(Vera Popoff)
Tantas tarefas pela manhã!
Não pude observar a fronde daquela árvore que cuspia ramagens de todos os verdes!
Meio da tarde.
Joguei meu corpo molemente na rede do quintal .
Ao lado, um pé de alecrim , exalava aroma suave...
Outro cheiro de mato se misturava no ar.
Detrás das montanhas daquele lugar , um estreito pedaço do horizonte assinalava o finito e a entrada do infinito !
Nas veias corria o sangue! Sem pressa, sem agitação.
O sol irradiava luz clara, mas mansa!
Não agredia, nem queimava.
A alma desabrigada de qualquer parede, percorria livre, aquela sublimação!
A vida não soluçava , não gemia, não chorava, não sofria!
Sorria! Sorria sem malícia, sorria docemente!
Recolhida no aconchego da rede surrada, embriagava- me com a fala dos pássaros, com aquele mundo vário!
Fechei o livro, deixei cair o lápis e...entreguei-me!
Tudo parecia Divino demais para habitar a Terra!
As flores da primavera abriam-se matizadas, oferecidas, exibidas!
Espalhavam-se e dançavam frente aos meus olhos!
Tanta exuberância , tanta simplicidade!
Era só uma tarde!
Sem . tormentas!
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