda-feira, 18 de maio de 2015
NEGRO, A PÁTRIA NÃO VAI ESQUECER!
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