Ah...saí liberta do cadafalso do tempo!
Entreguei o meu tempo ao vento e
o vento carregou o meu tempo!
Foi a abolição do castigo do calendário falsário,
que ameaça a arquitetura do meu invento!
Já não sofro temores, nem os percalços ...do tempo.
Extraio a essência dos meus momentos,
como a conversa boa , afiada, rasgada!
Retiro os fragmentos dos silêncios permitidos,
vividos , constituídos e crio... inteira, intensa,
palavras que quero dizer, sem datar ou contar.
Vivo as crises d'um ingênuo lirismo,
valso leve, ao som de Strauss e seu romantismo!
Doei o meu tempo ao vento!
Agora, sem pudor, abro as narinas
ao cheiro sedutor dos sonhos e exalo,
um a um , os perfumes da noite!
Coração, cérebro, pele, sangue, sentidos
fervilhando aguçados,
não fogem de amores ou dores
enfrentam risos e prantos!
Resplandeço...quase divina
da mágoa que machuca e desatina!
Navego em mares azuis e o sol derrama
sobre mim, a luz dos seus fulgores.
Meu horizonte já não vive indeciso,
não finge, não camufla e não vacila!
Faz-se bonito e tumultua aquele silêncio
constituído.
Plange
Tange
Anunciando a noite que embriaga
sem contar o tempo
sem medir distância
sem obedecer constância!
FOTO DA MINHA AMIGA FOTÓGRAFA DIRCE MITUUTI, ESPECIALISTA EM FOTOGRAFAR OS CÉUS E SEUS ENCANTOS. |
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