sexta-feira, 29 de maio de 2015

SOBRE AS TROVAS

FALANDO DAS TROVAS

                                               (Vera Popoff)

Quando meninas,  ANA TEREZA SIMÕES PRADO,  MARIA ROZENDA MAGNOLER(ZENDA), MARIA CÉLIA VIVAN E EU,  colecionávamos trovas. Eram dezenas ou centenas delas. Escritas em cadernos, nas capas e contra capas dos livros, nos álbuns de recordações.
Certo dia, minha mãe chamou-me para ajuda-lá na cozinha e retruquei com uma trovinha:

                              Mãezinha, tu és tão querida!
                              Mas me deixa repartida
                              Me chamas para arrumar a cozinha
                              Quando escrevo as minhas trovinhas!

Ela sorriu e respondeu-me:

                             Filhinha, tu  és  tão amada!
                             Mas um tanto espevitada,
                             Vives no mundo da lua
                             E só queres brincar na rua!
 Desse dia em diante, minha mãe e eu, arriscávamos diálogos através de trovas. Era um exercício e tanto.  Ficamos craques no assunto.

O beijo que  recebi
Do galã lá da cidade
Foi doce, não resisti!
Meu pai foi que não gostou:
-Menina, não tens idade!

Teus olhos têm a cor da esmeralda
Os meus são jabuticabas
Teu olhar me fala de amor
Um amor que nunca se acaba!

FOTO DA FOTÓGRAFA DIRCE MITUUTI. CÉU DE GETULINA(SP), NOSSA CIDADE AMADA. CIDADE ONDE CURTIA AS TROVINHAS, NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA.

          


  
          
                 
             

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